quarta-feira, 29 de agosto de 2012


terça-feira, 28 de agosto de 2012

"Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la."
Cícero

“Educação” deveria ser verbo e não substantivo. Devendo estar sempre no gerúndio. Poderia ser acompanhada por artigo indefinido e partitivo (não quantificável), como existente em outras línguas. Se assim fosse, entenderíamos sua presença co
nstante e progressiva em nossa vida. Compreenderíamos que trata-se de algo imensurável em sua quantidade e valor.
O verbo educar ao ser representado na fala ou na escrita deveria tomar sempre o formato plural e, quando no infinitivo, impessoal. Dessa forma, expressaria sua essência coletiva e interacionista. Educar é definitivamente um ato que só ocorre entre “eu” e o “outro”, ou entre os “outros”: nunca comigo mesmo... sempre plural, já apontava Paulo Freire!
Levando ao extremo, na gramática, “mim” como sujeito deveria ter uso proibido na mesma frase que contenha a palavra educação. Esse “mim” não funciona como sujeito da ação... e a ação é inerente a educação. Da mesma forma, não poderia ser usada juntamente com conjunção coordenada adversativa “mas”. Deveria ser usada apenas com advérbio de intensidade “mais”. Assim ele nunca nos remeteria a adversidade, mas a seu aspecto intensivo e somatório. Compreenderíamos que a educação apenas acrescenta.
Sabe-se que a palavra educação é feminino. Talvez para fazer alusão à sua capacidade reprodutora. É a única riqueza que quanto mais usamos, mais adquirimos.
Educação deveria ser conjunção. Assim, entenderíamos que ela criar vínculos e promover união. A educação deveria nos tornar mais iguais: humanos! Não deveria ser entendida como medalha que colocada no peito nos torna melhores do que os outros.
Educação e suas variantes deveriam permitir apenas contração e não junção com prefixos. Dessa forma denunciaria sua capacidade de troca recíproca. É ensinando que se aprende... A educação é marcada pela interação social, o que vai além do mero contato físico. Trata-se de um processo de troca de significados que inicia quando nascemos e termina apenas com o fim do contato com a sociedade, normalmente quando morremos. Por isso, reitero, educação deveria ser gerúndio...
Será que precisaremos alterar a gramática para entendermos as virtudes da educação?

Por Cristiano Bodart, doutorando em Sociologia/USP
Ilustração: Jaime Guimarães - Professor e cartunista do blog grooeland.blogspot.com

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

"Há quem leve a vida inteira a ler sem nunca ter conseguido ir mais além da leitura, ficam pegados à página, não percebem que as palavras são apenas pedras postas a atravessar a corrente de um rio, estão alí é para que possamos chegar à outra margem, a outra margem é que importa"

José Saramago
Ilustração: Ana Sanfelippo

"Educar não se limita a repassar informações ou mostrar apenas um caminho, aquele caminho que o professor considera o mais correto, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. É aceitar-se como pessoa e saber aceitar os outros. É oferecer várias ferramentas para que a pessoa possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar. Educar é preparar para a vida".

(KAMI, 1991, pg.125).

terça-feira, 21 de agosto de 2012


Eles são contra 10% do PIB para a Educação

Oitenta deputados assinaram o recurso que leva o Plano Nacional de Educação para discussão em plenário (leia CNTE Informa nº 630). A manobra, além de adiar a tramitação do PNE no Congresso, coloca em risco a votação na Comissão Especial pelo investimento de 10% do PIB em educação até 2022.
Nós podemos reverter esse quadro pressionando os deputados a retirarem a assinatura do recurso. São necessárias no mínimo 41 desistências (metade+1) dos parlamentares. Eles deverão subscrever um recurso coletivo abrindo mão da votação em plenário.
Vamos exigir deles compromisso e prioridade para educação: o maior investimento que o Brasil pode fazer hoje em benefício das gerações futuras.
1 ADEMIR CAMILO PSD MG dep.ademircamilo@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5212 - Fax: 3215-2212

