quinta-feira, 30 de setembro de 2010

VOTO BRANCO E NULO PARA QUE SERVEM

Há uma grande confusão pairando no ar, principalmente na internet sobre a questão da importância dos votos brancos e nulos. Por isso, vamos elucidar de uma vez por todas todo o mal-entendido por trás desta questão para que nós eleitores possamos tomar decisões mais concretas na hora de votar e para que saibamos quais as ferramentas realmente temos nas mãos em frente à uma urna eletrônica de votação.

AS INVERDADES

Há muito tempo atrás, na era em que rabiscávamos papéis para votar em nulo, escrevíamos piadas ou coisas sem sentido, colocávamos nomes fictícios ou de pessoas que não são candidatos, ou ainda, deixávamos em branco por praticidade, já havia uma grande bagunça sobre esse assunto e votos brancos eram considerados como “Tanto faz o candidato A, B ou C” e os votos Nulos costumavam ser confundidos com a não aceitação da opção do candidato A, B ou c…

A CONFUSÃO

Isso ficou bagunçado e confuso, sem ninguém saber o que é verdade e o que é mentira por que não é interessante de um ponto de vista político focar em algo que não seja os partidos e candidatos como opção. Não existe o candidato Nulo e Branco, nem o partido que os represente para que este possa ser representado por um programa eleitoral gratuito na TV, Rádio e mídia em geral. Por isso, quando se fala em política, só se ouve Partidos e candidatos e ficamos sem saber de fato quais são todas as opções que temos para escolher na hora de votar. A indução política é muito forte no que interessa aos partidos.

Jamais nos permitiriam saber as verdades e inverdades sobre votos brancos e nulos, que poderiam ter a justiça eleitoral como representante, mas nem isso, nem no site deles isso é claro.

BOATOS DA INTERNET

Hoje, na era da internet e do poder da informação, ainda há muita confusão sobre o assunto. Desde muito tempo já circula entre os internautas emails sem fundamento algum que dizem que as pessoas devem votar em branco se desejarem que qualquer um dos candidatos vença, e que devem votar em nulo no intuito de que este tipo de voto atinja mais de 50% do total. Isso por que supostamente ocorrendo isso, haveria uma nova eleição onde os mesmos candidatos não poderiam se apresentar como opção. OU seja, Haveria uma nova eleição com novos candidatos. Mas de onde tiraram isso? Provavelmente de uma má interpretação do código eleitoral, além do interêsse em criar correntes por email.

PARA QUE REALMENTE SERVEM OS VOTOS BRANCOS E NULOS

VOTOS EM BRANCO

Na verdade, o voto em branco não serve como indiferença ao candidato A ou B, nem tampouco serve como acréscimo de votos para o candidato que tiver mais votos.

O voto branco aparece como opção na urna eletrônica e serve meramente para fins estatísticos, não tendo efeito algum sobre a eleição em sí (lei Nº 9.504).

VOTO NULO

“Voto Nulo” era usado para representar os votos de pessoas que não votaram num candidato real na época dos votos de papel. Na verdade, não servem para mostrar indignação e revolucionar, mas sim com o novo sistema, votos nulo e branco não têm distinção entre sí. Tanto faz você digitar um número que não representa nenhum candidato, como “00? por exemplo, ou clicar em “Branco” e confirmar. Vai tudo pra mesma contabilidade.

A verdade é que em um artigo na lei nº 4.737/65 confundiu muita gente por causa da palavra “nulidade”. A confusão está plantada aí:

“… se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do estado nas eleições federais e estaduais, ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações, e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias.”

“Nulidade” no caso, se refere a votos que tenham sido submetidos a algum tipo de fraude, isso sim se aplicaria a lei acima.

Em geral, seja branco, ou nulo, o voto não é contabilizado para ninguém e serve meramente para impressões estatísticas.

VOTONAURNA VOTO BRANCO E NULO | PARA QUE SERVEM?

Não tem jeito de interferirmos mais na podridão política, pois e você votar em branco ou no “00?, vai estar apenas deixando que o candidato que tiver mais votos ganhe a eleição e este pode ser aquele que você mais teme.

Infelizmente só temos a opção votar ou votar neste país democrático onde o voto é obrigatório. Difícil escolher no cenário atual, mas é o que nos resta. É interessante como a propaganda política rasteja pela mídia e vai tentando se infiltrar em nossa mente subconsciente de maneirra sorrateira.

Ressalto a importância de você, eleitor ficar ligado no que acontece no senado, no planalto, na câmara e em toda a podridão política, bem como nos feitos merecidamente reconhecidos de poucos que ainda conseguem ser sérios perante tanta decadência.

Lembre-se que para os políticos, as eleições servem apenas para que seus partidos e ideais continuem e aumente de força, pios quanto mais gente de um mesmo partido ou aliado é eleito, mas força tem um partido para votar em leis, regras ou imposições, como queira chamá-las. Para você e eu, pobres eleitores que não sabemos o que fazer com tanto poder destrutivo nas mãos, resta-nos acertar, pois escolha lógica não é possível num país onde eleição não é levada à sério e onde o cenário político é o que conhecemos e vivemos. E o pior é que sabemos que os mesmos que estão no cenário atual são os que serão candidatos ao cenário posterior, pode-se esperar muita coisa? Pense bem, pois de nada adianta ficarmos indignados, assistirmos CPIs e mais CPIs, pizza e mais pizza. Não adianta movimentos e passeatas, se o que faz isso continuar ou mudar é o seu voto.

Fonte: www.semmundo.com

VOTO - UM DIREITO POLÍTICO

O texto constitucional, no capítulo dos direitos políticos, afirma que a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos.

O voto é obrigatório para os maiores de dezoito anos e facultativo para os analfabetos, os maiores de setenta anos e os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

O voto é, portanto, um direito e ao mesmo tempo uma obrigação.

Votar, segundo Buarque de Holanda, é manifestar por voto o que sente ou pensa; dar o seu voto (a favor ou contra alguém ou algo).

Esse substantivo, voto, que traduz a ação de votar, é de grande importância para o cidadão consciente de seus deveres cívicos.

Numa democracia o voto é uma força, força que pode mudar o destino político de um povo.

Como, então, utilizar bem essa força para eleger os nossos governantes?

É fundamental que o eleitor, aquele que tem direito de eleger pelo voto seu representante, pense antes de votar.

O que é pensar?

É exercer uma função pertinente a determinada faculdade da mente humana.

A função de pensar, praticada como ensina a Logosofia - ciência do pensar consciente -, manifesta-se quando o ser, ao efetuar por império do novo saber as primeiras reflexões, percebe que nessa função, na qual começa a exercitar-se, sua vontade intelectiva atua respondendo à direção manifestamente lúcida da consciência. Sente, ao mesmo tempo, que pensa sob o auspício de uma concepção psicológica humana e observa que suas reflexões adquirem maior amplitude. Esta primeira confirmação da verdade que lhe anuncia o saber logosófico promove seu primeiro entusiasmo.

Há uma diferença fundamental entre a nova forma de exercer a função de pensar e a corretamente praticada. Essa diferença apoia-se no fato de que, enquanto a última corresponde quase que exclusivamente a necessidades do momento, atendendo a reclamos ou urgências de ordem material ou urgências de ordem material ou intranscendente, a função de pensar, orientada pelo método logosófico, obedece invariavelmente a um plano de vastos alcances na ordem mental, psicológica e espiritual; em outras palavras, à realização do processo consciente de evolução humana.

A faculdade de pensar não atua aqui isoladamente, mas sim, conduzida pelo próprio método, conecta cada esforço que realiza com uma perspectiva ou oportunidade mediata ou imediata que deverá ser preparada com antecipação.

A faculdade de pensar, fazendo parte da inteligência, para ser exercida, não deve fazê-lo, como vimos, isoladamente, deve requerer o concurso de outras faculdades mentais, como a de refletir, observar, meditar, dentre outras.

Assim, ao pensar no voto, o cidadão para praticá-lo conscientemente deverá conhecer quem pode merecê-lo; deve, também, observar as virtudes públicas e morais dos candidatos, refletir sobre suas propostas de governo e, após reunir todos esses elementos e outros que julgar lícitos e proveitosos, pensar em que votar e, com dignidade e discrição votar com plenitude de consciência. Jamais anular essa força cívica, esse direito inalienável do cidadão livre e independente em seu pensar.

MARCO AURÉLIO BICALHO DE ABREU CHAGAS

Fonte: www.artigonal.com

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

SE NÓS NÃO SABEMOS POR QUE É QUE ELES TEM QUE SABER?

Eu confesso: se tentasse entrar na universidade via vestibular, não passaria. Meu consolo é saber que eu não estaria sozinho. Teria muitos companheiros. Os reitores de nossas grandes universidades seriam os primeiros. A seguir, respeitáveis professores e pesquisadores.



Talvez não passassem nem mesmo em suas próprias disciplinas. É duvidoso que um professor que há anos se dedica a pesquisas de biologia molecular ainda se lembre de como resolver problemas estatísticos de genética. Também os professores dos cursinhos: cada um passaria brilhantemente na disciplina de sua especialidade. Mas é duvidoso que um professor de português consiga resolver problemas de química ou física. Com eles, os professores que elaboram as questões que os alunos terão de responder. Para eles, vale o que foi dito sobre os professores dos cursinhos.

Por fim, os diretores das empresas que preparam os vestibulares... Essa hipótese desaforada poderia ser testada facilmente: bastaria que os personagens acima mencionados se submetessem aos vestibulares. Claro: seria proibido que se preparassem.

O objetivo seria testar o que foi realmente aprendido. O que foi realmente aprendido é aquilo que sobreviveu à ação purificadora do esquecimento. O aprendido é aquilo que fica depois que o esquecimento faz o seu trabalho...

Vestibulares: porta de entrada para a universidade? Seria bom se sua função se limitasse a isso. O sinistro está não no que é dito mas no que permanece não dito: os vestibulares são um dragão devorador de inteligências cuja sombra se alonga para trás, cobrindo adolescentes e crianças. Desde cedo pais e escolas sabem que a escola deve preparar para os vestibulares. Os vestibulares, assim, determinam os padrões de conhecimento e inteligência a serem cultivados. Mas não existe nada mais contrário à educação que os padrões de conhecimento e inteligência que os vestibulares estabelecem.

O escritor Mário Prata escreveu uma crônica sobre as meninas jogadoras de voleibol. Era uma crônica leve, bem humorada, picante. Era impossível não sorrir ao lê-la. Lida, ficava para sempre na memória pois a memória guarda o que deu prazer. Passados alguns meses ele voltou ao assunto da primeira, numa crônica dirigida, se não me engano, ao senhor ministro da Educação.

É que sua primeira crônica fora usada, na íntegra, num exame vestibular. Para um escritor, ter uma crônica transcrita, na íntegra, num exame vestibular, equivale a uma consagração. Mário Prata estava felicíssimo. Exceto por um detalhe: os examinadores, para transformar sua crônica em objeto de exame, prepararam um série de questões sobre a mesma, cada uma delas com várias alternativas.

Mário Prata resolveu então brincar de vestibulando. Tentou responder as questões. Não acertou uma! ( Eu me saí pior do que ele. Tentei responder as questões, mas houve algumas que nem mesmo entendi! ). Se o vestibular fosse para valer, ele teria zerado no texto que ele mesmo escrevera. Ele se dirigiu então ao senhor ministro de Educação comentando esse absurdo.

E perguntou se não teria sido muito mais inteligente se os examinadores, gramáticos, tivessem pedido que os moços escrevessem um parágrafo, provocados por seu artigo. Aqueles saberes esotéricos que lhes eram pedidos nunca teriam qualquer uso em suas vidas.. Compreende-se que, como resultado do seu preparo para os vestibulares os jovens passem a detestar literatura.

Minha filha queria ser arquiteta. Como não havia outro caminho, matriculou-se num cursinho. Eu a via sofrer tendo de memorizar coisas que não lhe faziam sentido. Fiquei com dó e, por solidariedade, resolvi fazer um sacrifício: passei a estudar com ela. Estudei meiose e mitose, as causas da guerra dos cem anos, cruzamento de coelhos brancos com coelhos pretos... Estudei também, contra a vontade e sem interesse, a necrópsia da lingua chamada análise sintática.

Não sei para que serve. E dizia à minha filha, à guisa de consolo: "Você tem de aprender essas coisas que você não quer aprender porque a burocracia oficial assim determinou. Mas não se aflija. Passados dois meses quase tudo terá sido esquecido.

Só sobrarão os conhecimentos que fazem sentido..." Pergunto a você, meu leitor: de tudo o que você teve de estudar para passar no vestibular, o que sobrou?

Por que nós, professores universitários, não passaríamos no vestibular? Por termos memória fraca? Não. Por termos memória inteligente. Burras não são as memórias que esquecem mas as memórias que nada esquecem... A memória inteligente esquece o que não faz sentido. A memória viaja leve. Não leva bagagem desnecessária.

E aí eu pergunto: "Se nós, professores já dentro da universidade, não passaríamos nos exames vestibulares, por que é que os jovens que ainda estão fora têm de passar? É irracional. Especialmente em se considerando que irá acontecer com eles aquilo que aconteceu conosco: esquecerão... Haverá uma justificação pedagógica para esse absurdo? Ainda não a encontrei.

Rubem Alves
Teólogo, filósofo e psicanalista, autor de 40 livros


Fonte: www2.redepitagoras.com.br

UMA REFLEXÃO SOBRE O APRENDER E O ENSINAR

Convido-os a partilhar desta reflexão a respeito da educação no mundo em que vivemos, recheado de questionamentos sobre a forma de orientarmos nossas crianças numa sociedade que passa por mudanças rápidas, influenciadas por uma cultura com metas exigentes e conteudistas. Nunca se pensou tanto sobre o saber, o aprender e o ensinar.

A ciência moderna e os estudos estão num avanço tal que chegam a interferir na concepção do ser humano, desnaturalizando-a, interferindo até na construção do sentimento de maternidade. Tem-se a preocupação de desenvolver e instigar a todo momento os potenciais das crianças desde o seu nascimento.

A mãe de um bebê recém-nascido, a princípio, interessava-se pela sua alimentação, vacinas, sono, etc. Hoje, os pediatras comentam que algumas das questões maternas giram em torno da cor com que o quarto deve ser pintado para maior estímulo ou, ainda, quais os brinquedos que mais aguçam o raciocínio e a percepção. É sabido que as novas preocupações com as necessidades de um bebê permeiam essas questões.

Espera-se que esse indivíduo, desde pequeno, mostre autonomia e autoria, que são pré-requisitos para o seu bom engajamento na sociedade contemporânea. Postura crítica, iniciativa, capacidade de análise, competências e habilidades são necessárias a uma adaptação mais eficaz em um mundo de contínuas mudanças. Para algumas crianças, esse entorno que tanto lhe exige desde pequenas apresenta-se agressivo de tal forma que as amedronta, interferindo no seu desenvolvimento.

Por vezes percebemos a criança dividida, segmentada, com a conivência de pais confusos. Há preocupações específicas relativas a um corpo sadio e forte, a uma mente voltada à cultura, ao intelecto competitivo e a uma formação acadêmica em escola competente, que visam mais às boas universidades que aos bons cidadãos.

É fato, entretanto, que há um despertar para a necessidade do olhar mais humanista e que podemos ter o prazer de deparar com algumas escolas que vivem dentro desse posicionamento, em que o outro é olhado como ser integral. #Isso não elimina a necessidade de atuar de forma consciente na capacitação dos indivíduos para o momento culturalmente exigente que se vive.

São tantos investimentos de profissionais especialistas na formação das nossas crianças que, além da divisão desse indivíduo em fragmentos independentes, a família acaba perdendo a autonomia. Fica perdida, seguindo várias orientações centradas em diferentes áreas. Cada vez mais ocupada e sem o tempo necessário para discernir e opinar de maneira reflexiva, entrega a formação dos filhos a profissionais que nem sempre garantem o vínculo tão necessário ao desenvolvimento dessa criança.

Frente à constatação de tantas mudanças, questiono: que pessoas estamos formando? Onde estão os afetos, pilares insubstituíveis para a construção da estrutura interna, que hoje circulam dentro de um ambiente familiar cada vez mais distante e restrito?

Sabemos que o conceito de como educar uma criança vai sendo alterado de acordo com o entorno cultural e social onde ela está inserida. Esse contexto faz parte da história do desenvolvimento e das relações por meio das quais o sujeito se constitui. Vale lembrar que não tem fim, é um processo que acontece de forma subjetiva em cada indivíduo de acordo com interferências sociais e culturais.

O ser humano é susceptível e absorve as influências do meio onde está inserido. Nessa troca, acontece então o aprender. Quando nos referimos ao aprender, subentende-se que exista algo ou alguém que aprende — o aprendente — e algo ou alguém que ensina — o ensinante.

Os ensinamentos iniciam-se nos primeiros contatos tão próximos com a mãe. Quem são os demais ensinantes na vida de um sujeito? Esse lugar é ocupado pelo pai, irmãos, tios, avós, colegas, professores e todo o círculo de convivência que faz parte do meio que nos cerca.

O aprender está conectado ao conhecimento. É preciso relacionar-se com o outro para colocá-lo no lugar de ensinante e estabelecer uma relação permeada pelo vínculo para que se possa entrar em contato com o conhecimento por ele oferecido.

Entre o ensinante e o aprendente, abre-se um campo de diferenças onde se situa o prazer de aprender por intermédio do estabelecimento de uma relação vincular. Para que o sujeito aprenda, é necessário conectar-se com seus próprios conteúdos, mostrar seu conhecimento, autorizar-se a abrir ao outro e, assim, incorporar seus ensinamentos.

O conhecimento prévio, fruto das vivências de cada um, faz parte do processo interno desse sujeito. Ele é acrescido de novas informações e transformado, para que possa ser vivenciado e incorporado.

Ensinar aprendendo, essa é a grande estratégia

O ensinar e o aprender caminham juntos. Mais do que ensinar conteúdos, ser ensinante está atrelado a abrir caminhos. Não se transmite conhecimento, mas, sim, sinais deste, para que o outro possa fazer uso dele e transformá-lo de forma subjetiva.

O desejo e a vontade atuam como diferenciais no processo, autorizando e fazendo uso de diferentes ferramentas oferecidas para que se tornem instrumentos na construção do conhecimento e se alcance o objetivo final.

O orientador sensível instiga, preserva a autonomia e a liberdade responsável e propicia, assim, o diferencial no processo, isto é, a alegria da descoberta e a autoria do próprio conhecimento, trazendo as garantias para o verdadeiro aprender.

Ser um educador, é um trabalho nada fácil, com um grande objetivo a ser alcançado.

Segundo Paulo Freire (1993), se o educador tem uma opção democrática, com autocrítica e procura diminuir a distância entre o discurso e a prática, ele “vive uma difícil, mas possível e prazerosa experiência de falar AOS educandos e COM eles”.

Cecília Faro

Fonte: www.educacional.com.br

O PAPEL DO PROFESSOR NA CONSTRUÇÃO DE COMPETÊNCIAS

O século 21 traz em seu bojo mudanças substanciais no estilo de vida, muitas delas previstas por Tom Peters, Alvin Tofler, John Naisbitt e Patrícia Aburdene no início dos anos 90. Trazem à tona diversos aspectos interessantes sobre a construção de competências a partir de conceituações e questionamentos que remetem a uma reflexão por parte dos professores neste início de século, destacando-se:

Definições:

1. A noção de competências está intimamente ligada a situações nas quais é preciso tomar decisões e resolver problemas.

2. Uma competência permite afrontar regular e adequadamente uma família de tarefas e de situações, apelando para noções, conhecimentos, informações, procedimentos, métodos, técnicas ou ainda, a outras competências mais específicas.

3. Competência é saber mobilizar e isto se manifesta na ação.

4. A escola é um lugar onde todos acumulam os conhecimentos de que um número significativo de pessoas necessita e/ou necessitará mais tarde.

Questionamentos:

1 - O que mais nos incomodava na escola quando éramos estudantes?

2 - A escola pode ter uma postura pró-ativa no que diz respeito s expectativas dos alunos atuais, apenas com a modernização tecnológica?

3 - Qual a utilidade para as escolas modernas, de professores abarrotados de conhecimentos acumulados em suas pesquisas e cursos?

4 - Como deve ser a trilogia escola-professor-aluno na construção de competências que levem os alunos a conhecer ferramentas para dominar a vida e compreender melhor o mundo?

O papel do professor resgata as essências da origem no que diz respeito aos estilos de aprendizagem, ou seja: cada pessoa aprende de um modo. Uns pela observação, outros pela pesquisa, outros ainda pela repetição de tarefas e ações e assim por diante.

Assim como o professor não suporta textos manuscritos por alunos onde não consegue decifrar as letras caligrafadas, ou argumentos do tipo "o meu i é assim; para mim, o p é assim", os alunos também não suportam professores que trazem suas frases feitas, como: "meu método de ensino é assim" ou "minha forma de avaliação é assim", "eu sou assim", etc.

O papel do professor na construção de competências é fundamental como agente estimulador, motivador, potencializador de competências, entendendo o aluno como cliente tanto no processo de comunicação como na relação de trabalho, oferecendo a ele o melhor produto, correspondendo às suas expectativas. E isso passa pela compreensão uniforme e harmônica das competências, das novas necessidades do mercado e, principalmente, do posicionamento uniforme da equipe de professores junto aos alunos de cada curso, para construírem juntos um conhecimento de utilidade e um relacionamento do tipo "lição de vida" para o aluno atuar efetivamente como agente de mudanças e se realizar na vida e na sociedade. Cabe a nós professores (incluindo você) a adoção de uma política de auto-questionamento e auto-avaliação em tempo real e 24h, para balizamento do referencial de conhecimentos, habilidades e atitudes como agentes, facilitadores, construtores de competências, educadores, motivadores de talentos humanos para a realização pessoal, profissional, emocional, espiritual e social. Conclusivamente, é recomendável a quebra de velhos paradigmas e a adoção de novos, compatíveis com o cenário em tela.

Dicas importantes:

1. Pare de falar "a minha classe é muito heterogênea". Graças a Deus que é, sempre foi e sempre será, aliás, cada vez mais. Seria caótico e entediante trabalhar em uma classe totalmente homogênea.

2. Pare de culpar a instituição ou o governo por sua defasagem. A informação hoje em dia é gratuita e está disponível igualmente em tempo real 24h para quem quiser procurá-la. Atualizar-se é preciso, sob pena de autodesclassificação para a continuidade e boa parte disso passa por você. Faça a sua parte.

3. Capitalize sua experiência anterior de anos em sala de aula, para construir um modelo que realmente faça a diferença positivamente

4. Utilize o ambiente Internet também para intercambiar informações,
conhecimentos e experiências. Neste exato momento, existem inúmeras pessoas
na rede, procurando alguém com sua experiência para um diálogo construtivo,
mas que não sabem que você existe.

Sandra Regina da Luz Inácio

Fonte: www.editoraopet.com.br

terça-feira, 28 de setembro de 2010

COMO A ESCOLA E OS PAIS PODEM FORMAR (JUNTOS) UM BOM ALUNO

Pedro e Paulo eram vizinhos e amigos. Com diferentes famílias, diferentes hábitos, estudaram em diferentes escolas, tiveram diferentes destinos. Pedro passou no vestibular com honras, foi acolhido por uma grande universidade, concluiu mestrado aos 30 anos, fala inglês e espanhol e é um profissional disputado por empresas modernas. Paulo não teve a mesma "sorte": o cursinho levou-o a uma má faculdade, e, de entrevista em entrevista, percorre um áspero caminho para ingressar no mundo do trabalho. À noite, freqüenta cursos de língua e informática.

A pequena história acima, embora fictícia, é perfeitamente verossímil. Mais do que isso: é cada vez mais provável, no cenário contemporâneo. Principalmente porque o elemento que diferencia os dois destinos é o mesmo: a Educação, em casa e na escola. Como poderia ser diferente? Teria sido apenas a boa ou má qualidade do Ensino Médio, do cursinho? Uma questão de "inteligência"? Não: se essa história segue a realidade que vivemos dia-a-dia na escola, o problema começou bem antes, ainda na infância, certamente no Ensino Fundamental.

Muitos adultos podem ficar surpresos, mas a verdade é que as principais características - domínio de certos conteúdos, posturas, habilidades e competências - que interferem na realização acadêmica e profissional hoje são construídas nos primeiros anos de vida escolar, pela escola e pelos pais, como veremos.

É verdade: um bom Ensino Médio é fundamental para que se possa cursar uma universidade "de 1ª linha". Se o aluno não freqüentar um colégio que lhe dê uma sólida base acadêmica, ele não conseguirá ser bem-sucedido na universidade. Mas também não terá condições de cursar um Ensino Médio adequado (com absoluta certeza), se não puder desenvolver desde cedo dois traços aparentemente contraditórios - disciplina e curiosidade.

A disciplina

Uma boa escola de Ensino Fundamental leva o aluno a ser um aprendiz disciplinado. Isso tem um grande significado, muitas vezes ignorado por famílias e educadores.

Um indivíduo disciplinado não é aquele que aceita regras sem opor contestações, como se acreditava há décadas. Por disciplina, entenda-se a capacidade de adiar gratificações, de fazer efetivamente o que precisa ser feito no momento adequado.

No mundo dos adultos, há um paralelo óbvio. Se precisamos trabalhar, trabalhamos, não vamos à praia, nem dormimos. Para um adolescente, por exemplo, há milhões de prazeres que concorrem com o dever de estudar - namorar, sair com amigos, falar ao telefone, ver televisão...

É uma dificuldade humana aceitar que a vida nos impõe a dicotomia entre o tempo curto (o imediato, o agora) e o tempo longo (aquilo que temos de conquistar passo-a-passo para que nosso futuro seja melhor). Até por isso, faz parte dos objetivos da Educação formar indivíduos capazes de superar o imediatismo e de ter metas a longo prazo.

No cotidiano do estudante, a disciplina também implica outras posturas que interferem diretamente no aprendizado. É o caso da organização do material de estudo, da concentração para assistir às aulas... É o caso também da capacidade de seguir instruções orais e escritas com método e independência, e de persistir frente às dificuldades, sem medo de fracassar.

Vale lembrar também que não há disciplina que resista ao sentimento de fracasso, de não-aceitação. Por isso, a escola e a família precisam fortificar a auto-estima do aluno, a certeza de que ele é, sim, capaz de superar dificuldades - empenhando-se, buscando auxílio com os companheiros, pais e professores.

A curiosidade

Ótima parceira da disciplina, a curiosidade impulsiona os avanços humanos. Pois "curiosidade" não é só uma característica pueril, como nossos avós pensavam. É a nossa capacidade de explorar o mundo que nos cerca, de fazer perguntas.

Muitas escolas ainda acreditam que ensinar é uma transferência de conhecimento de quem sabe para quem não sabe. Estas eliminam a possibilidade de formar alunos curiosos: não querem realmente que o aluno pergunte; querem que ele repita.

De forma simplificada, é preciso entender que "ensinar" é partir de hipóteses que o aluno já traz consigo para levá-lo (por meio de problematizações) a construir novos conhecimentos. É assim que todos aprendemos - confrontando as idéias que tínhamos com as que nos são apresentadas.

Por isso, manter alunos acesos e interessados é essencial. Na nova sala de aula, o trabalho intelectual não é prerrogativa do professor, mas um exercício comum a todos. Ao estar atento à aprendizagem, o aluno passa a valorizar o conhecimento e a ter o compromisso de aprender. Mais: aprende a admirar e a respeitar o mundo dos conceitos, do pensamento, das idéias.

O aluno que aprende a conciliar curiosidade e disciplina já no Ensino Fundamental certamente irá longe em sua escolaridade futura, pois adquiriu diversas habilidades essenciais.

Colégios com sólida base acadêmica exigem esse repertório e certa autonomia para aprender, pois o Ensino Médio demanda maior densidade de conteúdo, abstração e precisão de linguagem, em todas as disciplinas.

Da mesma forma, dispor de tais instrumentos será determinante para o futuro universitário e para o profissional do século XXI.

Como já se disse, aquilo que usualmente se chama de sucesso é composto de inspiração e também de muito trabalho. Na linguagem dos jovens, de paixão, sim, mas de muita transpiração.

OS PAIS E A FORMAÇÃO DE UM BOM ALUNO

Para a formação de um bom aluno, a família é tão ou mais importante do que a escola. Afinal, a Educação não se resume ao ensino formal, mas ao desenvolvimento integral, o que inclui os valores morais, as atitudes, o equilíbrio emocional, entre outros fatores. Antes de mais nada, os pais devem estar conscientes de que são os reais modelos de comportamento ético e moral dos filhos.

Mais do que conversar sobre esses princípios, deve-se demonstrá-los no dia-a-dia.

Eis algumas sugestões que certamente vão colaborar para a formação de melhores estudantes.

- Valorize o conhecimento, concretamente, dentro de casa. Um lar sem livros e leitores provavelmente não é um lar que valoriza a cultura.

- Realce a auto-estima de seus filhos com atenção e cuidado. Serão assim mais confiantes e serão capazes de resistir à pressão negativa dos grupos.

- Ensine-os a assumir a responsabilidade do que fizeram: arcar com as conseqüências naturais dos atos os estimula a desenvolver responsabilidade.

- Valorize o aprendizado permanente. Mostre que estamos sempre aprendendo e nos desenvolvendo, dizendo inclusive: "não sei, vamos descobrir juntos".

- Use apenas o melhor da TV. Deixe-a desligada o resto do tempo. Habilidades importantes são desenvolvidas na conversa, no jogo, na brincadeira. Faça isso com seus filhos.

Da mesma forma, para que se formem estudantes saudáveis, a relação entre a família e a escola deve ser cultivada. As crianças e os pré-adolescentes necessitam que os pais demonstrem interesse pelo que acontece na escola, pelo desenvolvimento alcançado, pela produção do aluno.

Por isso, é muito positivo

- acompanhar a vida escolar, informando-se sobre o desenvolvimento do aluno por fontes de informação fornecidas pela escola.

- participar dos eventos da escola (reuniões, mostras de trabalhos e eventos culturais).

- trabalhar cooperativamente com os professores. Visitar e comunicar-se com a escola, conhecendo o que pode ser feito em casa para melhorar a condição de aprendizagem de seus filhos.

- incentivar os filhos a utilizar diferentes fontes de informação (livros, enciclopédias, eletrônicas ou não, Internet, entrevistas) nas pesquisas solicitadas.

- ler com eles e para eles: ler em voz alta faz com que compreendam a língua escrita, sua estrutura, seu vocabulário.

- enfatizar que não há campo de estudo inútil. Todos são fundamentais, seja por seu conteúdo, por desenvolver o raciocínio ou por ampliar sua visão de mundo.

Maria Helena Bresser
Doutora em Psicologia

Diretora Pedagógica do Colégio Móbile


Fonte: Colégio Móbile







COMO A ESCOLA

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

EDUCAÇÃO E VALORES

Os grandes temas

Sociedades contemporâneas requerem alto grau de solidariedade

Não há sociedade moderna bem sucedida onde os habitantes não tenham uma boa dose de cidadania e responsabilidade social. De fato, o avanço tecnológico requer graus de confiança ("trust") muito elevados entre as pessoas, sobretudo no trabalho.

Não faz muito tempo, a própria arquitetura refletia um grau limitado de solidariedade. Nas cidades grandes, as portas eram espessas, as trancas robustas e as janelas gradeadas. As pessoas que tinham algo a perder, andavam armadas ou traziam seus séquitos para protegê-las. As ruas não eram para as mulheres. Em períodos anteriores, as cidades eram muradas.

Nos negócios, ou as transações eram à vista ou se passavam entre pessoas conhecidas e respeitadas, onde era o fio da barba que garantia a palavra.

Na época da escravidão, para garantir que os escravos cumprissem suas obrigação eram contratados funcinários pára vigiá-los dia e noite, eram os feitores. Mas adiante, era o dono do negócio que vigiava seus funcionários com o rabo do olho, sentado no caixa, ou de seu gabinete envidraçado, dando para a fábrica ou para os escritórios. Os que tinham que ser confiáveis eram parentes ou amigos. Os subalternos não tinhama maiores responsabilidades e apenas tinham que ser supervisionados para que não parassem de trabalhar. Sabotar o processo produtivo era arriscado e deixava rastros.

Com o progresso econômico e social, as cidades passaram a depender muito mais do grau de civismo da população. A segurança aumentou, a responsabilidade cívica aumentou. As cidades passaram a ser construidas para uma sociedade onde a violência ficou esporádica. Os assuntos de segurança passaram a ser cuidados pela polícia e pelo judiciário, ao invés de serem resolvidos por conta própria. A justiça por suas próprias mãos passou a ser inaceitável.

A complexidade do processo produtivo requereu maior grau de disciplina própria e responsabilidade social da parte de todos. Simplesmente, os imperativos da produtividade e da vida social harmônica não permitem mais um controle policialesco da empresa e da rua.

Com o aparecimento dos processos produtivos fortemente baseados na micro-eletrônica, com a complexidade crescente das maquinárias, com as mudanças frequentes de linhas de produção e com a necessidade constante de decisões e ajustes, os que estão lá embaixo na pirâmide produtiva não podem ser fiscalizado efetivamente, tem que ser confiáveis. Mais ainda, eles passam a ser parte integrante do processo decisório, tendo que atuar, decidir, mudar.

No caso de indústrias de alta tecnologia, a vulnerabilidade é total. O mais reles subalterno pode facilmente trocar uma linha de programação de algum computador, dentre as centenas que existem, e com isso paralizar a fábrica por longo período. Estas fábricas não mais pode se permitir funcionários descontentes. Porisso, no Vale do Silício, os funcionários a ser dispensados só ficam sabendo depois de sairem do espaço físico da fábrica. Seus objetos encontrados no escritório são rapidamente recolhidos e levados a ele depois que se dirige ao estacionamento. Nem um segundo dentro da empresa depois de despedido.

O Brasil dos contrastes: a crise de valores e a modernização do processo produtivo

O Brasil encontra-se em uma encruzilhada difícil. Para aumentar sua competitividade, tem que adotar rapidamente processos produtivos complexos onde cada membro da empresa é um agente crítico, não apenas pelo que se pede dele em matéria de decisões, iniciativas responsabilidade, mas também pela vulnerabilidade do processo produtivo diante de um comportamento anti-social de sua parte.

Ao mesmo tempo, nas cidades grandes e mais revolvidas pelas migrações, mudanças sociais e marginalização de parte dos seus habitantes, o pouco de civismo e responsabilidade social que vinhamos acumulando ao longo do tempo está ruindo. Há uma crise moral corroendo o tecido social e reduzindo o sentido de lealdade social e civismo. Há uma população marginalizada que não tem nada a perder e portanto não se comporta com os padrões de sociabilidade requeridos para o funcionamento correto de uma cidade moderna.

Ou seja, a sociedade precisa mover-se na direção dos padrões de responsabilidade social requeridos para uma vida de qualidade e para viabilizar os novos processos produtivos. No entanto, em muitos dos seus segmentos, está movendo-se na direção oposta. Anomie política, delinquência, alienação, falta de confiança no próximo geram custos altíssimos para controlar o comportamento anti-social. Gasta-se uma fortuna para controlar de forma inadequada um comportamento selvagem. A quebra do Contrato Social tem um custo em reais que é assustador. O tempo e o dinheiro requerido para defender-se da desonestidade do próximo é enorme e os resultados nada comparáveis com as vantagens da honestidade cotidiana, da moral careta que faz sociedades avançadas conseguirem muito mais com menos recursos.

O novo papel das escolas de recuperar os velhos valores

Sobretudo nas áreas onde há mais pobreza e problemas sociais, a crise de valores e a falta de coesão social são problemas sérios. Diante de uma falta de tradição da sociedade e da desestruturação familiar, a escola recebe um encargo ainda mais importante de desenvolver cidadania e responsabilidade social.

Pedimos à escola que, antes de tudo, cultive no aluno a moral convencional ("ou careta"). São os princípios fundamentais requeridos para o funcionamento correto e harmônico de uma sociedade: justiça, tolerância, responsabilidade social, veracidade, honestidade pessoal, assiduidade, pontualidade, cumprimento do dever, compaixão e assim por diante. Os grandiloquentes objetivos de consciência social e preocupação com os problemas da humanidade não substituem esta moral careta do cotidiano que permite o funcionamento da sociedade no seu dia a dia.

Em outros momentos, a escola pública cumpriu este papel. Mas sua degradação nos últimos decênios comprometeu este desempenho. Todavia, nos anos recentes houve um sólido princípio de soerguimento da escola, permitindo voltar-se a pensar nos seus papeis no domínio não cognitivo.

O ensino pelo exemplo e não pelo sermão

Uma das medidas usualmente pensadas é o reforço das disciplinas de "moral e cívica", isto é, a introdução destes valores explicitamente nos currículos. Obviamente, são esforçøs benvindos e nada pode haver contra eles.

Mas hoje sabemos que as crianças aprendem pelo exemplo e não pelo sermão, pelas lições de moral e preleções. É vivendo em uma escola (sociedade) onde se pratica no cotidiano os valores de responsabilidade social e cidadania que se aprendem estes mesmos valores.

Começamos a vislumbrar o caminho da solução quando vemos que a escola que transmite os valores que queremos é uma escola íntegra, digna e com auto-respeito, segura do seu funcionamento e missão. É esta mesma escola que ensina a lição e que transmite valores. É o que sempre identificamos como uma boa escola. Em outras palavras, a busca da escola que transmite valores é a mesma busca da escola que mostra competência em suas funções de transmitir um currículo, ensinar a ler, escrever, contar e pensar.

A escola que ensina valores é a escola digna e íntegra

Se é a escola séria com auto-estima aquela que transmite os valores da nossa cultura e da convivência harnmônica e produtiva, é fácil concluir que a tarefa de desenvolver a escola que gera civismo é exatamente a mesma tarefa de melhorar a escola em sua integridade.

Devemos entender que ao melhorar a escola em sua integridade, no seu ensino, na sua missão de oferecer uma educação de qualidade, estamos fazendo exatamente o que é necessário para gerar uma escola que transmite os valores esperados. Porque a escola é íntegra e oferece um bom ensino, ela é capaz de transmitir os valores que desejamos.

Devemos nos preocupar explicitamente com o o necessário soerguimento dos valores da sociedade brasileira. Mas isso não se faz sem melhorar a escola no seu todo. Não há soluções para melhorar o desempenho da escola nesta direção que não seja uma solução global de melhorar a escola em tudo que ela faz de central (o que não quer dizer que a escola deva fazer de tudo um pouco, é preciso foco).

Valores para pobres e valores para ricos?

Não podemos imaginar que haverá um civismo para os pobres e um civismo para os ricos. Isso seria tolice. Não obstante, como ricos e pobres não frequentam os mesmos meios e nem as mesmas escolas, os problemas que encontram uns e outros não são os mesmos.

Sobretudo nas grandes cidades e nas áreas mais depauperadas ou problemáticas, os pobres encontram uma escola péssima e desmoralizada. É uma escola que não pode transmitir os valores que não cultiva ela mesma. É uma escola que não é capaz de contrarrestar a desestruturação do comportamento social da sua vizinhança. Uma escola que mostra aos alunos que eles não conseguem aprender, que cultiva a repetência, que deixa cicatrizes na auto-estima dos alunos não pode ir muito longe na transmissão de valores. É uma escola que precisa virar uma escola boa, para que possa ser uma âncora, um emblema dos valores cívicos que uma sociedade tanto os necessita. É o problema clássico encontrado por todas as partes. Felizmente, estamos andando para frente neste particular.

Não é esta a escola dos ricos que frequentam estabelecimentos particulares - ou algum público que sobreviveu às crises. Mas esta escola de ricos tampouco está cumprindo os seus papeis. Esta pode ser uma escola que transmite os currículos escolares corretamente. Seguramente será uma escola que transmite certos valores e que ensina ao aluno a cultivar certos hábitos socialmente desejáveis. Até aí tudo bem.

Todavia, ela frequentemente transmite também alguns valores da sociedade brasileira que não são compatíveis com o Brasil que desejamos. Historicamente, vivemos uma transição, passando de uma sociedade semi-feudal, aristocrática, elitista (no sentido hereditário e não meritocrático da palavra). Nossas elites aprenderam a defender seus privilégios, aprenderam a pensar apenas nos seus interesses, alienando-se das preocupações com a sociedade como um todo. Aprenderam a pensar mais em interesses de grupos do que interesses coletivos (a visão corporatista).

Portanto, em certa medida, as escolas de rico transmitem os valores de uma sociedade tradicional e de privilégios que queremos eliminar. É extraordinário ver a falta de consciência social das novas gerações que inevitavelmente assumirão as rédeas da sociedade e da economia. Esta é uma agenda aberta.

Organização do seminário

A progressiva degradação das escolas brasileiras

Imagens mostrando a má qualidade das escolas, seja do ponto de vista físico seja da sua organização e competéncia para transmitir conhecimentos e valores. Sugerir a impossibilidade de transmitir valores em uma escola dilapidada e de moral baixa.

O soerguimento das escolas.

Conjunto de tentativas de recuperar as escolas, mostrando esforços dos professores, diretores e pais. Apresentar casos interessantes. A mensagem subjacente é que escola que re-adquire a sua dignidade é escola que passa a ser capaz de influenciar os alunos e transmitir os valores desejados. A busca é a mesma, o desenvolvimento dos valores é um sub-produto de fazer uma escola boa.

O discurso e o exemplo

Mostrar através de exemplos e entrevistas como os valores são adquiridos pela prática. Incluir não apenas a escola mas também a família.

Focalizar a vida da escola mas incluir também o mau e o bom exemplo dos pais.

?Verdade (cola, falsas promessas da escola)
? Igualdade (não discriminar contra pobre)
? Justiça (exemplos de injustiça comuns dentro da escola, correção de provas, perseguição)
? Tolerância (aceitar pessoas diferentes, conviver com valores e culturas diferentes, integraçao deficientes)
? Não Violência (solução pacífica de conflitos, drogas)
? Disciplina pessoal (prestar atenção à aula, fazer dever, adiar a gratificação das necessidades)
? Hierarquia (visão da hierarquia como uma forma necessária de organização para fazer funcionar uma organização, em contraste com opressão ou uso abusivo da autoridade, como obedecer a autoridade sem conflitos e como a autoridade se submete a regras de como chegar lá e como se comportar)
? Pontualidade (alunos ou professores atrazados)

Fonte: www2.redepitagoras.com.br


Claudio de Moura Castro

Educador, economista, presidente do Conselho Consultivo da Faculdade Pitágoras, autor de trinta e cinco livros e mais de trezentos artigos científicos, é articulista da revista "Veja" e membro do Conselho do Instituto Social Maria Telles (ISMART).

9 MANEIRAS DE SER UM PROFESSOR MAIS EFICIENTE

1. SÃO OS ALUNOS QUE IMPORTAM

Alguns professores sentem-se extremamente orgulhosos de seus cargos. E dá até para entender a razão. Afinal, são anos e anos de pesquisas e estudos para estar ali, naquela sala de aula. E agora aqueles alunos seriam os sortudos que iriam beber da sabedoria dele por todo ano letivo. Aqueles que pensam assim estão construindo uma imensa barreira entre eles, os estudantes e o aprendizado. Os melhores mestres vêem a si mesmos como guias. Eles compartilham o que sabem, porém entendem que eles não são o foco principal daquela sala de aula. Seus discípulos o são. Não se deve perguntar "o que eu vou fazer hoje", mas sim "o que eu espero que meus alunos façam/aprendam hoje". O planejamento do dia fica muito mais fácil.

2. ESTUDE OS ESTUDANTES

Imagine um professor entrando em sala de aula dizendo: - Bom, abra seu livro na página... na página que vocês encontrarem essa matéria. Nada pior para a imagem, não é mesmo? Se é importante conhecer o material didático, imagine entender seus alunos. Que, ao contrário dos livros, não são feitos em série. Cada um possui uma particularidade, algo que o faz único. É fácil imaginar que é complicado descobrir o que cada um deseja, o que motiva seus estudantes. Mas faça uma analogia. Imagine que um amigo que mora longe lhe telefona. Ele diz que está em sua cidade e quer fazer-lhe uma visita, como se chega em sua escola? Qual a pergunta que você faz nessa situação? - Você está perto do quê/em que rua? Logo em seguida, pergunta se ele está a pé ou de carro. A partir daí, pode indicar o caminho certo para se encontrarem. Da mesma forma, seus alunos. Se você quer que eles tenham aprendido alguma coisa no final do ano, primeiro descubra onde estão, quais os recursos que possuem.

3. SE VOCÊ QUER QUE ELES SE ARRISQUEM, OFEREÇA SEGURANÇA

Parece estranho, mas aprender pode ser uma atividade desconfortável. Os discentes têm que descobrir o que eles não sabem, jogar fora muito daquilo que eles achavam que sabiam. Brasílio NetoPor isso, crie um ambiente de segurança. Iluminação e cores corretas ajudam, além de diversos outros detalhes ao alcance do professor: A - Decore as paredes com os trabalhos dos alunos, ou fale sempre nos exemplos e nos casos que eles trazem para sala. A idéia é fazer com que a sala de aula seja um lugar que pertença a eles, alunos. B - Da mesma maneira, crie um pequeno ritual para início de aula. Pode ser algo simples, como entrar e dar bom dia de determinada maneira, ir até um ponto da sala e sorrir. Com isso, os alunos percebem, inconscientemente, que eles estão em terreno conhecido e que não há o que temer.

4. VULNERABILIDADE NÃO COMPROMETE A CREDIBILIDADE

Um professor não precisa ter todas as respostas. Se você disser "eu não sei", isso não significa que sua classe vai acreditar menos em você. Ao contrário, seus alunos irão admirá-lo ainda mais.

5. REPITA OS PONTOS IMPORTANTES

O norte-americano William H. Rastetter foi professor da Universidade de Harvard antes de ser chamado para dirigir uma grande empresa. Ele passa uma regra para seus colegas: "A primeira vez que você diz alguma coisa, as pessoas escutam. Se você fala uma segunda vez, as pessoas reconhecem aquilo; e se você fala uma terceira vez, elas aprendem." O desafio é fazer isso de forma que você não se torne chato ou repetitivo. Mude as palavras, passe conceitos através de exercícios e experiências. Use sua criatividade.

6. BONS PROFESSORES FAZEM BOAS PERGUNTAS

Fazer perguntas que se respondam com "certo" ou "errado" não estimula uma boa discussão em sala de aula. Procure fazer perguntas abertas. Por que isso funciona assim? Qual a razão dessa reação/atitude? E se fizéssemos de outra maneira?

7. ESCUTE MAIS DO QUE FALA

Ao lecionar, aquilo que você faz é tão importante quanto aquilo que você diz. E escutar o que seus alunos têm a dizer significa que você se importa com eles, que leva em consideração as idéias da classe. Permita momentos de silêncio em sala de aula, eles significam que o conhecimento está sendo processado. E lembre-se, nem sempre seus alunos se comunicam por palavras. Fique atento aos sinais não escritos, como olhares, movimentos, entre outros.

8. PERMITA QUE OS ALUNOS ENSINEM ENTRE SI

Você não é a única fonte de conhecimento disponível a seus alunos. Eles também aprendem entre si. Uma turma de alunos funciona como um triângulo de aprendizado, no qual o professor é apenas um vértice. Use essa força a seu favor. Dê a seus alunos pequenos textos, e peça que eles o interpretem entre si para responder uma questão. Naturalmente eles escutam mais uns aos outros para encontrar a solução mais adequada.

9. PAIXÃO E PROPÓSITO

O que faz a diferença entre um bom professor e um excelente professor não está nos cursos feitos, não aparece nas teses defendidas nem nas pesquisas feitas. Independe dos anos de profissão. É a paixão pelo lecionar, por estar ali, todos os dias. É algo que contagia os estudantes e que não pode ser fingido. Se você possui essa vontade para passar-lhes algum conteúdo, só falta informar-lhes o que deve ser aprendido. Faça com que todas as pessoas na sala de aula tenham um objetivo comum. Para que é necessário aprender aquilo? Exatamente o que a classe deve saber de novo até o final do ano?

Fonte: Rede Pitágoras

sábado, 25 de setembro de 2010

100 ERROS DE PORTUGUÊS

Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto, como ocorrem com maior freqüência, merecem atenção redobrada. Veja os cem erros mais comuns do português e use esta relação como um roteiro para fugir deles.

1 - "Mal cheiro", "mau - humorado". Mal opõe - se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal - humorado (bem - humorado). Igualmente: mau humor, mal - intencionado, mau jeito, mal - estar.

2 - "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.

3 - "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.

4 - "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.

5 - Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.

6 - Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa - se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.

7 - "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.

8 - "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.

9 - "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.

10 - "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.

11 - Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.

12 - Preferia ir "do que" ficar. Prefere - se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.

13 - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.

14 - Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinqüenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem - vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).

15 - Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.

16 - Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei - o para você. Também: Deixe - os sair, mandou - nos entrar, viu - a, mandou - me.

17 - Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.

18 - "Aluga - se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam - se casas. / Fazem - se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram - se terrenos. / Procuram - se empregados.

19 - "Tratam - se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata - se dos melhores profissionais. / Precisa - se de empregados. / Apela - se para todos. / Conta - se com os amigos.

20 - Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.

21 - Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.

22 - Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.

23 - Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.

24 - O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.

25 - A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.

26 - Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.

27 - "Porisso". Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de.

28 - Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.

29 - A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia - se (inaugura - se) amanhã.

30 - Soube que os homens "feriram - se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.

31 - O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).

32 - Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?

33 - "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.

34 - O governo "interviu". Intervir conjuga - se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.

35 - Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.

36 - "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.

37 - A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.

38 - A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.

39 - Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.

40 - Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.

41 - Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.

42 - "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.

43 - Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.

44 - Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.

45 - Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.

46 - Lute pelo "meio - ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão - de - obra, matéria - prima, infra - estrutura, primeira - dama, vale - refeição, meio - de - campo, etc.

47 - Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.

48 - O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon.

49 - As pessoas "esperavam - o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam - no. / Dão - nos, convidam - na, põe - nos, impõem - nos.

50 - Vocês "fariam - lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far - lhe - iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá - se"). / Os amigos nos darão (e não "darão - nos") um presente. / Tendo - me formado (e nunca tendo "formado - me").

51 - Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.

52 - Blusa "em" seda. Usa - se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.

53 - A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos.

54 - Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.

55 - Sentou "na" mesa para comer. Sentar - se (ou sentar) em é sentar - se em cima de. Veja o certo: Sentou - se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.

56 - Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.

57 - O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.

58 - À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.

59 - Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).

60 - Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.

61 - A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais - que - perfeito do indicativo.)

62 - Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo - se - os, não se o diz (não se diz isso), vê - se - a, etc.

63 - Acordos "políticos - partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político - partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde - amarelas, medidas econômico - financeiras, partidos social - democratas.

64 - Fique "tranquilo". O u é pronunciável depois de q e g e antes de e e i.

65 - Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.

66 - "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto. 67 - Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.

68 - Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.

69 - Chamei - o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei - o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram - se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").

70 - Vou sair "essa" noite. É este que designa o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).

71 - A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero - quilômetro, zero hora.

72 - A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria.

73 - Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.

74 - Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.

75 - Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam - se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.

76 - Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeqüe", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.

77 - Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda", substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver - se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", "precavém", "precavenho", "precavenha", "precaveja", etc.

78 - Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc.

79 - Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.

80 - O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.

81 - A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...

82 - Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.

83 - Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo e pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo e pólos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.

84 - "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu.

85 - A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).

86 - Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).

87 - O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.

88 - Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.

89 - "Causou - me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram - me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras).

90 - A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas").

91 - O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.

92 - "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.

93 - A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.

94 - É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê - lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...

95 - Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si").

96 - Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio - dia, já é meia - noite.

97 - A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg.

98 - "Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas idéias...

99 - Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu - se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre - se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.

100 - "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.

Fonte: www.nautilus.com.br

POR QUE VOTAR?

Nas eleições deste ano, não te submetas ao desencanto, à inércia, à frustração, fraudando o teu voto como moeda sem valor. Lembra-te que a humanidade não conhece melhor caminho de avanço fora do processo democrático de livre escolha dos governantes. Amesquinhar o voto é abrir espaço à corrupção, ao caudilhismo, tirania, e rejeitar a democracia como meio legítimo e pacífico de conquistas sociais.

Nas eleições deste ano, não te iludas com o marketing que aplica aos candidatos um arsenal de cosméticos capaz de torná-los todos simpáticos, confiáveis, dispostos ao mais imaculado desemprenho caso se elejam. Nem te deixes enganar pela retórica dos palanques, das promessas enganosas, dos compromissos tão altruístas quanto a quem dá esmolas para se ver livre dos pedintes. Investigue teu candidato, conheça-lhe os atos e as idéias e, sobretudo, a ética de suas atitudes e escolhas.

Nas eleições deste ano, não te deixes saturar de nojo à política e repúdio s instituições, pois são elas que nos permitem o acesso a direitos sem trilhar a sofrida via do conflito armado, do terrorismo, da quebra da convivência democrática.

Lembra-te que todos os detalhes de tua vida resultam da qualidade da política que predomina no país: o alimento que ingeres, o transporte que utilizas, o salário que recebes, a cidadania que desfrutas. Se a política serve à maioria, reduzem-se as desigualdades sociais, o desemprego, a violência, a miséria e a fome. Pois tudo isso é provocado pela política que serve à minoria, ao sistema financeiro, aos credores da dívida pública, à ganância dos oligopólios e ao estéril gigantismo do latifúndio. Teu voto pode alterar ou reforçar tão injusta realidade ao eleger homens e mulheres imbuídos dessa ética ousada e dessa visão humanista que forjaram Chico Mendes, Gandhi, Luther King, Mandela e Che Guevara.

Nas eleições deste ano, não te deixes embalar pelo entusiasmo fácil, a música envolvente, o discurso enfático. Nem permitas iludir-te por impressões superficiais. Debata com teus amigos, leia análises, convoque candidatos à sabatina, reflita, tenha clareza do projeto de nação que alimenta teus sonhos. Se te mantiveres indiferente e repudiares a campanha, outros haverão de escolher por ti, e pode ser que elejam quem haverá de contrariar teus direitos e anseios.

Nas eleições deste ano, avalie o teu município, o teu estado, a tua nação. O que necessita nosso povo? O que macula nossos direitos de cidadania? Quais as causas da fome, da miséria, da violência e das drogas? Por que o peso dos impostos, a falta de moradia e saneamento, de saúde e educação? Quem elege os políticos corruptos? Seja o teu voto, não a expressão de tuas ambições individuais, e sim da compaixão aos mais pobres, de tua fome de justiça, de teu senso cívico, de teu projeto de Brasil para todos.

Nas eleições deste ano, desconfie dos que trazem o olhar arrogante, o peito estufado, o salto alto. Não cometas o erro de dar teu voto a quem se compraz na companhia de ricos e poderosos e jamais beneficiou os que lutam pela sobrevivência. Nem aos pusilânimes, aos arrivistas e alpinistas sociais. Vote com sabedoria e coragem, e empenha-te pela vitória de teus candidatos.

Nas eleições deste ano, indaga-te como e em quem votariam as pessoas que admiras. Pergunta-te quem seriam os candidatos preferidos por aqueles que julgas exemplo de ética, de transparência cívica, de dedicação aos interesses da coletividade.

A depender de teu voto, pode ser que nos próximos anos já não haja mais eleição nem que se ouça a tua vontade. