sexta-feira, 28 de junho de 2013

Ministro do Supremo manda Rosalba pagar os extras referentes ao terço da hora/atividade

 Não colou. A última ficha do Governo para não cumprir a determinação do desembargador Carlos Santos na ação do terço de hora/atividade acaba de ser detonada. O ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio não aceitou o recurso do Governo que pedia a inconstitucionalidade da medida.
A atuação do SINTE/RN foi decisiva para essa vitória da categoria. O Sindicato contratou um escritório de advogados em Brasília para acompanhar de perto o processo e dar suporte a ação da Assessoria Jurídica do Sindicato.
O Assessor Jurídico do Sinte-RN, Carlos Gondim, explica que o Governo não tem mais a quem recorrer para não pagar as horas extras aos educadores que são obrigados a trabalhar em sala de aula no terço da jornada que deveria ser usado para planejamento e demais atividades extraclasse.
Para a coordenadora geral do Sinte-RN, professora Fátima Cardoso, a decisão do ministro Marco Aurélio acaba ajudando no resgate da imagem da Justiça Potiguar que vem sendo cotidianamente manchada pelo desrespeito às determinações por parte do Governo Rosalba Ciarlini.
“Estamos comemorando uma vitória da nossa estratégia de luta, uma vitória da força da nossa categoria e também uma vitória do estado democrático de direito que vem sendo desrespeitado pelo Governo Estadual”, ressaltou Fátima Cardoso.
O coordenador geral do Sinte-RN, José Teixeira destacou as ações conjuntas no campo político, jurídico e social. “Estamos enfrentando esse desgoverno de todas as formas. Essa conquista é a prova de que estamos no caminho certo”, comemorou José Teixeira.
Já o também coordenador Geral, Rômulo Arnaud chamou a atenção da categoria para intensificar a luta: “a conquista jurídica nos dá motivação para reforçar ainda mais a pressão pelo resgate de outros direitos que vem sendo negados, a implantação e pagamento das promoções horizontais e o plano de carreira dos funcionários”, concluiu Rômulo.
Para a coordenadora geral Fátima Cardoso, o STF fez jus à sua função e resgatou a imagem da Justiça do RN que vem sendo manchada pelo governo. "O Sindicato comemora mais essa conquista da categoria que agora poderá de fato ter o direito que vinha sendo negado", disse.
SINTE/RN

Primeira parcela do 13º da rede estadual deve ser paga neste sábado (29)

Em contato com a direção do SINTE/RN, a Coordenadoria de Recursos Humanos da Secretaria estadual de Administração confirmou o pagamento de 40% do décimo terceiro salário para este sábado (29). para ativos e inativos.
SINTE/RN

quinta-feira, 27 de junho de 2013


10 passos para inovar no
ensino e no aprendizado

Em seu clássico On the Road, Jack Kerouac dizia gostar das pessoas que queimam como fogos de artifício. Hoje, o que não falta são jovens com a cabeça em ebulição de tantas ideias. E nem sempre são ideias simples. Muitos destes “pequenos” idealistas querem desenvolver projetos que, além de ser a base para a carreira que pretendem seguir, podem mudar o mundo. Para ajudar esses jovens a inovar, o educador e empreendedor dinamarquês Nikolai Seest já realizou mentorias em mais de 300 projetos de negócios criativos em seu país e também no exterior, como foi o casoYes!, na Groelândia, que reúne um grupo de jovens empreendedores para, em 2 anos de formação, resolver problemas culturais, econômicas e ambientais do meio em que vivem.
Por conta dessa experiência com inovação e empreendedorismo, Seest foi convidado pelo Ministério da Educação da Dinamarca a criar uma iniciativa que auxiliasse professores que também desejassem inovar em sala de aula o que resultou no Pioneer. A metodologia do projeto é simples e direta: mãos na massa. Por isso, desde 2007 foram criados diversos worskhops, encontros, campanhas e revistas que trazem um compilado de informações sobre o tema. Em passagem recente pelo Brasil, Seest diz que ficou encantando com as escolas democráticas, mas completa, com bom humor: “Gostaria de ter visitado escolas tradicionais. Só conheci escolas democráticas e fiquei com a impressão que a educação no Brasil é inovadora, gostaria de ter uma visão mais ampla”.
crédito everythingpossible / Fotolia.com
10 passos para inovar o ensino e o aprendizado