2 AFONSO HAMM PP RS dep.afonsohamm@alternet.com.br
Telefone: (61) 3215-5604 - Fax: 3215-2604

3 ANDRE VARGAS PT PR andrevargaspt@sercomtel.com.br
Telefone: (61) 3215-5923 - Fax: 3215-2923

4 ÂNGELO AGNOLIN PDT TO dep.angeloagnolin@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5367 - Fax: 3215-2367

5 ARLINDO CHINAGLIA PT SP dep.arlindochinaglia@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5966 - Fax: 32152966

6 ARMANDO VERGÍLIO PSD GO dep.armandovergilio@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5816 - Fax: 3215-2816

7 AROLDE DE OLIVEIRA PSD RJ dep.aroldedeoliveira@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5917 - Fax: 3215-2917

8 ÁTILA LINS PSD AM dep.atilalins@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5730 - Fax: 3215-2730

9 AUREO PRTB RJ dep.aureo@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5581 - Fax: 3215-2581
AUREO LIDIO MOREIRA RIBEIRO

10 BENEDITA DA SILVA PT RJ dep.beneditadasilva@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5330 - Fax: 3215-2330

11 BOHN GASS PT RS dep.bohngass@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5473 - Fax: 3215-2473

12 CARLOS MAGNO PP RO dep.carlosmagno@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5213 - Fax: 3215-2213

13 CARLOS SOUZA PSD AM dep.carlossouza@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5319 - Fax: 3215-2319

14 CELSO MALDANER PMDB SC dep.celsomaldaner@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5311 - Fax: 3215-2311

15 COSTA FERREIRA PSC MA dep.costaferreira@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5554 - Fax: 3215-2554

16 DANRLEI DE DEUS HINTERHOLZ PSD RS dep.danrleidedeushinterholz@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5566 - Fax: 3215-2566

17 DIEGO ANDRADE PSD MG dep.diegoandrade@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5307 - Fax: 3215-2307

18 DILCEU SPERAFICO PP PR dep.dilceusperafico@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5746 - Fax: 3215-2746

19 DOMINGOS DUTRA PT MA dep.domingosdutra@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5806 - Fax: 3215-2806

20 EDMAR ARRUDA PSC PR dep.edmararruda@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5962 - Fax: 3215-2962

21 ELCIONE BARBALHO PMDB PA dep.elcionebarbalho@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5919 - Fax: 3215-2919

22 ELISEU PADILHA PMDB RS dep.eliseupadilha@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5222 - Fax: 3215-2222

23 ERIVELTON SANTANA PSC BA dep.eriveltonsantana@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5756 - Fax: 3215-2756

24 FÁBIO FARIA PSD RN dep.fabiofaria@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5335 - Fax: 3215-2335

25 FÁTIMA PELAES PMDB AP dep.fatimapelaes@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5416 - Fax: 3215-2416

26 FELIPE BORNIER PSD RJ dep.felipebornier@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5216 - Fax: 3215-2216

27 FERNANDO FERRO PT PE dep.fernandoferro@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5427 - Fax: 3215-2427

28 FRANCISCO ARAÚJO PSD RR dep.franciscoaraujo@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5587 - Fax: 32152587

29 GEORGE HILTON PRB MG dep.georgehilton@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5843 - Fax: 3215-2843

30 GERALDO RESENDE PMDB MS RETIROU A ASSINATURA

31 GERALDO SIMÕES PT BA dep.geraldosimoes@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5446 - Fax: 3215-2446

32 GIOVANNI QUEIROZ PDT PA dep.giovanniqueiroz@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5618 - Fax: 3215-2618

33 GUILHERME CAMPOS PSD SP dep.guilhermecampos@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5283 - Fax: 3215-2283

34 GUILHERME MUSSI PSD SP dep.guilhermemussi@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5712 - Fax: 3215-2712

35 HÉLIO SANTOS PSD MA dep.heliosantos@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5268 - Fax: 3215-2268

36 HOMERO PEREIRA PSD MT dep.homeropereira@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5960 - Fax: 3215-2960

37 HUGO LEAL PSC RJ dep.hugoleal@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5631 - Fax: 3215-2631

38 HUGO NAPOLEÃO PSD PI dep.hugonapoleao@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5414 - Fax: 3215-2414

39 JANETE ROCHA PIETÁ PT SP dep.janeterochapieta@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5578 - Fax: 3215-2578

