quinta-feira, 29 de abril de 2010

REFLEXÕES SOBRE A EDUCAÇÃO

Reflexões sobre a educação na atualidade: tensões e angústias do professor

O mundo atual vive mergulhado num caos de problemas e angústias em consequência das mudanças pelas quais passou nestes últimos tempos, como podemos citar: a revolução tecnológica, a exacerbação religiosa, as mudanças na ordem mundial (como a queda do muro de Berlim, por exemplo), a globalização, entre outros. Tudo isso traz uma grande repercussão para a vida do homem, em todos os setores, inclusive (e talvez principalmente) na educação; consequentemente, isto não tinha como deixar de repercutir na vida dos docentes, já que estes trabalham com a vida humana, com a “produção de sentidos”, com o subjetivismo; o professor está intrinsecamente ligado às coisas do mundo, aos acontecimentos que ocorrem ao seu redor.
Angústias e interrogações “sacodem” o mundo individual do educador atual, que tem uma série de fatores e coisas que funcionam como seus rivais nessa “exaustiva” profissão. Essas angústias são naturalmente normais na vida do professor da atualidade, ou da maioria deles. Segundo Celso Vasconcelos, não podemos afirmar que, no tempo atual, um professor que não tenha um nível razoável de angústia em relação à sua atividade, que não se sinta desacomodado, com certeza não é um professor do tempo atual.
Neste contexto, fica registrado que nem sempre o professor atual se angustia com os acontecimentos do mundo, esse mundo que está vivendo grandes, velozes e profundas transformações. Mas a sociedade dita moderna está em crise. Por isso, é necessário que o professor repense continuamente o seu papel, assuma-se enquanto profissional da educação, enquanto ____________________________________
Mestranda em Literatura e diversidade Cultural – UEFS
Graduada em Letras Vernáculas – UNEB
Especialista em Gêneros Literários - UNEB

profissional humano, social e político, tomando partido, ousando, não se omitindo, engajando-se social e politicamente, sendo não apenas um mediador do conhecimento, mas possibilitando transformações nas estruturas opressoras dessa sociedade classicista em que vivemos.
Entretanto, o professor é um profissional que vem contínua e lentamente sendo desvalorizado e, provavelmente, essa desvalorização está agindo como fator negativo para a vida docente, desestimulando esses profissionais; além disso, estes recebem os piores salários, se formos pensar na relevância dessa profissão. É claro que um erro não justifica o outro, que este fato não pode levar o professor a agir de forma errada em relação ao seu trabalho, principalmente por estar voltado à vida humana, mas um docente é também um ser humano; não é um deus, precisa viver; não é uma enciclopédia, precisa estudar; não é de ferro, precisa de descanso; é de carne e osso, pode adoecer; é humano, por isso pode falhar, e tem necessidades (físicas, sociais, psicológicas, afetivas...). Desvalorizado e à margem, o professor se desencanta com a profissão e, em sua maioria, esses educadores desencantados são também maus profissionais que “alinhavam” o processo de ensino-aprendizagem.
Levando em conta que cada um deve se responsabilizar pela realização do seu projeto pessoal, cabe ao professor, enquanto profissional de educação, independente dos percalços da profissão, realizar os objetivos que esta profissão exige. Para isso, entretanto, faz-se necessário que o próprio professor internalize “sua missão”, faça uma viagem interior e reflita sobre seu papel social e político, sobre sua importância (mesmo que não reconhecida) para a sociedade. É preciso que o professor ainda acredite que é pela educação que o mundo pode melhorar. A escola ainda é o maior veículo transmissor do conhecimento, mesmo com tantos outros que circulam neste novo tempo, um tempo tecnológico.
O ser humano tem que estar preparado para acompanhar a evolução do tempo, as inovações do mundo e é através da escola que ele irá se preparar tanto para seu crescimento pessoal quanto profissional. Se a educação tem papel relevante no desenvolvimento do individuo e das sociedades, o professor é o elemento mediador desse desenvolvimento, tendo papel determinante na formação de atitudes, despertando no aluno a curiosidade e estimulando o intelectualismo, bem como desenvolvendo a autonomia para criar as necessárias condições de sucesso da educação formal.
A escola é um portal do conhecimento. Mas enquanto a educação não for realmente prioridade neste país, não será possível acontecer melhorias nem desenvolvimento. Professor desmotivado e desencantado com a educação não tem possibilidade de ser um bom profissional, portanto, alija o próprio ofício e o processo de buscar e levar o conhecimento. Espremido pelas diversos fatores que o leva à necessidade de atualização permanente, o professor busca meios para redefinir o seu fazer educacional.
Exige-se competência e profissionalismo do professor, fazendo recair sobre ele a grande responsabilidade sobre a educação de qualidade, no entanto, este já traz em si mesmo os graves problemas sociais porque passa ele mesmo e a sociedade, então como poderá resolvê-los na sala de aula? Uma sala de aula onde tantos alunos chegam vindos também de graves problemas sociais como a fome, a pobreza, a violência, as drogas, a família desajustada, a falta de saúde, entre outros; por outro lado, tem alunos que tem excesso de bens materiais e de liberdade, de mimos, de oportunidades. Como equilibrar tantas tensões sociais? O professor é capaz de levar esses alunos a enfrentar seus problemas e, ainda, fazê-lo apreender os conhecimentos planejados?
Neste contexto, é relevante que os governantes revejam seu olhar sobre a educação e, consequentemente, sobre os profissionais de educação. É preciso resgatar o valor do docente enquanto profissional para que este possa encontrar sua identidade. Para isto, é preciso também que este se sinta seguro quanto a importância do seu papel social e profissional. O professor não deve temer sair à luta pela valorização do seu espaço, pois é através da luta pela dignidade, pela cidadania, pela igualdade de direitos, pela ética no convívio social e na política que poderá aprender a importância da formação de sua identidade.
A educação, direito de todos, deve acontecer através de pessoas seguras de seu ofício, do seu valor pessoal e profissional, bem como capazes de entender, ou pelo menos saber gerenciar, as tensões que ocorrem no mundo; a prática educacional deve acontecer de forma natural, sem opressão, pois como diz Sócrates, quem é livre não deve aprender ciência alguma como uma escravatura. E que os esforços físicos, praticados à força, não causam mal algum ao corpo, ao passo que na alma não permanece nada que tenha entrado pela violência. Portanto, A educação deve ocorrer de forma natural e prazerosa.
Discutir sobre o papel do professor acaba nos fazendo enveredar por caminhos diversos, já que a educação está em todo lugar, mas fazê-lo é necessário. Acreditar em mudanças melhores e mais eficazes para esta instancia e para a vida dos profissionais que nela estão inseridos é uma necessidade, pois não se pode deixar levar pela insegurança, pela desesperança. Esperar numa vida melhor, cuidar para que isto aconteça é tarefa de todos, pais e professores, alunos, sociedade, governantes, todos juntos em busca de um bem comum, de certezas, de vitórias, este é o cenário que se deve montar. Em unidade, todos conseguiremos fazer o melhor, mas com os pés no chão, sem utopias, usando as tensões e angústias, os desencontros, as carências, a insegurança e o medo, como motivos impulsionadores dessa luta de todos nós por uma educação de qualidade.

Arlania Menezes
Mestranda em Literatura - UEFS
Nana de Pinho
Publicado no Recanto das Letras em 30/11/2009
Código do texto: T1953267

quarta-feira, 28 de abril de 2010


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PROFISSÕES DO FUTURO

28/04/2010 - 19h48
Estudo mapeia mais de cem profissões do futuro

Nanomédicos, cirurgiões que ampliam a memória, policiais do clima e guias turísticos espaciais estão entre as 107 profissões que estarão em alta no futuro, de acordo com o estudo "The shape of jobs to come" ("Os tipos de trabalhos que virão"), realizado pela consultoria de tendências britânica FastFuture.

Para o estudo, que faz uma análise prevendo o período de hoje a 2030, a empresa ouviu mais de 486 especialistas de 58 países, em cinco continentes.

Levando em conta fatores econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais e científicos, foi elaborada uma lista que se dividia em "profissões ainda inexistentes", como policial do clima, e as que existem mas cuja demanda deve aumentar, como nanomédico.

Abaixo, dez profissões entre as consideradas mais importantes em um mundo que, segundo a pesquisa, terá que lidar diariamente com as mudanças climáticas, e onde a escassez de água e alimentos será um dos maiores problemas que a comunidade internacional terá que resolver.

O crescimento e o envelhecimento da população devem ser levados em conta. Segundo o estudo, as Nações Unidas prevêem que a população chegue a 9,1 bilhões até 2050. O envelhecimento da população vai pressionar governos, empresas e famílias. E os avanços da ciência e tecnologia vão ter um espaço maior na sociedade. As 20 profissões mais importantes, segundo o estudo, indicam uma tendência de combinar qualificações e habilidades de disciplinas diferentes.

Policial do clima. As ações de um país podem ter impacto no clima de outro, e serão necessários profissionais que salvaguardem internacionalmente a quantidade de emissões de carvão lançada na atmosfera.

Fabricantes de partes do corpo. A medicina regenerativa já está dando os primeiros passos. No futuro, serão necessários profissionais que combinem as qualificações médicas com conhecimentos de robótica e de engenharia.

Nanomédicos. Avanços na nanotecnologia oferecem o potencial de uma gama de artefatos de nível sub-atômico e permitirão uma medicina muito mais personalizada, onde os remédios serão administrados no local exato onde a doença se desenvolveu.

Farmagranjeiros. Esta profissão envolve conhecimentos farmacêuticos que permitam modificar geneticamente as plantas, de forma que possa ser produzida uma quantidade maior de alimentos, com um maior potencial proteico e terapêutico. Entre as possibilidades do futuro estão tomates que sirvam como "vacinas" ou leite "com propriedades terapêuticas".

Geriatras. Os médicos especializados no atendimento de pacientes da terceira idade no prolongamento de uma vida ativa têm futuro garantido. E eles deverão cuidar não só do estado físico do paciente, como também de sua saúde mental.

Cirurgiões para o aumento da memória. É possível que, no futuro, seja possível a implantação de um chip que funcione como um disco rígido para a mente humana e seja possível armazenar nele os fatos que o ser humano não seja capaz de se lembrar. Serão necessários cirurgiões que saibam como realizar essa operação.

Especialista em ética científica. À medida em que a tecnologia e a ciência se integram mais no dia a dia através da nanotecnologia, do estudo das proteínas do organismo e da genética, surgirá mais polêmica sobre o possível uso maléfico de tecnologias e seu impacto social. Serão necessários profissionais com amplo conhecimento de ciência. No futuro, a pergunta a ser respondida não será apenas "É possível fazer isso?", mas também "É correto que se faça?"