Apesar de ter passado pouco tempo, o educador afirma que ficou impressionado com o número de pessoas engajadas e que querem uma nova educação, com mais impacto. “Sei que pode demorar muito tempo para que aconteçam mudanças. Mas é fato que muitos já entendem o que está ai como obsoleto e já estão buscando novidades. Isso é uma tendência global e a transformação é inevitável”, diz.
Ah! Antes de ir embora, Seest deixou umas das revistas da Pioneer e autorizou o Porvir a traduzir um cartaz (escrito em parceria com Dorrit Sorensen) que os professores dinamarqueses colavam em suas salas de aula. Confira.
10 passos para ter mais inovação no ensino e no aprendizado
1 – Dos horários fixos para as atividades dinâmicas
Organizar o ensino de maneira mais dinâmica e aproveitar as oportunidades que surgem durante o processo. Fortalecer a improvisação.

2 – Dos conhecimentos adquiridos dentro da sala de aula para aqueles obtidos fora da escola
O aprendizado ocorre em todos os lugares – na sala de aula e no mundo que nos rodeia. Hoje, as crianças e os jovens obtêm informações de muitas fontes, e a realidade exterior desempenha um papel cada vez maior no ensino e na aprendizagem.

3 – Do conhecimento teórico ao conhecimento aplicado na prática
Os alunos usam o conhecimento teórico como base para a concepção e desenvolvimento de soluções práticas para problemas concretos, realistas.

4 – De respostas certas às perguntas abertas
Os alunos não devem apenas ser incentivados a dar as respostas certas, mas também a agir como antropólogos, curiosos e repórteres que trazem novos conhecimentos valiosos que podem ser usados ​​para a criação de novas perguntas.

5 – De problemas fictícios para os desafios reais
Motivar os alunos a explorarem a realidade ao redor, em vez de ficar inventando problemas para serem resolvidos.

6 – Da aprendizagem passiva para uma participação ativa
Transformar os alunos em agentes ativos, criadores. Eles devem se envolver na geração de novos conhecimentos e novas soluções.

7 – De aprender com a cabeça para aprender com o corpo inteiro
O ensino deve mesmo inspirar os alunos a tocar, cheirar e mergulhar num assunto em vez de apenas ler um livro ou olhar para uma tela.

8 – De trabalhos individuais para a solução de problemas em conjunto
Em vez de priorizar o trabalho individual do aluno, colocar um problema no centro de todos eles, para que o conhecimento individual contribua para a resolução em conjunto.

9 – Do professor como especialista onisciente para o professor como facilitador
O professor deve ajudar a trazer novos conhecimentos em vez de ficar narrando velhos conhecimentos. Ele é responsável por seu método e deve usar técnicas e ferramentas diferentes para ensinar.

10 – Da sala de aula formal a oficina experimental
A sala de aula deve ser um laboratório para a experimentação, em vez de um ambiente rígido e formal. Elas precisam ser espaços onde os erros são permitidos.


quarta-feira, 26 de junho de 2013

Câmara aprova destinação de royalties do petróleo para saúde e educação

CAMARA
A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quarta-feira projeto de lei que destina 75 por cento dos recursos dos royalties do petróleo à educação e 25 por cento à saúde.
A votação aconteceu após as manifestações espalhadas pelos país que cobram mais recursos para os setores. O texto aprovado pelos deputados ainda precisa ser votado pelo Senado.
O projeto prevê o uso de recursos dos contratos já existentes, contanto que os poços tenham entrado em operação comercial após 3 de dezembro de 2012, o que abrange vários contratos atuais de blocos de exploração que ainda não chegaram a essa fase, de acordo com a Agência Câmara Notícias.
O texto do governo destinava 100 por cento dos royalties para a educação, e a presidente Dilma Rousseff vinha pressionando os parlamentares nas últimas semanas a aprovar a destinação dos royalties para o setor.
O projeto aprovado pelos deputados também determina que 50 por cento dos recursos do Fundo Social do Pré-Sal sejam aplicados na educação. Este dinheiro deverá ser usado até que sejam cumpridas as metas do Plano Nacional de Educação, que prevê 10% do Produto Interno Bruto (PIB) aplicados no setor.
Na proposta original do governo, seriam usados 50 por cento dos rendimentos do fundo e não 50 por cento dos recursos totais do fundo.
(TERRA, 26/06/2013)

SINTE-RN vai ao Ministério Público pedir apuração de crimes do Secretário estadual de Administração por desobediência a Determinação Judicial

 O Sinte-RN requereu hoje, através de sua Assessoria Jurídica, um posicionamento do Ministério Público Estadual(MPE) em relação ao descumprimento, por parte do Governo Rosalba, da determinação judicial na Ação do terço de hora/atividade.
O documento, protocolado hoje(25) pede que sejam apurados os crimes cometidos pelo Secretário Estadual de Administração, Antônio Alber da Nobrega, “contra a ordem pública, a segurança jurídica, a dignidade da justiça e, sobretudo, contra a igualdade de tratamento aos cidadãos.”
Segundo a coordenadora do Sinte-RN, Fátima Cardoso, a representação junto ao MP tem como objetivo resgatar a credibilidade das decisões proferidas pelo Poder Judiciário que vem sendo constantemente manchada pelo atual Governo.
“Temos certeza de que a razão está ao nosso lado no caso do terço de hora/atividade, mas o mais grave aqui é a insegurança jurídica proporcionada pela postura do Secretário”, explica Fátima.
A assessoria jurídica do Sindicato argumenta que a recusa em cumprir a decisão do Desembargador Carlos Santos, violenta as bases da República Federativa.
“O que dizer de um Governante que despreza por inteiro a lei, a descumprindo por cinco anos e agora desconsidera e ridiculariza a ordem judicialemanada do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte?”, questiona o documento.
Leia mais:
(Fotos: Lenilton Lima)
FONTE: SINTE/RN

segunda-feira, 24 de junho de 2013

A governadores e prefeitos, Dilma propõe ‘cinco pactos em favor do Brasil’

Presidente sugeriu a convocação de um plebiscito pela reforma política e penas mais severas para crimes de corrupção entre as medidas para conter a onda de protestos no País

A presidente Dilma Rousseff propôs nesta segunda-feira, na abertura da reunião com governadores e prefeitos, “cinco pactos em favor do Brasil”. Entre as medidas para conter a onda de protestos pelo País , a presidente sugeriu a convocação de um plebiscito popular que autorize uma Constituinte exclusiva para fazer a reforma política e uma nova legislação para classificar o crime de corrupção como crime hediondo.
Essas medidas fazem parte do Pacto Nacional que o governo federal quer estabelecer com as esferas estaduais e municipais para melhorias urgentes em cinco áreas: política, saúde, transporte público, economia e educação. “Esse assunto ( reforma política)  já entrou e saiu da pauta do País por várias vezes e é necessário que tenhamos a iniciativa de romper o impasse”, disse a presidente ao propor o plebiscito.  Veja abaixo os cinco pontos citados por Dilma:
Agência Brasil
Dilma conduz reunião com governadores e prefeitos para melhoria dos serviços públicos

1 – responsabilidade fiscal -  apesar de ser uma proposta genérica, a presidente considerou essa parte do anúncio primordial, diante da atual crise econômica mundial, para garantir a estabilidade da economia e o controle da inflação. "O pacto que quero propor é pela responsabilidade fiscal para garantir a estabilidade da economia.É muito importante nesse momento, quando a prolongada crise mundial ainda castiga”, disse Dilma.
2 – plebiscito popular para a reforma política e combate à corrupção -  construção de uma ampla e profunda reforma política que amplie a participação popular e os horizontes da cidadania. Para tanto, sugeriu a convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento de um processo Constituinte específico. Sobre o segundo item, Dilma sugeriu uma nova legislação que classifique a corrupção dolosa como crime hediondo com penas mais severas. A presidente também cobrou a implantação plena da lei de acesso à informação;
3 – saúde – acelerar os investimentos já contratados em hospitais, UPAs (Unidades de Pronto Atendimento 24hs) e unidades básicas de saúde. Dilma voltou a falar da contratação de médicos estrangeiros para trabalhar no SUS. No entendimento do governo, a vinda de médicos portugueses, espanhóis e cubanos para trabalhar no País seria uma forma de amenizar de imediato a falta de profissionais que atinge principalmente as cidades do interior. 
O governo também avalia que o Brasil pode representar um grande atrativo para esses médicos já que Portugal e Espanha amargam crises de emprego devido à retração da economia mundial.Os três países são considerados estratégicos também devido à proximidade lingüística. Cuba é um país bem quisto por ter uma tradição em medicina de prevenção.
Também foi anunciada a ampliação de vagas nos cursos de graduação de medicina e de especialistas (mais 11.447 vagas) e novas vagas de residência (13.376) até 2017.
Para amenizar os ânimos em relação à classe médica brasileira, o governo anunciará também nesta terça-feira a criação de mais 2 mil vagas de residências médicas. A meta é ampliar para 4 mil bolsas até 2014.O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, já recebeu a incumbência de detalhar o programa em uma entrevista coletiva marcada para terça-feira. O ministro também aproveitará a entrevista para fazer a primeira avaliação do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), que já ofereceu 3.643 vagas a residentes que aceitam trabalhar em cidades do interior.
Esse programa oferece incentivos para que médicos recém-formados optem por trabalhar por dois anos em cidades do interior antes de se especializarem. Para isso, o governo oferece um salário de R$ 8 mil e a garantia de um aumento de 10% na nota em que terão em uma futura especialização. O ministro também deve anunciar nesta terça um programa de apoio a cursos de graduação.
O esforço do Planalto, no entanto, não surtiu efeito junto à classe médica. Na quarta-feira, lideranças de entidades médicas marcaram uma reunião em São Paulo na sede da Associação Médica Brasileira (AMB) para discutir as medidas. Os médicos não descartam a realização de manifestações e paralisações.
4 – transporte público - Entre as medidas está o investimento de R$ 50 bilhões em projetos de mobilidade urbana nas grandes cidades, conforme o iG antecipou . A presidente falou em mudar a matriz do transporte público, fazer mais metrôs, VLTs (veículos leves sobre trilhos) e corredores de ônibuso para "avançar mais rápido no transporte de qualidade". Dilma afirmou que o governo está disposto a ampliar a desoneração de PIS e Cofins sobre o óleo diesel dos ônibus e a energia elétrica consumida por metrôs e trens. Cobrou ainda de governadores e prefeitos que fortaleçam esse processo “com desoneração de seus impostos”.
Dilma anunciou a criação de um Conselho Nacional de Transporte Público para maior transparência e controle social no cálculo da tarifa de ônibus. E ressaltou a importância da criação de órgãos semelhantes em municípios onde não há esse tipo de participação. 
5 – educação – mais recursos para a área. Dilma voltou a cobrar do Congresso a aprovação de 100% dos royalties para a educação e e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a área. A presidente já mobilizou a área de articulação do governo para convencer os parlamentares a aprovar a idéia que tramitam em regime de urgência, como antecipou a coluna Poder Online . 
Reunião com governadores e prefeitos
Durante a reunião com os governadores de 27 Estados e prefeitos de capitais, Dilma anunciará o Plano Nacional para melhoria do transporte público que incluirá R$ 3 bilhões em desonerações que atingiram impostos como PIS, Cofins, ICMS e ISS. 
Dilma quer firmar com os governadores e prefeitos “um pacto pela menor tarifa”. Entre as medidas previstas no plano estão o investimento de R$ 50 bilhões em obras de mobilidade urbana e mais R$ 50 bilhões em infraestrutura. Além disso, o governo também anunciará crédito suplementar para renovação de frota e também a revisão das planilhas de contratações de serviços na área do transporte público.

    Assista ao Extra Classe TV deste domingo (23)

    No Extra Classe TV deste domingo (23) o coordenador geral Rômulo Arnaud faz um abrangente análise sobre a aplicação dos 100% dos royaltes do petróleo para e educação e sua relação com as mobilizações populares que estão acontecendo no Brasil.
    Assista AQUI.
    SINTE/RN

    sexta-feira, 21 de junho de 2013

    SÃO JOSÉ DO CAMPESTRE: PREFEITURA APRESENTA PRIMEIRO SÃO JOÃO CULTURAL DO MUNICÍPIO


    Primeiro São João Cultural do Município, neste Domingo dia 23 de Junho a partir das 15hs da Tarde na quadra Padre Geraldo de Almeida.

    Confira a Programação:
    15hs
     Corrida de Jegue 
     Pau de Sebo
     Corrida de saco
     Corrida de Ovo
     Quebra Pote
    18 hs
     Música ao vivo com Lenildo Show 
    19 hs
    Apresentações dos grupos Culturais:
     Festejos Juninos da Casa da Cultura
     Boi de reis
     Apresentação da Escola Municipal Antônio Matias
     Apresentação da Escola Municipal Anísio Matias
     Apresentação da Escola Municipal Antônio Thiago
     Apresentação da Escola Municipal Jardelina Freire do 
    Nascimento 
     Apresentação da Escola Estadual Diógenes da Cunha 
    Lima
     Apresentação da Escola Estadual Padre Tomás de 
    Aquino
     Apresentação da Escola Estadual Belmira Lara
    20 hs
     Concurso da Rainha do Milho e das Quadrilhas 
    Juninas do Município
    21 hs
     Encerramento com a Banda (Forró de Major)

    OBS:O concurso de rainha do milho e quadrilhas,
    as inscrições estão sendo realizadas na casa de cultura, na rua getulio vargas ,centro, até dia 22 (sábado) a noite, falar com Alexandre da Cultura.

    Um milhão de pessoas vão às ruas, violência cresce e Dilma convoca reunião

    Mesmo com redução da tarifa, atos violentos foram vistos em diversas cidades, com saldo de um morto e ao menos 77 feridos; presidente estuda medidas emergenciais
    Um milhão de pessoas vão às ruas, violência cresce e Dilma convoca reunião
    "Manifestante socorre vítima em Brasília, enquanto grupo invade o Palácio do Itamaraty, ao fundo"
    Mesmo após a redução das tarifas de transporte público em 12 capitais - e em metade das cidades da Região Metropolitana de São Paulo -, novas manifestações levaram na quinta-feira, 20, mais de 1 milhão de pessoas às ruas de 75 cidades do País. E a violência voltou a se destacar: pela primeira vez desde o início das manifestações, há 15 dias, uma morte foi registrada, quando um motorista avançou sobre um manifestante em Ribeirão Preto (SP). Pelo menos outras 77 pessoas ficaram feridas - 55 no Rio.
    Veja também:
    Diante da disseminação dos atos pelo Brasil, a presidente Dilma Rousseff convocou para a manhã desta sexta-feira, 21, uma reunião com ministros mais próximos, entre eles José Eduardo Cardozo, da Justiça. Na pauta, estão o mapeamento da extensão das manifestações e medidas emergenciais que podem ser tomadas para arrefecer o movimento.
    Durante os protestos de quinta-feira, 20, a cena que mais chamou a atenção, foi justamente a tentativa de invasão do Palácio do Itamaraty durante a noite, em Brasília. A polícia tentou conter os invasores com gás, mas o prédio teve janelas quebradas e focos externos de incêndio. Além disso, a paisagem da Esplanada dos Ministérios foi tomada pelo gás lacrimogêneo e até a Catedral se tornou alvo de vândalos.
    Após duas semanas de protestos, foi o ataque mais violento a um centro de poder. Antes, o Congresso Nacional, a Assembleia Legislativa do Rio, o Palácio dos Bandeirantes e o Edifício Matarazzo (sede da Prefeitura de São Paulo) haviam sido alvo de protestos. Nessa quinta, com novas bandeiras para o movimento sendo discutidas no Twitter e no Facebook e em meio às reivindicações sociais e políticas diversas que eram ouvidas, um novo grito destacou-se: "sem partidos".
    Integrantes dessas agremiações foram proibidos de erguer bandeiras por todo o País e o PT viu fracassar a convocação de sua "onda vermelha". Houve confronto até entre manifestantes dos "sem partido" e os do "sem fascismo". Mas o caráter multifacetado do movimento já preocupa especialistas e analistas políticos, que falam em "mal-estar" da democracia no Brasil.
    Em São Paulo, a manifestação chegou à Câmara, à Assembleia e a sede da Prefeitura, mas sem confrontos - na Paulista, o tom de festa venceu. No entanto, as consequências da redução de tarifa ainda eram avaliadas por Fernando Haddad (PT), que passou o dia refazendo contas. Há pelo menos três hipóteses para cobrir o déficit financeiro provocado pela revogação do aumento da tarifa, incluindo adiar o bilhete único mensal. De certo, o governo municipal aponta que o ritmo dos investimentos na cidade vai cair.
    Ainda na quinta, a Justiça de São Paulo mandou soltar os quatro estudantes do Mackenzie e outras dez pessoas presas em flagrante e acusados de atos de vandalismo nos protestos de terça-feira, na região da Avenida Paulista. Eles ainda vão responder por formação de quadrilha, resistência, crime de dano, desacato e incêndio. Já a Prefeitura vai cobrar do estudante de Arquitetura Pierre Ramon Alves de Oliveira, de 20 anos, os danos que confessou ter causado à sede do Executivo municipal, na tentativa de invasão, na terça-feira.