40 JAQUELINE RORIZ PMN DF dep.jaquelineroriz@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5408 - Fax: 3215-2408

41 JILMAR TATTO PT SP dep.jilmartatto@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5548 - Fax: 3215-2548

42 JOÃO MAGALHÃES PMDB MG dep.joaomagalhaes@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5211 - Fax: 3215-2211

43 JOSÉ CARLOS ARAÚJO PSD BA dep.josecarlosaraujo@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5246 - Fax: 3215-2246

44 JOSÉ DE FILIPPI PT SP dep.josedefilippi@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5611 - Fax: 3215-2611


45 JOSÉ MENTOR PT SP dep.josementor@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5502 - Fax: 3215-2502

46 JÚLIO CESAR PSD PI dep.juliocesar@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5944 - Fax: 3215-2944

47 LAERCIO OLIVEIRA PR SE dep.laerciooliveira@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5629 - Fax: 3215-2629

48 LEONARDO GADELHA PSC PB dep.leonardogadelha@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5735 - Fax: 3215-2735

49 LUCIANO CASTRO PR RR dep.lucianocastro@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5401 - Fax: 3215-2401

50 LUIZ ALBERTO PT BA dep.luizalberto@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5954 - Fax: 3215-2954

51 MANOEL SALVIANO PSD CE dep.manoelsalviano@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5506 - Fax: 3215-2506

52 MÁRCIO MACÊDO PT SE dep.marciomacedo@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5654 - Fax: 3215-2654

53 MARCON PT RS dep.marcon@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5569 - Fax: 3215-2569

54 MOREIRA MENDES PSD RO dep.moreiramendes@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5943 - Fax: 3215-2943

55 NAZARENO FONTELES PT PI dep.nazarenofonteles@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5640 - Fax: 3215-2640

56 NELSON MARQUEZELLI PTB SP dep.nelsonmarquezelli@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5920 - Fax: 3215-2920

57 NELSON MEURER PP PR dep.nelsonmeurer@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5916 - Fax: 3215-2916

58 NELSON PADOVANI PSC PR dep.nelsonpadovani@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5513 - Fax: 3215-2513

59 NILTON CAPIXABA PTB RO dep.niltoncapixaba@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5724 - Fax: 3215-2724

60 ONOFRE SANTO AGOSTINI PSD SC dep.onofresantoagostini@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5404 - Fax: 3215-2404

61 PAULO FEIJÓ PR RJ dep.paulofeijo@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5286 - Fax: 3215-2286

62 PAULO MAGALHÃES PSD BA dep.paulomagalhaes@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5903 - Fax: 3215-2903

63 PEDRO CHAVES PMDB GO dep.pedrochaves@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5406 - Fax: 3215-2406

64 POLICARPO PT DF RETIROU A ASSINATURA

65 PROFESSOR VICTÓRIO GALLI PMDB MT RETIROU A ASSINATURA

66 REINHOLD STEPHANES PSD PR dep.reinholdstephanes@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5820 - Fax: 3215-2820

67 RICARDO ARCHER PMDB MA dep.ricardoarcher@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5710 - Fax: 3215-2710

68 RICARDO IZAR PSD SP dep.ricardoizar@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5634 - Fax: 3215-2634

69 ROBERTO BALESTRA PP GO dep.robertobalestra@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5219 - Fax: 3215-2219

70 ROBERTO BRITTO PP BA dep.robertobritto@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5733 - Fax: 3215-2733

71 ROBERTO SANTIAGO PSD SP dep.robertosantiago@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5533 - Fax: 3215-2533

72 ROGÉRIO PENINHA MENDONÇA PMDB SC dep.rogeriopeninhamendonca@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5656 - Fax: 3215-2656

73 SÉRGIO BARRADAS CARNEIRO PT BA dep.sergiobarradascarneiro@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5834 - Fax: 3215-2834

74 SÉRGIO BRITO PSD BA dep.sergiobrito@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5638 - Fax: 3215-2638

75 SÉRGIO MORAES PTB RS dep.sergiomoraes@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5258 - Fax: 3215-2258

76 SIBÁ MACHADO PT AC dep.sibamachado@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5421 - Fax: 3215-2421

77 SILAS CÂMARA PSD AM dep.silascamara@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5532 - Fax: 3215-2532

78 VITOR PAULO PRB RJ dep.vitorpaulo@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5422 - Fax: 3215-2422

79 WALTER TOSTA PSD MG dep.waltertosta@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5214 - Fax: 3215-2214

80 ZÉ SILVA PDT MG dep.zesilva@camara.gov.br
Telefone: (61) 3215-5573 - Fax: 3215-2573
 FONTE: SINTE/RN

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Ministro defende que todos os royalties do Pré-sal sejam dirigidos à EducaçãoPDFImprimirE-mail
audiencia_mercadante_09_agostoEm audiência realizada nesta quinta-feira (9) com a CNTE, o Ministro da Educação, Aloísio Mercadante, reafirmou a determinação do ministério em garantir o aumento real do piso do magistério. Ele disse ainda, que vai buscar apoio para aumentar os recursos do orçamento do MEC. "Não vejo a menor chance de aumentar impostos na atual conjuntura. A fonte que existe são os royalties. Eu estou defendendo 100% dos royalties do Pré-sal para a educação", afirmou.

O presidente da CNTE, Roberto Leão, reiterou a necessidade da abertura de mesa de negociação, com a participação da Undime e do Consed, para tratar do PL 3776/08 – que tramita na Câmara e muda o índice de reajuste do piso. Ele também salientou a necessidade de discutir da regulamentação da jornada de trabalho, conforme o parecer 9/2012 da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE), relatado pela conselheira Maria Izabel Azevedo Noronha, item da Lei do Piso ainda não cumprido pela maioria dos estados e municípios brasileiros. Essa discussão deverá ser feita com a participação das três entidades e do CNE. O ministro Mercadante se comprometeu a marcar a reunião para discutir os dois temas na semana de 20 a 24 de agosto.
Além do presidente Roberto Leão, também estavam presentes na audiência, pela CNTE, o vice-presidente Milton Canuto; a secretaria geral, Marta Vanelli; o secretário de Assuntos Educacionais, Heleno Araújo, o coordenador do Departamento de Funcionários, Edmilson Lamparina; e o secretario-executivo, Joel de Almeida Santos. Pelo MEC também participaram o secretário executivo, José Henrique Paim Fernandes; o secretario executivo adjunto, Francisco das Chagas Fernandes; e o assessor Carlos Ramiro de Castro. (CNTE, 09/08/12)
FONTE: CNTE

quarta-feira, 8 de agosto de 2012


‎"Uma das tragédias mundiais é que nós damos pouquíssima importância para a educação e, logo, pagamos salários baixos para os professores. Isso tem duas consequências: primeiro, como o salário é tão baixo, os professores mais motivados e qualificados encontram outra coisa para fazer ou vão ensinar em algumas seletas escolas particulares. Segundo, os professores insatisfeitos com as condições financeiras não estão motivados para darem seu melhor. Por exemplo: o que eu acredito que é comum em muitos países é o gasto maior de dinheiro em defesa e armas de destruição em massa em vez de investir no futuro de nossas crianças. Nos Estados Unidos, por exemplo, 53% do orçamento é destinado para a defesa e para as armas de destruição em massa, enquanto menos de 1% é destinado para a educação. Se nós temos as nossas prioridades de cabeça para baixo, como podemos gerar crianças preparadas para lidar com os problemas da sociedade de uma maneira civilizada?"
FONTE: CNTE

Arun Gandhi: temos de ensinar sobre emoções que as pessoas não entendem
08 de agosto de 2012  11h28

A educação tem que levar em conta a cultura e necessidade locais, além de ensinar às pessoas sobre as emoções que elas não conseguem entender ou usar .... Foto: Júlio Vilela/Divulgação
"A educação tem que levar em conta a cultura e necessidade locais, além de ensinar às pessoas sobre as emoções que elas não conseguem entender ou usar de fato", diz Arun
Foto: Júlio Vilela/Divulgação
Ser neto de um dos principais pacifistas do mundo em todos os tempos é apenas um dos cartões de visita de Arun Gandhi. Ativista político atuante em causas humanitárias, o sul-africano nascido em 1934 vivenciou na juventude a era de preconceito e ódio do apartheid. Casou e mudou-se para a Índia, onde, por três décadas, trabalhou como jornalista e desenvolveu, ao lado de amigos e da esposa Sunanda, morta em 2007, diversas iniciativas com crianças em situações de risco. Em 2008, fundou o Gandhi Worldwide Education Institute, nos Estados Unidos, e trabalha com iniciativas voltadas para a educação dos pequenos carentes no país de origem do avô.
Escritor, ele hoje viaja pelo mundo palestrando sobre questões como educação, inclusão e violência. Recentemente, veio ao Brasil para o fórum Educação em Primeiro Lugar, realizado em Salvador. Em entrevista exclusiva ao Terra, Arun comentou sobre modelos de ensino em diferentes países, além de abordar temas como individualismo e consumismo. "Quando as pessoas aprendem a medir o sucesso em termos de possessões materiais, então nós sempre estaremos comparando o que nós temos com os outros, e descobriremos que alguns têm mais do que precisam, enquanto nós temos menos do que precisamos. Então o conflito começa e leva à violência", diz.
Confira a seguir a íntegra da entrevista, em que Arun também revela um pouco sobre a convivência com o avô Mahatma Gandhi.
Terra - Qual é o problema da educação nos dias de hoje? 
Arun Gandhi - Uma das tragédias mundiais é que nós damos pouquíssima importância para a educação e, logo, pagamos salários baixos para os professores. Isso tem duas consequências: primeiro, como o salário é tão baixo, os professores mais motivados e qualificados encontram outra coisa para fazer ou vão ensinar em algumas seletas escolas particulares. Segundo, os professores insatisfeitos com as condições financeiras não estão motivados para darem seu melhor. Por exemplo: o que eu acredito que é comum em muitos países é o gasto maior de dinheiro em defesa e armas de destruição em massa em vez de investir no futuro de nossas crianças. Nos Estados Unidos, por exemplo, 53% do orçamento é destinado para a defesa e para as armas de destruição em massa, enquanto menos de 1% é destinado para a educação. Se nós temos as nossas prioridades de cabeça para baixo, como podemos gerar crianças preparadas para lidar com os problemas da sociedade de uma maneira civilizada?

Terra - Podemos usar países europeus que sejam referência em educação como modelo para lugares como o Brasil? Ou não podemos comparar os processos históricos de países diferentes e sim considerar apenas a realidade de cada um? 
Arun - Meu entendimento sobre a política de educação básica do meu avô é que o que é bom para um país não é necessariamente bom para outro. Ou mesmo em uma sociedade, o que é bom para as pessoas que vivem nas áreas urbanas não é, necessariamente, bom para as populações das áreas rurais. Atualmente, na maior parte do mundo, a educação é orientada pelo meio urbano e para a carreira, o que faz com que todos recebam o mesmo tipo de educação. Para quem trabalha com agricultura, por exemplo, aprender sobre ciência e história não é muito útil. Nós temos que aceitar o fato de que nem todos vão aspirar à universidade, por diversas razões pessoais. Portanto, a educação tem que levar em conta a cultura e necessidade locais, além de ensinar às pessoas sobre as emoções que elas não conseguem entender ou usar de fato. Na realidade, nós praticamos a lei da selva: os mais fortes sobrevivem. Se alguém não tem o cérebro ou os meios de conseguir o que precisa, então isso é muito ruim, e ele merece sofrer. Esse é o tipo de política que gera grande parte da violência no mundo e na sociedade. Em resumo, a educação não é apenas o que cada um aprende na escola, mas o tipo de estrutura que as pessoas têm em casa.

Terra - O senhor trabalhou durante 30 anos com crianças em situação de risco na Índia e criou o seu próprio instituto há quatro anos, nos Estados Unidos. Quais são as diferenças entre desenvolver um trabalho em um país rico em relação ao desenvolvido na Índia? 
Arun - O programa desenvolvido na Índia é de um tipo mais ativista, em que trabalhamos com crianças desprivilegiadas, que crescem em uma pobreza tão extrema que seus pais têm que fazê-los trabalhar ou implorar para que, com quatro ou cinco anos de idade, consigam vender seus filhos para fazerem trabalhos escravos ou sexuais. De uma pequena forma, nós tentamos fazer a diferença na vida de algumas pessoas, além de ensiná-las, na Índia e nos Estados Unidos, que a desumanização de cada indivíduo em qualquer lugar é a desumanização das pessoas do mundo inteiro. A pobreza é a pior forma de violência, e enquanto nós a tolerarmos em qualquer lugar, nós próprios nos tornamos opressores. Nos Estados Unidos, o programa é mais focado em educação e consciência.

Terra - Como neto de Mahatma Gandhi, o senhor via diferenças entre ele como avô e como figura pública? Pessoalmente ele era diferente do que as pessoas imaginam? 
Arun - Eu não acho que houvesse nenhuma diferença, porque ele considerava toda a humanidade parte de uma única família. É por isso que ele tratava a todos com o mesmo amor e respeito com que tratava a própria família. Além disso, como eu vivi mais próximo a ele por um curto período de tempo, não desfrutei de privilégios especiais.

Terra - Um dos princípios do seu instituto é a Sarvodaya, o bem estar de todos, uma das marcas de seu avô. De quais formas o senhor aplica o legado dele em seu trabalho? 
Arun - Meu avô sempre dizia que, enquanto houvesse lágrimas nos olhos de uma pessoa em qualquer lugar do mundo, ele não poderia descansar em paz. Criar uma sociedade baseada na Sarvodaya, no mundo inteiro, é a nossa responsabilidade. Isso pode ser feito apenas quando entendemos a diferença entre a caridade motivada pela pena e a caridade motivada pela compaixão. A diferença entre as duas é que quando nós vemos uma pessoa ou família pobres e apenas damos alguma comida para eles, a nossa caridade é motivada pela pena. A ideia é fazer a boa ação e ir embora satisfeitos por ter aberto a nossa porta para o céu. Mas se a caridade é motivada pela compaixão, então nós iremos tentar descobrir por que essa pessoa ou família não consegue tomar conta deles próprios e como nós podemos fazer com que eles percebam seu próprio potencial. Através da nossa pena, nós esmagamos o auto-respeito dos outros e fazemos com que eles sejam dependentes da caridade para sempre.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012


SINTE-RN discute estratégias para atuar em defesa da categoria da rede estadual

A direção do SINTE-RN esteve reunida com a assessoria jurídica do Sindicato para discutir as estratégias para atuar a favor da categoria junto aos direitos negados e ações judiciais contra ao governo do estado.
Entre os assuntos tratados esteve a preocupação relacionada aos profissionais dos convênios que mais uma vez tiveram confiscado dos seus salários os 22,22%. A secretaria de Administração já publicou portaria disciplinando quem terá direito a este percentual nos seus vencimentos mensais. Contudo, o envio da portaria constando na folha da Educação com a regularização destes nomes ainda não foi feita.
O entendimento da diretoria do SINTE-RN, bem como da assessoria jurídica, é que o estado comete arbitrariedades ao tratar a categoria como se existissem duas matrizes salariais. O Sindicato atuará na defesa dos profissionais cedidos quer estejam em trabalho direto com aluno quer em outra atividade.
De acordo com a coordenadora geral Fátima Cardoso, “será aguardada uma conversa que ainda pode resultar em negociação. Caso isso não aconteça convocaremos os interessados ao Sindicato na próxima semana para reunião e encaminhamentos de uma ação judicial”, disse.

FONTE: SINTE/RN