Especialista em reversão de mudanças climáticas. Haverá cada vez mais uma demanda por profissionais capazes de reverter os efeitos devastadores do fenômeno: pessoas com capacidade para aplicar soluções multidisciplinares como a construção de guarda-sóis gigantes para desviar os raios do sol.

Destruidor de dados pessoais. No futuro, especialistas vão se dedicar a destruir os dados pessoais e informações sensíveis de indivíduos. Elas devem ser apagadas de forma segura e definitiva para evitar serem alvo de ataques de hackers.

Organizadores de vidas eletrônicas. A quantidade de informações disponíveis será tão grande que serão necessários profissionais especializados em organizar a vida eletrônica dos indivíduos. Entre as tarefas estarão ler e arquivar correspondência eletrônica, e garantir que um emaranhado de dados existentes esteja organizado de forma coerente.

UOL EDUCAÇÃO

terça-feira, 27 de abril de 2010

TEMPOS SOMBRIOS

REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 156
Tempos sombrios
Três projetos de lei que tratam da violência contra o docente tramitam no Congresso Nacional; número indica que o assunto ganhou a atenção pública

Beatriz Rey



Há cinco anos, quando o estudo "Cotidiano das Escolas: entre violências", realizado pela Unesco, foi divulgado, soube-se que 47% dos professores ou funcionários das escolas analisadas já haviam sido xingados por alunos. Nas 110 escolas pesquisadas, 11% dos membros do corpo técnico-pedagógico declararam ter sofrido agressão física na escola no ano anterior. A análise foi feita em seis capitais do país. Não demorou muito para que outra pesquisa ganhasse a atenção pública. "A vitimização de professores e a alunocracia", análise feita por Tânia Maria Scuro Mendes e Juliana Mousquer, da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), apontou há dois anos que 58% dos docentes ouvidos não se sentem seguros em relação às condições ambientais e psicológicas nos seus contextos de trabalho. Além disso, 89% declararam que gostariam de contar com leis que os amparassem no que diz respeito a essa insegurança. A pesquisa envolveu questionários e entrevistas com 200 professores das rede pública e privada de dez escolas na Grande Porto Alegre (RS).
O material chegou às mãos do senador Paulo Paim (PT-RS), que propôs, no ano passado, um projeto de lei (PL 191/2009) sobre a violência contra o professor. A exemplo da Lei Maria da Penha, que combate a violência contra a mulher, sancionada em 2007, a ideia do projeto é estabelecer normas de encaminhamento para o professor agredido e de criminalização do agressor. O projeto, aprovado em novembro pela Comissão de Educação do Senado, também cria medidas protetivas.

Na mesma época, o deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) apresentou à Câmara projeto similar (6269/2009), que prevê a criação de um Programa Nacional de Prevenção à Violência contra Educadores (Pnave) e o estabelecimento de penas específicas aos agressores (leia texto na página 44). Por fim, a senadora Marisa Serrano (PMDB/MS) propôs projeto que estabelece um Sistema Nacional de Acompanhamento e Combate à Violência nas Escolas (Save). O PL 251/09 também foi aprovado pela Comissão de Educação do Senado.

A quantidade de projetos apresentados em apenas um ano é um indício de que o tema é motivo de preocupação pública. "O número é significativo porque mostra que o tema está na agenda pública e preocupa ao menos alguns parlamentares", analisa o cientista político da USP Sérgio Praça. Não há, entretanto, dados sistemáticos que apontem um crescimento no número de casos de violência contra o professor. Na verdade, não é nem possível afirmar que esse é um fenômeno da escola pública como um todo. "Temos levantamentos parciais, em escolas de capitais nos centros urbanos. Esse tipo de violência chama atenção porque vem ganhando um grau de agressividade maior", alerta Renato Alves, do Núcleo de Estudos da Violência da USP.

Para o especialista, a própria criação de leis específicas para dar conta do problema é um equívoco. Primeiro, porque o agressor já pode ser enquadrado pelo Código Penal ou pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estabelecem medidas punitivas. "Cada vez mais, parece que os problemas são resolvidos com a edição de leis", diz Alves. Para ele, os projetos de lei, no caso da educação, funcionam como paliativos de problemas maiores nos quais a escola está envolvida. Em outras palavras: criar mecanismos criminais dentro da escola não é a solução dos problemas, já que a violência continua solta na sociedade. "Não é a criminalização que se faz ali dentro que vai impedir os casos. A lei de sequestro não fez com que o número de sequestros caísse", pontua.

Docente agredido
Enquanto os projetos tramitam no Congresso, os casos de violência seguem se repetindo aqui e acolá. Uma professora de geografia da rede estadual de São Paulo que não quis se identificar faz relatos contundentes de uma situação que vivenciou em sala de aula. "Fui amordaçada dentro da sala de aula. Minhas mãos, minha boca e meus pés ficaram amarrados. Me pisotearam e me furaram com caneta. Em outra ocasião, um aluno invadiu a sala dos professores e me deu um soco no estômago porque queria nota para passar de ano", relata. A docente se posiciona a favor dos projetos porque enxerga que os pais e os alunos saem sempre impunes dos casos de violência.

No geral, quando comparada com a escola particular, a pública conta com menos mecanismos de controle da disciplina do aluno. E com menos apoio institucional nos casos de violência, queixa recorrente dos docentes.

A professora Maria Cristina Viegas de Macedo, que leciona língua portuguesa para os 7ºs anos do Colégio Santa Maria, em São Pauo, identifica dois desses mecanismos: a presença forte da família e a seleção prévia dos alunos antes da matrícula. "É o conhecimento que segura o aluno. Se você tem o que dizer, não há agressão", acredita.
Se ela enxerga um movimento de "vitimização" do professor no que diz respeito à violência, há quem aponte uma "superproteção" do aluno pelo ECA. Na rede pública, muitos professores se dizem impedidos de dar broncas nos alunos por medo de eventuais implicações decorrentes do ECA. Um de seus redatores, Antonio Carlos Gomes da Costa considera que essa é uma reclamação gerada por má interpretação. Em sua quarta seção, o estatuto prevê que o adolescente que comete violência ou grave ameaça contra um adulto pode sofrer os efeitos de uma medida privativa de liberdade de até três anos. "Passaram a falar que o adolescente tem direito a tudo e o professor a nada. A agressão ao professor não é consequência do ECA e sim da degradação da qualidade de ensino", diz. Para ele, o ECA traz os mesmos conceitos de direitos humanos recomendados pela Unesco, que são aplicados em todos os países. "Por que no resto do mundo a violência contra o professor não acontece?", questiona.

Depois da agressão
Quando um professor sofre violência hoje, faz um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima. O autor da agressão não precisa estar presente, já que será chamado depois pelo delegado. O próximo passo é o encaminhamento da denúncia ao Fórum. A não ser que seja um caso de homicídio ou lesão corporal séria, segundo o Código Penal, o autor responde por lesão corporal leve e, se condenado, é enquadrado por crimes de menor potencial ofensivos. "Geralmente, o juiz determina que o sujeito não deve sair da comarca, deve doar uma cesta básica ou prestar serviço à comunidade. Quase 90% dos casos terminam assim", lembra César Pimentel, advogado do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

O projeto do deputado Rollemberg não trata a violência apenas no aspecto penal, mas estabelece um programa com ações educativas e preventivas. A senadora Marisa Serrano também se preocupa com o levantamento das informações e ocorrências de violência escolar, ao propor o Save. Já o projeto do senador Paim dá mais ênfase ao atendimento inicial ao docente, das medidas protetivas e dos procedimentos penais. "Na medida em que você torna a resposta do Estado mais rápida, evita que a ação se repita. Os projetos simbolizam o reconhecimento de que o problema existe", opina Pimentel, da Apeoesp. Como ainda aguardam aprovação em comissões permanentes da Câmara e do Senado, não há previsão de aprovação dos projetos. Para Sérgio Praça, pode ser que nem saiam do papel. "Se não há um pedido de urgência dos líderes partidários para que o projeto seja apreciado em plenário, o que normalmente ocorre quando há interesse político, os projetos de parlamentares ficam parados. Raramente são aprovados", afirma.

Incongruências

Em seu artigo quarto, incisos quinto e sexto, o projeto do deputado Rodrigo Rollemberg prevê: "pena de detenção de três a nove meses ou multa nos casos de agressão moral ao educador e pena de detenção de 12 meses a quatro anos no caso de ato de desacato mediante agressão física ao educador". Para o advogado criminalista Alberto Toron, há uma incoerência do projeto de lei em relação ao Código Penal. O artigo 331 do Código prevê pena de seis meses a dois anos para o desacato a funcionário público no exercício de sua função. "As penas previstas pelo projeto são muito altas para violência escolar", opina Toron. No artigo quarto do projeto de Rollemberg, o mesmo artigo 331 do Código Penal seria acrescido de uma pena de 12 meses a quatro anos no caso de agressão física ao educador e de três a nove meses no caso de agressão moral ao mesmo.

O projeto do senador Paulo Paim traz mais alternativas. Estabelece que, nos casos de violência contra o professor, a autoridade policial deverá seguir o Código Penal ou o ECA - não há penas específicas. Além disso, prevê multa para as instituições que não atuarem de forma satisfatória para a solução de conflitos entre alunos e professores. E institui medidas como o afastamento do aluno agressor da escola em questão. A novidade, para Toron, estaria aí: os projetos trazem medidas protetivas ao professor.

"Isso veio com a Lei Maria da Penha. Trocar o aluno de escola é uma medida protetiva. Quando você transfere o aluno com a polícia presente, há um efeito que leva à diminuição dos casos", opina.

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PROFESSORES E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

27/04/2010 - 16h13
Professores devem ser mais bem preparados para lidar com tecnologia da informação, diz especialista
Lisiane Wandscheer
Da Agência Brasil
Em Brasília
O impacto das tecnologias da informação e da comunicação (TICs) na educação e a formação dos professores para lidar com essas novas ferramentas são temas debatidos em uma conferência internacional que começou hoje (27), em Brasília. O evento é uma parceria entre a representação da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil, o Escritório Regional de Educação para a América Latina e o Caribe (Orealc/Unesco Santiago), e o MEC (Ministério da Educação).

Pela manhã, os participantes do primeiro dia de debates manifestaram preocupação com a complexidade da aplicação das tecnologias da informação na educação. Para o diretor do Orealc, Jorge Sequeira, não basta comprar computadores e permitir o uso dos equipamentos em salas de aula. Também é preciso capacitar professores e integrar a comunidade, de acordo com Sequeira.

“É preciso haver o acompanhamento dos impactos nos ambientes escolares. A Unesco está comprometida em investir e fazer o acompanhamento do governo, dos alunos, dos professores e da comunidade e propor formas para preparar melhor os docentes”, destacou.

O representante da Unesco no Brasil, Vicent Defourny, disse que a escola do século 21 é conectada à internet, mas, ao mesmo tempo, precisa ter o foco nas pessoas e não apenas nos meios.

“A sociedade da informação precisa ser uma sociedade do conhecimento. A escola faz parte dessa sociedade do conhecimento. O cidadão deve ser visto não só como um processador da informação, mas um contribuidor da informação.”

Defourny ressaltou que, no ambiente escolar, muitas vezes os alunos detêm mais conhecimento sobre as tecnologias de informação do que os próprios professores. “Hoje de várias formas temos alunos que sabem mais do que seus professores e isso é uma oportunidade de mudança, de transformação dos alunos em contribuidores na aprendizagem”, ressaltou.

A Conferência Internacional Impactos das Tecnologias da Informação e da Comunicação na Educação termina amanhã (28), na sede do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A proposta dos organizadores é que o evento ocorra anualmente.

UOL EDUCAÇÃO

BANDA LARGA NAS ESCOLAS

27/04/2010 - 16h41
Cobertura de banda larga chegará a 92% das escolas brasileiras em 2010, diz secretário do MEC
Lisiane Wandscheer
Da Agência Brasil
Em Brasília
O secretário de Educação à Distância do MEC (Ministério da Educação), Carlos Bielshowsky, disse que até o final deste ano 92% das escolas brasileiras terão acesso à internet. Ele apresentou as ações do governo brasileiro para promover o acesso à inclusão digital e a capacitação de professores na área de tecnologia durante a Conferência Internacional – O Impacto das Tecnologias da Informação e da Comunicação na Educação.

“Fizemos um acordo com as operadoras de banda larga e até o final do ano 92% das escolas brasileiras terão acesso à internet, isto significa a inclusão digital de cerca de 35 milhões estudantes”, afirma Bielshowsky.

Segundo o secretário, o trabalho desenvolvido pelo MEC busca a “alfabetização digital” de professores e alunos, além de estimular a autonomia dos estudantes na formação do conhecimento através dos laboratórios de informática e de promover novas estratégias pedagógicas com o uso de conteúdos digitais na sala de aula.

“Queremos tornar a sala de aula menos aborrecida, mais atraente. Até o momento, implantamos laboratórios em 42.688 instituições, mas é idiotice fazer isso sem capacitar o professor e é isto que estamos fazendo. Em 2009 capacitamos 332.184 professores e faremos mais este ano”, destaca.

UOL EDUCAÇÃO

quinta-feira, 22 de abril de 2010

ÉTICA E RACISMO AMBIENTAL

Ética e racismo ambiental

Por Robert Bullard - Sociólogo e Diretor do Environmental Justice Resource Center

O conceito “racismo ambiental” se refere a qualquer política, prática ou diretiva que afete ou prejudique, de formas diferentes, voluntária ou involuntariamente, a pessoas, grupos ou comunidades por motivos de raça ou cor. Esta idéia se associa com políticas públicas e práticas industriais encaminhadas a favorecer as empresas impondo altos custos às pessoas de cor. As instituições governamentais, jurídicas, econômicas, políticas e militares reforçam o racismo ambiental e influem na utilização local da terra, na aplicação de normas ambientais no estabelecimento de instalações industriais e, de forma particular, os lugares onde moram, trabalham e têm o seu lazer as pessoas de cor. O racismo ambiental está muito arraigado sendo muito difícil de erradicar.

A tomada de decisões ambientais muitas vezes reflete os acordos de poder da sociedade predominante e das suas instituições. Isto prejudica as pessoas de cor, enquanto oferece vantagens e privilégios para as empresas e os indivíduos das camadas mais altas da sociedade. A questão de quem paga e quem se beneficia das políticas ambientais e industriais é fundamental na análise do racismo ambiental.

O racismo ambiental fortalece a estratificação das pessoas (por raça, etnia, status social e poder), o lugar (nas cidades principais, bairros periféricos, áreas rurais, áreas não-incorporadas ou reservas indígenas) e o trabalho (por exemplo, se oferece uma maior proteção aos trabalhadores dos escritórios do que aos trabalhadores agrícolas).

Este conceito institucionaliza a aplicação desigual da legislação; explora a saúde humana para obter benefícios; impõe a exigência da prova às “vítimas” em lugar de às empresas poluentes; legitima a exposição humana a produtos químicos nocivos, agrotóxicos e substâncias perigosas; favorece o desenvolvimento de tecnologias “perigosas”; explora a vulnerabilidade das comunidades que são privadas de seus direitos econômicos e políticos; subvenciona a destruição ecológica; cria uma indústria especializada na avaliação de riscos ambientais; atrasa as ações de eliminação de resíduos e não desenvolve processos precautórios contra a poluição como estratégia principal e predominante. A tomada de decisões ambientais e o planejamento do uso da terra em nível local acontecem dentro de interesses científicos, econômicos, políticos e especiais, de tal forma que expõem às comunidades de cor a uma situação perigosa. Isto é particularmente verdade no Hemisfério Sul e, também, no Sul dos EUA, região que foi convertida numa “área de sacrifício”; um buraco negro para os resíduos tóxicos. Fora disso, ela está impregnada pelo legado da escravidão e pela resistência braça à justiça eqüitativa para todos.

O Hemisfério Sul (e também o Sul dos EUA) se caracteriza por políticas ambientais equivocadas e pela concessão de significativas deduções fiscais. A aplicação simplificada das normas ambientais deu lugar a que o ar, a água e a terra dessas regiões sejam mais contaminadas pelas indústrias, principalmente das multinacionais estadunidenses.

No Corredor Industrial do Baixo Mississipi, na Luisiana, têm-se estabelecido empresas petroquímicas que produzem agrotóxicos, gasolina, tintas e plásticos. Os ecologistas e os residentes locais o apelidaram de “Beco do Câncer”, sendo que os benefícios fiscais que recebem essas indústrias poluentes criaram poucos postos de trabalho para esses elevados custos. A revista Time denunciou que na Luisiana foram eliminados U$ 3,1 bilhões em impostos sobre propriedades de empresas poluentes. As cinco companhias mais poluentes receberam U$ 111 milhões em benefícios no último decênio. Este exemplo se aplica a inúmeras empresas dos países do Hemisfério Sul.

Existe uma correlação direta entre a exploração da terra e a exploração das pessoas. De forma geral, os indígenas são a parte da população que se defrontam com algumas das piores formas de poluição, entre elas a do mercúrio usado nos garimpos e as populações marginais que vivem perto dos lixões e aterros sanitários, incineradores e de outros tipos de operações perigosas praticadas pelas empresas mineradoras. A poluição industrial se manifesta também no aleitamento materno das mães das grandes cidades como São Paulo ou Nova Iorque. No caso dos EUA, as reservas dos indígenas norte-americanos, estão sendo sitiadas pelo “colonialismo radiativo”.

O legado do racismo ambiental institucional privou a muitas nações com grande número de indígenas de uma infra-estrutura econômica capaz de combater a pobreza, o desemprego, a educação e a atenção para a saúde e muitos outros problemas sociais. O racismo ambiental é evidente em escala mundial. O transporte de resíduos perigosos das comunidades ricas para as comunidades pobres não soluciona o crescente problema dos rejeitos em escala mundial. O transporte transfronteirizo de agrotóxicos proibidos, resíduos perigosos e produtos tóxicos e a exportação de “tecnologias perigosas” dos EUA – país onde a regulação e a legislação são rigorosas – para nações com uma infra-estrutura e uma legislação mais fracas, coloca em evidência a desigualdade normativa.

Os diferentes interesses e os acordos assinados pelos representantes do poder permitiram que as sustâncias venenosas dos ricos sejam oferecidas aos pobres como remédio de curto prazo para paliar a sua pobreza. Esta situação se observa tanto no plano nacional (nos EUA, onde as instalações dos resíduos e as indústria “sujas” afetam desproporcionadamente as comunidades de baixa renda e as pessoas de cor), como no plano internacional (onde os resíduos perigosos se transportam dos países membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico – OCDE aos Estados não pertencentes à mesma).

As pessoas de cor que se encontram em perigo nos países industrializados do Norte têm muito em comum com as populações dos países em desenvolvimento, que também estão ameaçadas pelas empresas poluentes. Por exemplo, grupos comunitários do Norco (Estado de Luisiana) e de Ogoni (Nigéria) identificaram a Shell como uma ameaça comum. Os ativistas da justiça ambiental têm se mobilizado em grupos dentro das cidades, bairros e vilas, desde Atlanta até o Equador; do Alaska até a África do Sul; das reservas dos indígenas dos EUA às selvas tropicais da Colômbia, El Salvador e do Brasil. Estes grupos têm se organizado, educado e empoderado a si mesmo, para desafiar o Governo e as empresas industriais poluentes.

O racismo ambiental se manifesta no trato desigual que recebem os operários. Milhares de trabalhadores do campo e as suas famílias estão expostos a perigosos agrotóxicos nas terras onde laboram. Igualmente eles são obrigados a aceitar salários e condições de trabalho inferiores ao nível médio. O racismo ambiental também se expande pelo entorno das funções exploradoras e escravizantes das empresas manufatureiras de roupa, da indústria microeletrônica e das indústrias extrativistas. Uma percentagem desproporcionadamente elevada de trabalhadores que se defrontam a condições trabalhistas e de segurança mínimas são imigrantes, mulheres e pessoas de cor.


Fonte: Revista Eco 21, ano XV, Nº 98, janeiro/2005.

Fonte: www.ambientebrasil.com.br

O DIA DA TERRA

Dia Mundial da Terra

O Dia da Terra foi criado em 1970 quando o Senador norte-americano Gaylord Nelson convocou o primeiro protesto nacionalcontra a poluição. É festejado em 22 de abril e a partir de 1990, outros países passaram a celebrar a data.

Sabe-se que a Terra tem em torno de 4,5 bilhões de anos e existem várias teorias para o “nascimento” do planeta. A Terra é o terceiro planeta do Sistema Solar, tendo a Lua como seu único satélite natural. A Terra tem 510,3 milhões de km2 de área total, sendo que aproximadamente 97% é composto por água (1,59 bilhões de km3). A quantidade de água salgada é 30 vezes a de água doce, e 50% da água doce do planeta está situada no subsolo.

A atmosfera terrestre vai até cerca de 1.000 km de altura, sendo composta basicamente de nitrogênio, oxigênio, argônio e outros gases.

Há 400 milhões de anos a Pangéia reunia todas as terras num único continente. Com o movimento lento das placas tectônicas (blocos em que a crosta terrestre está dividida), 225 milhões de anos atrás a Pangéia partiu-se no sentido leste-oeste, formando a Laurásia ao norte e Godwana ao sul e somente há 60 milhões de anos a Terra assumiu a conformação e posição atual dos continentes.

O relevo da Terra é influenciado pela ação de vários agentes (vulcanismo), abalos sísmicos, ventos, chuvas, marés, ação do homem) que são responsáveis pela sua formação, desgaste e modelagem. O ponto mais alto da Terra é o Everest no Nepal/ China com aproximadamente 8.848 metros acima do nível do mar. A Terra já passou por pelo menos 3 grandes períodos glaciais e outros pequenos.

A reconstituição da vida na Terra foi conseguida através de fósseis, os mais antigos que conhecemos datam de 3,5 bilhões de anos e constituem em diversos tipos de pequenas células, relativamente simples. As primeiras etapas da evolução da vida ocorreram em uma atmosfera anaeróbia (sem oxigênio).

As teorias da origem da vida na Terra, são muitas, mas algumas evidências não podem ser esquecidas. As moléculas primitivas, encontradas na atmosfera, compõe aproximadamente 98% da matéria encontrada nos organismos de hoje. O gás oxigênio só foi formado depois que os organismos fotossintetizantes começaram suas atividades. As moléculas primitivas se agregam para formar moléculas mais complexas.

A evidência disso é que as mitocôndrias celulares possuam DNA próprio. Cada estrutura era capaz de se satisfazer suas necessidades energéticas, utilizando compostos disponíveis. Com este aumento de complexidade, elas adquiriram capacidade de crescer, de se reproduzir e de passar suas características para as gerações subseqüentes.

A população humana atual da Terra é de aproximadamente 6 bilhões de pessoas e a expectativa de vida é em média de 65 anos.

Para mantermos o equlíbrio do planeta é preciso consciência dessa importância, a começar pelas crianças. Não se pode acabar com os recursos naturais, essenciais para a vida humana, pois não haverá como repô-los. O pensamento deve ser global, mas a ação local, como é tratado na Agenda 21.




Artigo da Marina Silva – Ministra do Meio Ambiente do Brasil
Fonte: www.ambientebrasil.com.br

"DESCOBRIMENTO DO BRASIL"

Descoberta do Brasil
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nota: Este artigo é sobre o facto histórico ocorrido em 1500. Para outros significados, veja Descobrimento do Brasil (desambiguação).

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História do Brasil

Pré-colonial (antes de 1500)[Expandir]
Colônia (1500-1822)[Expandir]
Império (1822-1889)[Expandir]
República (1889-2010)[Expandir]
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O termo descoberta do Brasil se refere à chegada, em 22 de abril de 1500, da frota comandada por Pedro Álvares Cabral ao território onde hoje se encontra o Brasil. A palavra "descoberta" é usada nesse caso em uma perspectiva eurocêntrica, referindo-se estritamente à chegada de europeus às terras do atual Brasil, que já eram habitadas por vários povos indígenas.
Embora quase exclusivamente utilizado em relação à viagem de Cabral, o termo "descoberta do Brasil" também pode referir-se à suposta chegada de outros navegantes europeus antes de Cabral. Esse é o caso das possíveis expedições do espanhol Vicente Yáñez Pinzón em 26 de janeiro de 1500[carece de fontes], e de Duarte Pacheco Pereira[1] em 1498.[2]
Índice [esconder]
1 A armada
2 A viagem
3 A chegada em Vera Cruz
3.1 Os povos nativos
4 Polêmica
5 Ver também
6 Referências
7 Bibliografia complementar
A armada



Réplica da caravela Anunciação, na cidade de Campinas, Brasil.
Confirmando o sucesso da viagem de Vasco da Gama no âmbito de encontrar um novo caminho para as Índias - visto que o Mediterrâneo se encontrava sob posse dos mouros, o Rei D. Manuel I se apressou em mandar aparelhar uma nova frota para as Índias, frota esta ainda maior que a primeira, sendo composta por treze embarcações e mais de mil homens. Pela primeira vez liderava uma frota um fidalgo, Pedro Álvares Cabral, filho de Fernão Cabral, alcaide-mor de Belmonte.
Estima-se que a armada levasse mantimentos para cerca dezoito meses. Pouco antes da partida, el-Rei mandou rezar uma missa, no Mosteiro de Belém, presidida pelo bispo de Ceuta, D. Diogo de Ortiz, em pessoa, onde benzeu uma bandeira com as armas do Reino e entregou-a em mãos a Cabral, despedindo-se o rei do fidalgo e dos restantes capitães.
Vasco da Gama teria tecido considerações e recomendações para a longa viagem que se chegava: a coordenação entre os navios era crucial para que não se perdessem uns dos outros. Recomendou então ao capitão-mor disparar os canhões duas vezes e esperar pela mesma resposta de todos os outros navios antes de mudar o curso ou velocidade (método de contagem ainda atualmente utilizado em campo de batalha terrestre), dentre outros códigos de comunicação semelhantes.
A viagem

Conforme relatam os cronistas da época,[3] zarpou a grande frota de treze navios do Restelo a 9 de Março de 1500, com o objetivo formal de novamente tentar atar relações comerciais com os portos índicos de Calecute, Cananor e Sofala, uma vez que Vasco da Gama havia sido, na primeira tentativa, absolutamente desastroso, chegando a ser ridicularizado pelos governantes locais dadas as péssimas condições em que os portugueses se encontravam no desembarque.[4] Neste mesmo aspecto diplomático, a viagem de Cabral também mostrou-se um grande fracasso, sendo que Portugal ainda demoraria mais algumas décadas até conseguir uma relação comercial com esses portos.
Pelo dia 14 do mesmo mês já encontravam-se nas Canárias e no dia 22 chegavam a Cabo Verde. No dia seguinte desapareceu misteriosamente o navio de Vasco de Ataíde.
No dia 22 de Abril, de modo que não se sabe com certeza se foi acidental ou já premeditado - embora as recentes pesquisas historiográficas demonstrem que os portugueses tinham, no mínimo, alguns fortes indícios de haver terra no outro lado do Atlântico (graças à carta da viagem de Vasco da Gama) -, avistou-se terra chã, com grandes arvoredos: ao monte. Ao grande monte, Cabral batizou de Monte Pascoal e à terra deu o nome de Ilha de Vera Cruz — posto que não se pensava ser uma terra muito extensa -; depois, descobriu-se ser um continente, denominaram-na Terra de Santa Cruz (hoje Porto Seguro, no Estado brasileiro da Bahia). Aproveitando os alísios, a esquadra bordejou a costa baiana em direção ao norte, à procura de uma enseada, achada afinal pouco antes do pôr-do-sol do dia 24 de abril, em local que viria a ser chamado Baía Cabrália. Ali permaneceram até 2 de maio, quando rumaram para as Índias, cumprindo finalmente seu objetivo formal de viagem, deixando dois degredados e dois grumetes que desertaram.
A chegada em Vera Cruz



Chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil em Azulejos de Jorge Colaço.


Pedro Álvares Cabral, capitão-mor da expedição que descobriu o Brasil.
No dia 24 de Abril, Cabral recebeu os nativos no seu navio. Então, acompanhado de Sancho de Tovar, Simão de Miranda, Nicolau Coelho, Aires Correia e Pero Vaz de Caminha, recebeu o grupo de índios que reconheceram de imediato o ouro e a prata que se fazia surgir no navio — nomeadamente um fio de ouro de D. Pedro e um castiçal de prata — o que fez com que os portugueses inicialmente acreditassem que havia muito ouro naquela terra. Entretanto, Caminha, em sua carta,[5] confessa que não sabia dizer se os índios diziam mesmo que ali havia ouro ou se o desejo dos navegantes pelo metal era tão grande que eles não conseguiram entender diferentemente. Posteriormente, provou-se que a segunda alternativa era a verdadeira.
O encontro entre portugueses e índios também está documentado na carta escrita por Caminha. O choque cultural foi evidente. Os indígenas não reconheceram os animais que traziam os navegadores, à exceção de um papagaio que o capitão trazia consigo; ofereceram-lhes comida e vinho, os quais os índios rejeitaram. A curiosidade tocou-lhes pelos objectos não reconhecidos - como umas contas de rosário, e a surpresa dos portugueses pelos objetos reconhecidos - os metais preciosos. Fez-se curioso e absurdo aos portugueses o fato de Cabral ter vestido-se com todas as vestimentas e adornos os quais tinha direito um capitão-mor frente aos índios e estes, por sua vez, terem passado por sua frente sem diferenciá-lo dos demais tripulantes.


Detalhe da A Primeira Missa no Brasil de Victor Meirelles (1861).


Índios tupinambás, gravura do século XVI.
Os indígenas começaram a tomar conhecimento da fé dos portugueses ao assistirem a Primeira Missa, rezada por Frei Henrique de Coimbra, em um domingo, 26 de abril de 1500. Logo depois de realizada a missa, a frota de Cabral rumou para as Índias, seu objetivo final, mas enviou um dos navios de volta a Portugal com a carta de Caminha. No entanto, posteriormente, com a chegada de frotas lusitanas com o objetivo de permanecer no Brasil - e a tentativa de evangelizar os índios de fato -, os portugueses perceberam que a suposta facilidade na cristianização dos indígenas na verdade traduziu-se apenas pela curiosidade destes com os gestos e falas ritualísticos dos europeus, não havendo um real interesse na fé católica, o que forçou os missionários a repensarem seus métodos de conquista espiritual.
Os povos nativos
Quando da chegada ao Brasil pelos portugueses, o litoral baiano era ocupado por duas nações indígenas do grupo linguístico tupi: os tupinambás, que ocupavam a faixa compreendida entre Camamu e a foz do Rio São Francisco; e os tupiniquins, que se estendiam de Camamu até o limite com o atual Estado brasileiro do Espírito Santo. Mais para o interior, ocupando a faixa paralela àquela apropriada pelos tupiniquins, estavam os aimorés.
No início do processo de colonização do Brasil, os tupiniquins apoiaram os portugueses, enquanto seus rivais, os tupinambás, apoiaram os franceses, que durante os séculos XVI e XVII realizaram diversas ofensivas contra a América Portuguesa. A presença dos europeus incendiou mais o ódio entre as duas tribos, ódio relatado por Hans Staden, viajante alemão, em seu sequestro pelos tupinambás. Ambas as tribos possuíam cultura antropofágica com relação aos seus rivais, característica que durante séculos não fora compreendida pelos europeus, o que resultou na posterior caça àqueles que se recusassem a mudar esse hábito.
Polêmica