    quinta-feira, 20 de junho de 2013

    BRASIL

    Rio e São Paulo cedem e reduzem tarifa do transporte

    Após dias de protestos e confrontos entre polícia e manifestantes, prefeitos das duas cidades anunciam, quase simultaneamente, revogação do aumento no preço das passagens.
    Pressionados pelos maiores protestos em duas décadas no Brasil, as prefeituras de Rio de Janeiro e São Paulo cederam e anunciaram, nesta quarta-feira (19/06), a revogação do aumento das tarifas de transporte público nas cidades.
    Em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin comunicaram que as passagens de trem, metrô e ônibus passarão, a partir de segunda-feira, dos atuais 3,20 para 3 reais. No Rio, como anunciou o prefeito Eduardo Paes, a redução será nas tarifas de ônibus – de 2,95 para 2,75 reais. Em nota, o governo estadual do Rio informou que metrôs, trens e barcas também serão reduzidas.
    “Vamos revogar o reajuste dado, voltando à tarifa antiga”, anunciou Alckmin, em entrevista coletiva. “Será um sacrifício grande. Temos que cortar investimentos já que as empresas não podem arcar com os custos. Mas entendo que é importante.”
    O anúncio ocorre um dia após a sexta manifestação em São Paulo, uma das mais violentas. O ato reuniu milhares de pessoas e concentrou-se em frente ao prédio da prefeitura, que sofreu tentativa de invasão. Na manhã desta quarta, houve mais três novos protestos na cidade, mas de menores proporções.
    Polícia entra em confronto com manifestantes em Fortaleza
    No Rio de Janeiro, o maior protesto foi na segunda-feira passada. Na ocasião, policiais entraram em confronto com um grupo de cerca de 300 manifestantes, após a invasão da Assembleia Legislativa. Na entrevista coletiva desta quarta-feira, Paes criticou o episódio.
    “São pessoas que não sabem viver em um ambiente democrático e de respeito”, afirmou o prefeito do Rio.
    O maior protesto desta quarta-feira foi em Fortaleza, nos arredores do estádio Castelão, que recebeu a partida entre Brasil e México pela Copa das Confederações. Cerca de 30 mil pessoas tentaram marchar em direção ao estádio e furaram um bloqueio armado pela polícia, que respondeu com bombas de efeito moral. Alguns manifestantes revidaram com pedras.
    • Data 19.06.2013

    BRASIL

    Sem líderes, manifestações no Brasil mobilizam polos sociais distintos

    Foram os jovens que iniciaram os protestos no Brasil e motivaram outras parcelas da população a aderirem, dizem especialistas. Manifestantes não veem liderança única e afirmam que pauta diversa não enfraquece movimento.
    Os maiores protestos no Brasil em pouco mais de 20 anos e que reuniram centenas de milhares de pessoas nas ruas de todo o país nas duas últimas semanas começaram por causa do aumento das tarifas de passagens de ônibus em São Paulo. Mas, em poucos dias, o número e a composição dos mobilizados aumentou, ampliando também a lista de reivindicações por melhorias no país.
    O estopim para a massificação dos protestos foi a violenta repressão, pela polícia, às contestações na Avenida Paulista, centro financeiro de São Paulo, na última quinta-feira (12/06). Mais de duzentas pessoas foram detidas. Vários jornalistas e manifestantes foram feridos.
    Para o sociólogo Marcello Barra, foram os jovens universitários brasileiros usuários do transporte público que puxaram os protestos. "Quando tivemos a marcha da quinta-feira (12/06) em São Paulo, da violência explícita, houve uma reação generalizada da sociedade", disse, em entrevista à DW Brasil. Barra avalia que os protestos hoje envolvem movimentos de cidadania, sem teto, sem terra, artistas, negros, mulheres, ativistas pelos direitos de homossexuais, trabalhadores, estudantes e muitos outros. "Com a derrota do poder do Estado na quinta-feira, pelos atos violentos, a população tomou coragem", disse.
    "É muito difícil identificar quem são os organizadores", analisou o cientista político David Fleischer. Ele acredita que o movimento de contestação no Brasil é essencialmente formado por iniciativas individuais, com a participação de diversos grupos, mas sem a interferência direta de instituições. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha, feita durante um dos protestos em São Paulo, na segunda-feira (17/06), 84% dos participantes não tinham preferência partidária.
    Novo modelo político
    Os excessos da polícia durante o protesto da quinta-feira (12) em São Paulo motivaram o advogado Marcello Feller a se juntar a um grupo de dois mil voluntários que estão prestando auxílio jurídico aos manifestantes. "Sou advogado criminal e luto no meu dia a dia contra os abusos do Estado", disse.
    "É como o meu país estivesse me chamando, eu precisava fazer parte disso, ao vivo e a cores. Eu sempre fui muito questionador e achei que já estava no momento de parar de olhar a vida pela janela e ir para o meio da multidão", relatou o editor de moda Rafael Moura, de 30 anos, quando perguntado sobre o motivo que o fez ir às ruas.
    Polícia atira gás lacrimogêneo em manifestantesa caminho do estádio Castelão, em Fortaleza
    Rafael participou da marcha que reuniu 100 mil pessoas no Rio de Janeiro na segunda-feira (17), a maior aglomeração no país no dia em que os protestos se espalharam por todo o Brasil, com participação de mais de duzentas mil pessoas em várias cidades. "Vi jovens, pais com filhos, senhores, artistas, diferentes sexualidades. O que temos em comum é o sentimento se insatisfação", constata.
    O sociólogo Marcello Barra avalia que essas características indicam a busca por outro modelo político. "A criação da outra política não vai surgir a partir de fórmulas prontas, de líderes já constituídos. Essa outra política vai surgir desse novo momento", disse.
    Insatisfação social em comum
    Em todas as manifestações, os grupos organizados deixaram claro que não eram os únicos líderes, como é o caso do Movimento Passe Livre (MPL), que iniciou os protestos na última semana em São Paulo.
    Paique Duques, de 30 anos, representante do MPL no Distrito Federal, reforça que faixas etárias e classes sociais distintas estão representadas nos protestos. "A novidade é que muita gente que não tinha o costume de participar de protesto de rua agora está participando também." Para ele, existe um fenômeno da "emergência da participação política" na população brasileira, representada por atores diversos. 
    Jimmy Lima, de 17 anos, é estudante do ensino médio em Brasília e foi um dos que ajudou a reunir multidão que ocupou a frente do Congresso Nacional na última segunda (17), gerando algumas das imagens mais simbólicas dos protestos no Brasil. Jimmy se considera um estudante engajado e, depois de observar as manifestações em São Paulo e na própria capital federal no sábado passado (15), resolveu agir. Criou uma página na rede social Facebook para convocar a população local para o que chamou de Marcha do Vinagre. "No fim das contas, a gente quer um país melhor", explica Jimmy, dizendo que essa vontade é comum tanto ao adolescente quanto ao aposentado.
    Confrontos entre polícia e manifestantes em São Paulo (18/06)
    Paique Duques, que integra o MPL há nove anos, defende que a luta por um transporte de qualidade é antiga, mas que ganhou força agora com as promessas de melhorias com a Copa das Confederações – o torneio é considerado um ensaio geral para o Brasil, que sediará o Mundial de futebol no ano que vem. "Essas reformas urbanas foram preparadas pra montar grandes espetáculos, mas não para fazer com que o conjunto da população tivesse melhoria na cidade", avaliou.
    O músico Eduardo Barbosa, de 31 anos, também está incomodado com os investimentos feitos para a Copa, uma das principais bandeiras dos críticos nas ruas. Ele teme que em Manaus, sua cidade natal, as obras feitas para a Copa sejam em vão. "Acho uma inutilidade criar um estádio tão bom, com tanta tecnologia, para Manaus, quando ela não é uma capital que dá muito valor ao futebol.”
    Propostas claras numa agenda ampla
    A agenda ampla dos protestos inclui reclamações contra o aumento dos preços, a qualidade dos serviços de transporte, saúde e educação, casos de corrupção e contra os gastos excessivos com a Copa do Mundo. "Em geral, há uma população descontente, apesar de todos os programas sociais que o governo tem organizado para assistência social, principalmente aos mais pobres", diz o cientista político David Fleischer, que identifica uma dispersão no movimento por causa da "pluralidade da pauta".
    Manifestantes na Praça da Sé, em São Paulo (18/06): protesto inicialmente pacífico acabou em tumultos
    Para Mariana Moura, de 25 anos, o que tem motivado os brasileiros é a busca por qualidade de vida. "Minha qualidade de vida não melhorou e a gente está pagando cada vez mais", diz. Já o editor de moda Rafael Moura acha que a Copa das Confederações é um momento propício para que a população seja ouvida, opinião também compartilhada pelo jovem Jimmy. "A gente quer que o mundo veja que o Brasil não é só a Copa, que tem muito a ser feito por trás disso", diz o estudante.
    O advogado Marcelo Feller, no entanto, defende que é preciso ter propostas muito claras. "Gritar que você está cansado e não dar uma solução não resolve nada. Vamos ficar fazendo passeata até quando? Até o Brasil ficar perfeito?", questionou.
    Fôlego dos protestos
    Na quarta-feira (18/06), as prefeituras de São Paulo e do Rio de Janeiro anunciaram que revogariam o aumento das tarifas de ônibus. Apesar de serem iniciativas ainda pontuais, são consideradas um avanço. "Isso não quer dizer – e não garante em situação alguma – que o movimento vai se restringir à questão da passagem", disse Paique Duques, do MPL. Ele reconhece a incerteza do futuro deste movimento, que dependerá da reação que os manifestantes terão ao recuo de algumas autoridades. "Pela multiplicidade de atores, a gente não pode definir, não pode determinar exatamente o que vai acontecer", afirmou.
    O cientista politico David Fleischer avalia que, com o final da Copa das Confederações, o movimento pode perder corpo, mas ressurgir com mais força no ano que vem, quando acontecem as eleições gerais, além da Copa do Mundo. "Pode ser que apareçam algumas iniciativas populares para o Congresso, principalmente na área de reforma política", prevê.
    • Data 20.06.2013
    • Autoria Ericka de Sá, de Brasília
    • Edição Renate Krieger