Ver artigo principal: A polêmica sobre o descobrimento
No ano 2000, comemorou-se o aniversário de 500 anos do Descobrimento do Brasil, o que provocou muita polêmica em redor da data. Para muitos, a comemoração implicaria que a história do Brasil completou o quinto centenário no ano 2000, uma perspectiva vista como eurocêntrica, pois partiria do princípio de que apenas com a chegada da esquadra de Cabral teve início o processo histórico nas terras que hoje formam o Brasil, desconsiderando os povos nativos.
Ver também


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História do Brasil
Colonização do Brasil
Descobrimentos portugueses
Cronologia dos descobrimentos portugueses
Referências

↑ MOTA, Avelino Teixeira da. Duarte Pacheco Pereira, capitão e governador de S. Jorge da Mina. Mare Liberum, I(1990), pp.1-27.
↑ Descoberta do Brasil por Duarte Pereira, Istoé, acessado em 2 de maio de 2009
↑ Ver PEREIRA, Paulo Roberto (org.). Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999.
↑ Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia. Disponível em . Acesso em 14 de junho de 2008.
↑ PEREIRA, Paulo Roberto (org.). Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil. In: CAMINHA, Pero Vaz de. Carta de Pero Vaz de Caminha. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999. p. 31-59.
Bibliografia complementar

BOXER, Charles R. O império marítimo português, 1415-1825, "O ouro da Guiné e Preste João (1415-99)". São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 31-53.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Visão do paraíso, "América Portuguesa e Índias de Castela". São Paulo: Editora Nacional, 1958.
LÉRY, Jean de. Viagem à terra do Brasil, "Capítulo XV - De como os americanos tratam os prisioneiros de guerra e das cerimônias observadas ao matá-los e devorá-los". São Paulo: Editora Edusp, 1980. p. 193-204.
STADEN, Hans. Hans Staden: primeiros registros escritos e ilustrados sobre o Brasil e seus habitantes, "História verídica e descrição de uma terra de selvagens, nus e cruéis comedores de seres humanos…". São Paulo: Editora Terceiro Nome, 1999. p. 53-84.

terça-feira, 20 de abril de 2010

21 DE ABRIL - TIRADENTES

Tiradentes
Vida deste importante personagem da História do Brasil, sua luta pela independência do Brasil,
o movimento da Inconfidência Mineira, morte de Tiradentes.


Tiradentes: líder da Inconfidência Mineira





Introdução

O nome do líder da Inconfidência Mineira era Joaquim José da Silva Xavier. Nasceu na Vila de São Jose Del Rei (atual cidade de Tiradentes, Minas Gerais) em 1746, porém foi criado na cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto).

Biografia

Exerceu diversos trabalhos entre eles minerador e tropeiro. Tiradentes também foi alferes, fazendo parte do regimento militar dos Dragões de Minas Gerais.

Junto com vários integrantes da aristocracia mineira, entre eles poetas e advogados, começa a fazer parte do movimento dos inconfidentes mineiros, cujo objetivo principal era conquistar a Independência do Brasil. Tiradentes era um excelente comunicador e orador. Sua capacidade de organização e liderança fez com que fosse o escolhido para liderar a Inconfidência Mineira. Em 1789, após ser delatado por Joaquim Silvério dos Reis, o movimento foi descoberto e interrompido pelas tropas oficiais. Os inconfidentes foram julgados em 1792. Alguns filhos da aristocracia ganharam penas mais brandas como, por exemplo, o açoite em praça pública ou o degredo.

Tiradentes, com poucas influências econômicas e políticas, foi condenado a forca. Foi executado em 21 de abril de 1792. Partes do seu corpo foram expostas em postes na estrada que ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. Sua casa foi queimada e seus bens confiscados.

Conclusão : Tiradentes pode ser considerado um herói nacional. Lutou pela independência do Brasil, num período em que nosso país sofria o domínio e a exploração de Portugal. O Brasil não tinha uma constituição, direitos de desenvolver indústrias em seu território e o povo sofria com os altos impostos cobrados pela metrópole. Nas regiões mineradoras, o quinto (imposto pago sobre o ouro) e a derrama causavam revolta na população. O movimento da Inconfidência Mineira, liderado por Tiradentes, pretendia transformar o Brasil numa república independente de Portugal.

Para saber mais: livros e filmes

Filme :
Os Inconfidentes . Joaquim Pedro de Andrade. Brasil, 1972

Livros :
BENTES, Ivana. “ Independência ou Morte ”. Joaquim Pedro de Andrade: a revolução intimista. Rio de Janeiro : Relume-Dumará, 1996.
BERNADET, Jean-Claude. “O caso Tiradentes: notas ”. Piranha no mar de rosas . São Paulo: Nobel, 1982. RAMOS , Alcides Freire. “ A conjuntura política (1964-1972) e Os inconfidentes ”. Canibalismo dos fracos : cinema e história do Brasil. São Paulo: Edusp, 2002.



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Veja também:

Inconfiência Mineira

Causas da Inconfiência Mineira

Livros sobre Tiradentes

TIRADENTES

Tiradentes
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nota: Tiradentes redirige aqui. Se procura por outras acepções, consulte Tiradentes (desambiguação).
Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes)


Martírio de Tiradentes, óleo sobre tela de Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo (1854 — 1916).
Nome completo Joaquim José da Silva Xavier
Nascimento 12 de novembro de 1746
Fazenda do Pombal, Minas Gerais, Brasil
Morte 21 de abril de 1792 (45 anos)
Rio de Janeiro, Brasil
Nacionalidade Brasileiro
Ocupação Dentista e Ativista político
Idéias notáveis mártir da Inconfidência Mineira
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (Fazenda do Pombal[1], batizado em 12 de novembro de 1746 — Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792) foi um dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político que atuou no Brasil colonial, mais especificamente nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Brasil, é reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira, patrono cívico do Brasil e herói nacional.
O dia de sua execução, 21 de abril, é feriado nacional. A cidade de Tiradentes (Minas Gerais), antiga Vila de São José do Rio das Mortes, foi nomeada em sua homenagem.
Índice [esconder]
1 Biografia
2 A Inconfidência mineira
2.1 Julgamento e sentença
3 Legado de Tiradentes perante a história do Brasil
4 Descendência
5 Carnaval
6 Cinema, televisão e livros
7 Ver também
8 Referências
9 Bibliografia
10 Ligações externas
[editar]Biografia



Ruínas da sede da Fazenda do Pombal, atualmente no município de Ritápolis. Neste local nasceu Tiradentes, está prevista a construção de um memorial neste local.
Nascido em uma fazenda no distrito de Pombal, próximo ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, à época território disputado entre as vilas de São João del-Rei e São José do Rio das Mortes, na Minas Gerais. O nome da fazenda "Pombal" é uma ironia da história: O Marquês de Pombal foi arqui-inimigo de Dona Maria I contra a qual Tiradentes conspirou, e que comutou as penas dos inconfidentes.
Joaquim José da Silva Xavier era filho do reinol Domingos da Silva Santos, proprietário rural, e da brasileira Maria Antônia da Encarnação Xavier (prima em primeiro grau de Jose Pereira de Magalhães), tendo sido o quarto dos sete filhos.
Em 1755, após o falecimento de sua mãe, segue junto a seu pai e irmãos para a sede da Vila de São José; dois anos depois, já com onze anos, morre seu pai. Com a morte prematura dos pais, logo sua família perde as propriedades por dívidas. Não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de um padrinho, que era cirurgião. Trabalhou como mascate e minerador, tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o apelido (alcunha) de Tiradentes, um tanto depreciativa. Não teve êxito em suas experiências no comércio.
Com os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos. Começou a trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão brasileiro. Em 1780, alistou-se na tropa da Capitania de Minas Gerais; em 1781, foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha do "Caminho Novo", estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania mineira ao porto Rio de Janeiro. Foi a partir desse período que Tiradentes começou a se aproximar de grupos que criticavam a exploração do Brasil pela metrópole, o que ficava evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos portugueses e a pobreza em que o povo permanecia. Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar, tendo alcançando apenas o posto de alferes, patente inicial do oficialato à época, e por ter perdido a função de comandante da patrulha do Caminho Novo, pediu licença da cavalaria em 1787.
Morou por volta de um ano na cidade carioca, período em que idealizou projetos de vulto, como o bondinho do Pão-de-Açúcar e a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para a melhoria do abastecimento d'água no Rio de Janeiro; porém, não obteve aprovação para a execução das obras. Esse desprezo fez com que aumentasse seu desejo de liberdade para a colônia. De volta às Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da independência daquela província. Organizou um movimento aliado a integrantes do clero e da elite mineira, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da comarca, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador. O movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias estadunidenses e a formação dos Estados Unidos da América. Ressalta-se que, à época, oito de cada dez alunos brasileiros em Coimbra eram oriundos das Minas Gerais, o que permitiu à elite regional acesso aos ideais liberais que circulavam na Europa.
[editar]A Inconfidência mineira

Ver artigo principal: Inconfidência Mineira


Variação da bandeira inconfidente, cerca de 1789.
Além das influências externas, fatores regionais e econômicos contribuíram também para a articulação da conspiração nas Minas Gerais. Com a constante queda na receita provincial, devido ao declínio da atividade da cana de açúcar, a administração de Martinho de Melo e Castro instituiu medidas que garantissem o quarto, imposto que obrigava os moradores das Minas Gerais a pagar, anualmente, cem arrobas de prata, destinadas à Real Fazenda. A partir da nomeação de Antônio da Cunha Meneses como governador da província, em 1782, ocorreu a marginalização de parte da elite local em detrimento de seu grupo de amigos. O sentimento de revolta atingiu o máximo com a decretação da derrama, uma medida administrativa que permitia a cobrança forçada de impostos atrasados, mesmo que preciso fosse confiscar todo o dinheiro e bens do devedor, a ser executada pelo novo governador das Minas Gerais, Luís Antônio Furtado de Mendonça, 6.º Visconde de Barbacena (futuro Conde de Barbacena), o que afetou especialmente as elites mineiras. Isso se fez necessário para se saldar a dívida mineira acumulada, desde 1762, do quinto, que à altura somava 538 arrobas de ouro em impostos atrasados.
O movimento se iniciaria na noite da insurreição: os líderes da "inconfidência" sairiam às ruas de Vila Rica dando vivas à República, com o que ganhariam a imediata adesão da população. Porém, antes que a conspiração se transformasse em revolução, em 15 de março de 1789 foi delatada aos portugueses por Joaquim Silvério dos Reis, coronel, Basílio de Brito Malheiro do Lago, tenente-coronel, e Inácio Correia de Pamplona, luso-açoriano, em troca do perdão de suas dívidas com a Real Fazenda. Anos depois, por sua delação e outros serviços prestados à Coroa, Silvério dos Reis receberia o título de Fidalgo.
Entrementes, em 14 de março, o Visconde de Barbacena já havia suspendido a derrama o que de esvaziara por completo o movimento. Ao tomar conhecimento da conspiração, Barbacena enviou Silvério dos Reis ao Rio para apresentar-se ao vice-rei, que imediatamente (em 7 de maio) abriu uma investigação (devassa). Avisado, o alferes Tiradentes, que estava em viagem licenciada ao Rio de Janeiro escondeu-se na casa de um amigo, mas foi descoberto ao tentar fazer contato com Silvério dos Reis e foi preso em 10 de maio. Dez dias depois o Visconde de Barbacena iniciava as prisões dos inconfidentes em Minas.
Dentre os inconfidentes, destacaram-se os padres Carlos Correia de Toledo e Melo, José da Silva e Oliveira Rolim e Manuel Rodrigues da Costa, o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, comandante dos Dragões, os coronéis Domingos de Abreu Vieira e Joaquim José dos Reis (um dos delatores do movimento), os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor.
Os principais planos dos inconfidentes eram: estabelecer um governo republicano independente de Portugal, criar manufaturas no país que surgiria, uma universidade em Vila Rica e fazer de São João del-Rei a capital. Seu primeiro presidente seria, durante três anos, Tomás Antônio Gonzaga, após o qual haveria eleições. Nessa república não haveria exército – em vez disso, toda a população deveria usar armas, e formar uma milícia quando necessária. Há que se ressaltar que os inconfidentes visavam a autonomia somente da província das Minas Gerais, e em seus planos não estava prevista a libertação dos escravos africanos, apenas daqueles nascidos no Brasil.


A leitura da sentença de Tiradentes (óleo sobre tela de Leopoldino Faria).


Óleo sobre tela de Leopoldino de Faria (1836-1911) retratando a Resposta de Tiradentes à comutação da pena de morte dos Inconfidentes.
[editar]Julgamento e sentença
Negando a princípio sua participação, Tiradentes foi o único a, posteriormente, assumir toda a responsabilidade pela "inconfidência", inocentando seus companheiros. Presos, todos os inconfidentes aguardaram durante três anos pela finalização do processo. Alguns foram condenados à morte e outros ao degredo; algumas horas depois, por carta de clemência de D. Maria I, todas as sentenças foram alteradas para degredo, à exceção apenas para Tiradentes, que continuou condenado à pena capital, porém não por morte cruel como previam as Ordenações do Reino: Tiradentes foi enforcado.
Os réus foram sentenciados pelo crime de "lesa-majestade", definida, pelas ordenações afonsinas e as Ordenações Filipinas, como traição contra o rei. Crime este comparado à hanseníase pelas Ordenações Filipinas:


Estátua mostrando Tiradentes a ser enforcado, na Praça Tiradentes, em Belo Horizonte.
-“Lesa-majestade quer dizer traição cometida contra a pessoa do Rei, ou seu Real Estado, que é tão grave e abominável crime, e que os antigos Sabedores tanto estranharam, que o comparavam à lepra; porque assim como esta enfermidade enche todo o corpo, sem nunca mais se poder curar, e empece ainda aos descendentes de quem a tem, e aos que ele conversam, pelo que é apartado da comunicação da gente: assim o erro de traição condena o que a comete, e empece e infama os que de sua linha descendem, posto que não tenham culpa.”[2]
Por igual crime de lesa-majestade, em 1759, no reinado de D. José I de Portugal, a família Távora, no processo dos Távora, havia padecido de morte cruel: tiveram os membros quebrados e foram queimados vivos, mesmo sendo os nobres mais importantes de Portugal. A Rainha Dona Maria I sofria pesadelos devido à cruel execução dos Távoras ordenado por seu pai D. José I e terminou por enlouquecer.
Em parte por ter sido o único a assumir a responsabilidade, em parte, provavelmente, por ser o inconfidente de posição social mais baixa, haja vista que todos os outros ou eram mais ricos, ou detinham patente militar superior. Por esse mesmo motivo é que se cogita que Tiradentes seria um dos poucos inconfidentes que não era tido como maçom.
E assim, numa manhã de sábado, 21 de abril de 1792, Tiradentes percorreu em procissão as ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública e onde fora armado o patíbulo. O governo geral tratou de transformar aquela numa demonstração de força da coroa portuguesa, fazendo verdadeira encenação. A leitura da sentença estendeu-se por dezoito horas, após a qual houve discursos de aclamação à rainha, e o cortejo munido de verdadeira fanfarra e composta por toda a tropa local. Bóris Fausto aponta essa como uma das possíveis causas para a preservação da memória de Tiradentes, argumentando que todo esse espetáculo acabou por despertar a ira da população que presenciou o evento, quando a intenção era, ao contrário, intimidar a população para que não houvesse novas revoltas.
Executado e esquartejado, com seu sangue se lavrou a certidão de que estava cumprida a sentença, tendo sido declarados infames a sua memória e os seus descendentes. Sua cabeça foi erguida em um poste em Vila Rica, tendo sido rapidamente cooptada e nunca mais localizada; os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo: Santana de Cebolas (atual Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul), Varginha do Lourenço, Barbacena e Queluz (antiga Carijós, atual Conselheiro Lafaiete), lugares onde fizera seus discursos revolucionários. Arrasaram a casa em que morava, jogando-se sal ao terreno para que nada lá germinasse.
Portanto condenam o réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha o Tiradentes, alferes que foi do Regimento pago da Capitania de Minas, a que, com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca, e nela morra morte natural para sempre, e que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, onde no lugar mais público dela, será pregada em um poste alto, até que o tempo a consuma, e o seu corpo será dividido em quatro quartos, e pregados em postes, pelo caminho de Minas, no sítio da Varginha e das Cebolas, onde o réu teve as suas infames práticas, e os mais nos sítios das maiores povoações, até que o tempo também os consuma, declaram o réu infame, e seus filhos e netos tendo-os, e os seus bens aplicam para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique, e não sendo própria será avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados, e mesmo chão se levantará um padrão pelo qual se conserve em memória a infâmia deste abominável réu; [...]
— Sentença proferida contra os réus do levante e conjuração de Minas Gerais

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[editar]Legado de Tiradentes perante a história do Brasil



Tiradentes Esquartejado, em tela de Pedro Américo (1893)- Acervo: Museu Mariano Procópio.
Tiradentes permaneceu, após a Independência do Brasil, uma personalidade histórica relativamente obscura, dado o fato de que o Brasil continuou sendo uma monarquia após a independência do Brasil, e, durante o Império, os dois monarcas, D. Pedro I e D. Pedro II, pertenciam à casa de Bragança, sendo, respectivamente, neto e bisneto de D. Maria I, contra a qual Tiradentes conspirara, e, que havia emitido a sentença de morte de Tiradentes e comutado as penas dos demais inconfidentes. Durante a fase imperial do Brasil, Tiradentes também não era aceito pelo fato de ele ser republicano. O "Código Criminal do Império do Brasil", sancionado em 16 de dezembro de 1830, também previa penas graves para quem conspirasse contra o imperador e contra a monarquia:
Art. 87. Tentar diretamente, e por fatos, destronizar o Imperador; privá-lo em todo, ou em parte da sua autoridade constitucional; ou alterar a ordem legítima da sucessão. Penas de prisão com trabalho por cinco a quinze anos. Se o crime se consumar: Penas de prisão perpétua com trabalho no grau máximo; prisão com trabalho por vinte anos no médio; e por dez anos no mínimo.
— Código Criminal de 1830
Foi a República – ou, mais precisamente, os ideólogos positivistas que presidiram sua fundação – que buscaram na figura de Tiradentes uma personificação da identidade republicana do Brasil, mitificando a sua biografia. Daí a sua iconografia tradicional, de barba e camisolão, à beira do cadafalso, vagamente assemelhada a Jesus Cristo e, obviamente, desprovida de verossimilhança. Como militar, o máximo que Tiradentes poder-se-ia permitir era um discreto bigode. Na prisão, onde passou os últimos três anos de sua vida, os detentos eram obrigados a raspar barba e cabelo a fim de evitar piolhos. Também, o nome do movimento, "Inconfidência Mineira", e de seus participantes, os "inconfidentes", foi cunhado posteriormente, denotando o caráter negativo da sublevação – inconfidente é aquele que trai a confiança. Outra versão diz que por inconfidência era termo usado na legislação portuguesa na época colonial e que "entendia-se por inconfidência a quebra da fidelidade devida ao rei, envolvendo, principalmente, os crimes de traição e conspiração contra a Coroa", e, que para julgar estes crimes eram criadas "juntas de inconfidência".[3]
Historiadores como Francisco de Assis Cintra e o brasilianista Kenneth Maxwell procuram diminuir a importância de Tiradentes, enquanto autores mineiros como Oilian José e Waldemar de Almeida Barbosa procuram ressaltar sua importância histórica e seus feitos, baseando-se, especialmente, em documentos sobre ele existente no Arquivo Público Mineiro.
Atualmente, onde se encontrava sua prisão, funcionou a Câmara dos Deputados na chamada "Cadeia Velha", que foi demolida e no local foi erguido o Palácio Tiradentes que funcionava como Câmara dos Deputados até a transferência da capital federal para Brasília. No local onde foi enforcado ora se encontra a Praça Tiradentes e onde sua cabeça foi exposta fundou-se outra Praça Tiradentes. Em Ouro Preto, na antiga cadeia, hoje há o Museu da Inconfidência. Tiradentes é considerado atualmente Patrono Cívico do Brasil, sendo a data de sua morte, 21 de abril, feriado nacional. Seu nome consta no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade, sendo considerado Herói Nacional.
[editar]Descendência

A questão da descendência de Tiradentes é controversa. Há poucas provas documentais sobre os mesmos.
Tiradentes nunca se casou. Teve um caso com Antónia Maria do Espírito Santo, a quem prometeu casamento e teve uma filha, Joaquina da Silva Xavier (31 de agosto de 1786[4]). Constam autos do processo de Antónia Maria descobertos no Arquivo Público Mineiro que a mesma pediu a posse de um escravo que Tiradentes lhe havia dado e havia sido confiscado após sua morte.[5] Ali é citada sua filha (cujo padrinho foi o também inconfidente Domingos de Abreu Vieira, rico comerciante) e faz dela a única descendente direta comprovada por documentação. [5] Tiradentes também teria querido casar-se com uma rapariga de nome Maria, oriunda de São João del-Rei, filha de abastados portugueses que se opuseram à união. [5]
Sem registros comprovados por documentação, Tiradentes teria tido com Eugênia Joaquina da Silva dois filhos, uma Joaquina que logo morreu[carece de fontes] e João de Almeida Beltrão, que teve oito filhos. [6]
Para escapar das perseguições da coroa e da população, um destes netos trocou seu sobrenome para Zica, de onde surgiu a família Zica, dos quais alguns descendentes recebem pensões.[7]
Além destes, também foi concedida à sua tetraneta Lúcia de Oliveira Menezes, por meio da Lei federal 9.255/96, uma pensão especial do INSS no valor de R$ 200,00, o que causou polêmica sobre a natureza jurídica deste subsídio, mas solucionado pelo STF no agravo de instrumento 623.655.[8]
[editar]Carnaval

Tiradentes recebeu grande homenagem popular do G.R.E.S. Império Serrano, que desfilou em 1949 entoando o samba Exaltação a Tiradentes, cujos autores são Mano Décio, Estanislau Silva e Penteado.
Em 2008, no desfile da Viradouro, RJ, o destaque principal do carro n.º 5 "execução da liberdade" estava fantasiado de Tiradentes. (desfile "É de Arrepiar!", de Paulo Barros)
[editar]Cinema, televisão e livros

1948 – Inconfidência Mineira, de Cármen Santos (ator: Rodolfo Mayer).
1953 - Romanceiro da Inconfidência, livro de Cecília Meireles
1966 – Cristo de Lama, de Wilson Silva (ator: Waldir Maia)
1969 – Dez Vidas, de Ivani Ribeiro, TV Excelsior (ator: Carlos Zara)
1972 – Tiradentes, o Mártir da Independência, de Geraldo Vietri (ator: Adriano Reys).
1972 – Os Inconfidentes, de Joaquim Pedro de Andrade (ator: José Wilker).
1976 – Saramandaia, de Dias Gomes, Rede Globo (ator: Francisco Cuoco — aparição especial).
1999 – Tiradentes, de Oswaldo Caldeira (ator: Humberto Martins).
2007 – O Processo de Tiradentes, de Ricardo Tosto e Paulo Guilherme M. Lopes
[editar]Ver também


O Wikimedia Commons possui multimedia sobre Tiradentes
Inconfidência Mineira
Museu da Inconfidência
Panteão da Pátria
Referências

↑ A Fazenda do Pombal está localizada em terras pertencentes hoje ao município de Ritápolis e que na época eram disputadas por São João del-Rei e São José do Rio das Mortes. Esta disputa foi resolvida somente em 1755 em favor da Vila de São José. Há ainda hoje, todavia, uma disputa por esses três municípios (Ritápolis, São João del-Rei e Tiradentes) sobre qual seria considerada a cidade natal de Tiradentes.
↑ Ordenações filipinas - Crime de Lesa-majestade
↑ http://www.tj.ba.gov.br/publicacoes/mem_just/volume2/cap8.htm
↑ Joaquina da Silva Xavier. GeneAll.net. Página visitada em 7 de abril de 2010.
↑ a b c Costa e Silva, Paulo (1 de abril de 2007). A outra face do alferes. Revista de História da Biblioteca Nacional. Página visitada em 7 de abril de 2010.
↑ João de Almeida Beltrão. GeneAll.net. Página visitada em 7 de abril de 2010.
↑ LEI Nº 7.705, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1988.. Presidência da República- Subchefia para Assuntos Jurídicos. Página visitada em 7 de abril de 2010.
↑ http://conjur.estadao.com.br/static/text/59397,1
[editar]Bibliografia

________,Autos da Devassa da Inconfidência Mineira, Ministério da Educação, Biblioteca Nacional, Ministério da Educação, Rio de Janeiro, 1976.
________,Tiradentes - A sentença, Rio de Janeiro, ALERJ, 1992, 54p.
________,Tiradentes - Os caminhos do ouro, Brasília, Imprensa Nacional, 1992, 26p.
AQUINO, Rubim Santos Leão de; BELLO, Marco Antônio Bueno; DOMINGUES, Gilson Magalhães. Um sonho de liberdade: a conjuração de Minas. São Paulo: Editora Moderna, 1998. 176p. il. ISBN 8516021009
BARBOSA, Waldemar de Almeida, A Verdade sobre Tiradentes, Instituto de História, Letras e Artes, Belo Horizonte, s/d.
CHIAVENATO, Júlio José. As várias faces da Inconfidência Mineira. São Paulo: Contexto, 1989. 88p. il. ISBN 8585134429
JARDIM, Márcio. A Inconfidência Mineira: uma síntese factual. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1989. 416p. ISBN 857011141X
MAXWELL, Kenneth. A devassa da devassa: a Inconfidência Mineira: Brasil-Portugal - 1750-1808. São Paulo: Paz e Terra, 1985. 318p. mapas, tabelas. ISBN 8521903979
MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.
[editar]Ligações externas

Tetraneta de Tiradentes tem pensões mantidas pelo STF
Tiradentes e seus juízes
Ordenações filipinas - Crime de Lesa-majestade

TODO DIA É DIA DE ÍNDIO

Todo dia é dia de índio
Publicado em 20/04/2010 pelo(a) wiki repórter carvalhosilva, Salvador-BA

A sociedade em geral tem pedido socorro, os índios estão sendo dizimados. Os graves acontecimentos que têm rondado e levado de roldão as criaturas deixam marcas inapagáveis na alma e os gritos aterrorizantes são reflexos intrínsecos do que tem perpassado na nossa coletividade o mau do século. A indiferença, o descaso e os seres debatem-se ante a agonia que os afligem e o medo que os fazem se trancar nas, jaulas existenciais. Quanto aos homens dito civilizados, uns têm medo dos outros e vivem sempre na retaguarda, armados até os dentes pelo marasmo que os aniquilam sem os códigos de honra que estão vilipendiados.

Estamos nos debatendo e andando em círculos, nossos conceitos deterioraram-se, nossas leis não são levadas a sério, já não atendem aos nossos anseios e já não são mais cegas, enxergando com o olho da descriminação e preconceito. Daí os pedidos de socorro esbarrar na apatia que tem rotulado o homem, câncer moral; o homem é lobo do próprio homem. E o canibalismo tem corrido solto. Esse preâmbulo tem a intenção de situar a raça indígena, no habitat o qual ele vive atualmente, depois dos dias prósperos e auspiciosos antes da chega da esquadra de Cabral e Caminha.

A Ilha de Vera Cruz, região nordestina que Pero Vaz descreveu no seu relato alardeando o Descobrimento, a chegada em terras brasileiras com entusiasmo e euforia, hoje segrega todo tipo de doença moral. Havia aqui uma população genuína de aproximadamente cinco milhões de índios, cujas tribos, tupis-guaranis, macro-jê ou tapuias, os arauques e os caraibas eram os donos legítimos da terra Brasil, os seus nativos a povoavam com dignidade; hoje são perto de 400 mil almas destroçadas à espera do golpe final.

O que comemorar no 19? A perda da sua identidade cultural? A perda da sua riqueza? Dos seus costumes? Dos seus valores? Os gestos simples da caça, da pesca e a agricultura, o cultivo do milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e mandioca, deram lugar hoje ao uso indiscriminado de uma cultura que lhe é imposta e que os agridem de forma brutal os contaminando com as mazelas de gente branca, ditas civilizadas, cujos códigos de ética estão corrompidos.

Nada contra o progresso, longe disso, mas é uma minoria de nossos irmãos que hoje usam leptops, celulares, câmaras digitais, estudam e andam pelas faculdades, aprendem nossa língua, dirigem carros, sonham com a mega sena, como se o dinheiro fosse restituir sua dignidade perdida. Creio que tudo isso seja bom, porém essa conjuntura não espelha e não refletem as condições subumanas em que a maioria desses irmãos cognominados de índios vivem de forma ultrajante sob a bandeira FUNAI e, humilhados sucumbem com doenças de brancos que lhe impõem uma dura realidade.

Sua cultura está agonizando dia-a-dia, seus valores estão sendo desrespeitados, muitos estão morrendo à míngua, antes não tivessem um dia se espantado serem apresentados a uma galinha.

O que comemorar no dia 19 de abril? Quais aspectos, quais atitudes a serem festejadas, quais aplausos a lhe restituir dignidade? Que se coloque os cocares e os enfeites nas escolas sobre a cabeça das crianças, que lhes falem de suas histórias, da sua cultura, mas que isso seja feito de forma fidedigna. A caça com arco e flecha, a pesca, a agricultura rudimentar, contudo eficaz, cederam lugar a outros costumes, distanciando-os assim da sua realidade. Caçam e pescam com as armas dos homens brancos, que se acreditam superiores.

Não estou querendo ser visionário, mas aplaudo Policarpo Quaresma.

DIA DO ÍNDIO - 19 DE ABRIL

Dia do Índio
História do Dia do Índio, comemoração, 19 de abril, criação da data, cultura indígena


Índio brasileiro


História do Dia do Índio

Comemoramos todos os anos, no dia 19 de Abril, o Dia do Índio. Esta data comemorativa foi criada em 1943 pelo presidente Getúlio Vargas, através do decreto lei número 5.540. Mas porque foi escolhido o 19 de abril?

Origem da data

Para entendermos a data, devemos voltar para 1940. Neste ano, foi realizado no México, o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. Além de contar com a participação de diversas autoridades governamentais dos países da América, vários líderes indígenas deste contimente foram convidados para participarem das reuniões e decisões. Porém, os índios não compareceram nos primeiros dias do evento, pois estavam preocupados e temerosos. Este comportamento era compreensível, pois os índios há séculos estavam sendo perseguidos, agredidos e dizimados pelos “homens brancos”.

No entanto, após algumas reuniões e reflexões, diversos líderes indígenas resolveram participar, após entenderem a importância daquele momento histórico. Esta participação ocorreu no dia 19 de abril, que depois foi escolhido, no continente americano, como o Dia do Índio.

Comemorações e importância da data

Neste dia do ano ocorrem vários eventos dedicados à valorização da cultura indígena. Nas escolas, os alunos costumam fazer pesquisas sobre a cultura indígena, os museus fazem exposições e os minicípios organizam festas comemorativas. Deve ser também um dia de reflexão sobre a importância da preservação dos povos indígenas, da manutenção de suas terras e respeito às suas manifestações culturais.

Devemos lembrar também, que os índios já habitavam nosso país quando os portugueses aqui chegaram em 1500. Desde esta data, o que vimos foi o desrespeito e a diminuição das populações indígenas. Este processo ainda ocorre, pois com a mineração e a exploração dos recursos naturais, muitos povos indígenas estão perdendo suas terras.

Fonte: Suapesquisa.com

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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Dezembro ( por Joel dos Anjos )

Já percorri todo o círculo.
Como um fantasma inquieto
Vago na trajetória habitual.
Não invejo a paz convencional
Nas pessoas hipócritas,
Nem aspiro a uma felicidade fugaz -
Que dura um só momento -
Aliás, de nenhuma ambição
Se devia armar meu pensamento
Pois nada há que possa ser mudado:
Assim como o dia se achará
Fatalmente nos braços da noite
Corro de encontro ao determinado.
E nada há que me possa ser acrescentado.
Apenas vivo, consumo o que me pertence
E sonho o que necessito.

Em breve me acharei no começo.
No limiar dos sonhos,
No alvorecer das expectativas.
Onde os homens depositam a esperança
E o destino rir de escárnio.

Às pedras que me foram tiradas
Outras predestinadas tomarão lugar.

E assim se sucederá
Até que venha a mim o tempo de morrer.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

UOL EDUCAÇÃO

05/04/2010

15h36 -Educação profissional e tecnológica é uma boa opção?
15h25 -UFSCar publica resultado do processo seletivo para vagas remanescentes
14h56 -Diretora de escola no Rio nega agressão física; polícia investiga se vítima sofre ameaça
14h54 -Vídeo dá dicas sobre reserva de vaga e inscrições em concursos; assista
14h47 -Polícia encontra corpo de universitário desaparecido há três dias no ES
14h01 -Educação profissional e tecnológica acelera entrada no mercado de trabalho
13h26 -Diretora é agredia por alunos em escola municipal na zona norte do Rio
13h21 -Rio recebe até esta segunda-feira inscrições para 400 vagas no ensino municipal
11h42 -Quais são as carências na formação atual do professor?
11h26 -UFRJ divulga terceira chamada do processo seletivo 2010
11h00 -Zona leste de SP se mobiliza por universidade pública
10h47 -Prêmio Top Educação 2010 recebe votação; participe
10h18 -Saber: A partir da observação em sala de aula, pesquisas identificam técnicas eficazes de aprendizagem
10h12 -Opinião: Os Estados e a universidade pública
10h06 -Lula elogia articulação realizada para a Conferência Nacional de Educação
09h55 -Livro digital promete democratizar acesso, defende entidade
08h20 -Amazonas apura relação entre mortes e pulseira do sexo
05h53 -PUC Minas inicia inscrições para o vestibular de inverno de 2010 nesta segunda-feira
00h01 -O homem dos cogumelos
04/04/2010

12h01 -Gilberto Dimenstein: Governo e professores têm razão
03/04/2010

09h20 -"Como Educar Meu Filho?" lidera mais vendidos em "Educação e Pedagogia"
03h45 -Escolas usam apostilas não avaliadas pelo MEC
02/04/2010

10h53 -Briga entre quatro universitárias termina na delegacia na zona leste de SP
01/04/2010

20h49 -Morre o jornalista e colunista do UOL Engel Paschoal
16h38 -Aluno prende o dedo em carteira de escola de Angra (RJ)
16h30 -Conae vai propor cotas raciais para o ingresso nas universidades públicas
16h01 -''Custo Aluno-Qualidade tem 99% de chance de ser aprovado''
14h10 -Haddad defende criação de meta de crescimento para o piso do professor
13h54 -Alberto Goldman: "Não existe greve de professores"
13h00 -Ufes divulga resultado do processo seletivo para vagas remanescentes

AMIGO

Não precisa ser homem, basta ser humano,
basta ter sentimentos, basta ter coração.
Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir.
Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaros,
de sol, de lua, de canto, dos ventos
e das canções da brisa.
Deve ter amor, um grande amor por alguém,
ou então sentir falta de não ter esse amor.
Deve amar o próximo e respeitar
a dor que os passantes levam consigo.
Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão,
nem é imprescindível que seja de segunda mão.
Pode já ter sido enganado,
pois todos os amigos são enganados.
Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro,
mas não deve ser vulgar.
Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e,
no caso de assim não ser,
deve sentir o grande vazio que isso deixa.
Deve ter ressonâncias humanas,
seu principal objetivo deve ser o de ser amigo.
Deve sentir pena das pessoas tristes e
compreender o imenso vazio dos solitários.
Deve gostar de crianças e lamentar
os que não puderam nascer.
Que saiba conversar de coisas simples,
de orvalho, de grandes chuvas
e de recordações da infância.
Precisa-se de um amigo para não enlouquecer,
para contar o que se viu de belo e triste durante o dia,
dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar das ruas desertas, de poças de água
e dos caminhos molhados, de beira de estrada,
de mato depois da chuva,
de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver,
não porque a vida é bela,
mas porque já se tenha um amigo.
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar.
Para não se viver debruçado no passado
em busca de memórias perdidas.
Que bata nos ombros sorrindo e chorando,
mas que nos chame de amigo,
para se ter consciência de que ainda se vive.

Adaptação do Texto de Carlos Drumond de Andrade

quinta-feira, 1 de abril de 2010

1º DE ABRIL: DIA DA MENTIRA???

Dia da mentira
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Há muitas explicações para o 1 de abril ter se transformado no Dia das Mentiras ou Dia dos Bobos. Uma delas diz que a brincadeira surgiu na França. Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado no dia 25 de Março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1 de abril.
Em 1564, depois da adoção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX de França determinou que o ano novo seria comemorado no dia 1 de janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, pelo qual o ano iniciaria em 1 de abril. Gozadores passaram então a ridicularizá-los, a enviar presentes esquisitos e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como plaisanteries.
Em países de língua inglesa o dia da mentira costuma ser conhecido como April Fool's Day ou Dia dos Tolos, na Itália e na França ele é chamado respectivamente pesce d'aprile e poisson d'avril, o que significa literalmente "peixe de abril".
No Brasil, o 1º de abril começou a ser difundido em Minas Gerais, onde circulou "A Mentira", um periódico de vida efêmera, lançado em 1º de abril de 1848, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. "A Mentira" saiu pela última vez em 14 de setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1º de abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente.


01/IV
Índice [esconder]
1 Superstições
2 Atualidade
3 Boatos
4 Peças do Dia da Mentira que ficaram famosas
4.1 1964
4.2 2006
4.3 2008
4.4 2009
5 Ver também
6 Ligações externas
7 Fontes
[editar]Superstições

Tradicionalmente, supõe-se que as peças encerrem à meia-noite. Supõe-se que os feitos posteriormente tragam a má sorte ao perpetrador. Contudo, isto não é universalmente aceito, e muitas peças já foram praticadas depois da meia-noite.
Alguém que não consegue aceitar os truques, ou tirar proveito deles dentro do espírito da tolerância e do divertimento também deve sofrer com a má sorte. Também se diz que aquele que for enganado por uma bonita menina será recompensado com o matrimônio, ou pelo menos a amizade dela.

[editar]Atualidade

A Internet faz com que seja difícil de saber se uma peça é perpetrada antes ou depois do meio-dia. Os fusos horários são diferentes em partes diferentes do mundo. O 1 de abril (ou primeiro de abril) não acontece simultaneamente em todo o mundo.
Pessoas não-residentes no ocidente pouco conhecem o costume do Dia das Mentiras e são mais vulneráveis a peças na internet.
[editar]Boatos

"Em primeiro de Abril vão os burros onde não devem ir". Muitas organizações de mídia propagaram inconscientemente ou deliberadamente peças no Dia das Mentiras. Mesmo agências de notícias sérias consideram o Dia das Mentiras uma brincadeira normal, e uma tradição anual.
O advento da internet como um meio de comunicação mundial serviu para facilitar os traquinas no seu trabalho.
[editar]Peças do Dia da Mentira que ficaram famosas

Kremvax: uma das primeiras peças pregadas na internet no Dia da Mentira.
Ilha de San Serriffe: O jornal britânico The Guardian publicou um suplemento em que mencionava esta ilha ficcional. O nome da ilha vem de "sans-serif", uma família de tipos tipográficos.
Plantação de espaguete: O canal de televisão BBC no programa Panorama apresentou em 1957 uma reportagem falsa sobre árvores de espaguete. Muitas pessoas interessaram-se em plantar árvores de esparguete em suas propriedades.
=== 2005 ===
Google Gulp: O Google cria a página sobre uma bebida sua.
Wikipedia:April 1, 2005/2005 Britannica takeover of Wikimedia: É criado na Wikipédia um artigo sobre a enciclopédica Britannica tomar o controle da Wikimedia e os seus projetos.
[editar]1964
Os militares derrubam o Presidente João Goulart, mas para evitar dizer que foi em 1 de Abril, dizem que o golpe foi em 31 de Março.
[editar]2006
1.o de abril de 2006 na Wikipédia em Inglês.
Pkislópodos - O 1º de abril da Wikipédia lusofona.
[editar]2008
O sítio de relacionamentos Orkut altera temporariamente a sua logomarca para Yogurt, um jogo de letras com o nome original.
A Wikipédia anuncia que apagará todas as imagens da Wikipédia lusófona por problemas de Copyright.
No site de imagens "deviantART" houve o aparecimento de Mudkips nos avatares.
A "Desciclopédia" anuncia que foi comprada pelo site Pudim.com.br, tornando-se a Pudimpédia.
[editar]2009
O site inglês "F1live" aproveitou o 1º de abril, dia da mentira, para lançar a falsa notícia de que Lewis Hamilton teria trocado a McLaren pela Brawn.
1º de abril tem Youtube de cabeça para baixo e piloto automático no Gmail.
O site de downloads BaixaKi anuncia o projeto Windows 8, uma versão revisada do Windows 7.
[editar]Ver também

Día de los Santos Inocentes
[editar]Ligações externas


O Wikimedia Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Dia da mentira
(em inglês) As 100 maiores mentiras de 1 de Abril de todos os tempos
(em inglês) Snopes.com's website sobre lendas urbanas que fala sobre as origens do Dia da Mentira
(em inglês) 1957: A BBC enganou a nação
(em inglês) The Fools Day - Inc hoaxes, pranks, trivia, history, quotes, messages, funny party ideas and April Fool recipes.
(em inglês) Google Gulp
(em inglês) Google TiSP
[editar]Fontes

Primeiro de Abril: O Dia da Mentira da série FOLCLORE, editada pelo Departamento de Antropologia da FJN - nº 255
Categoria: Dias especiais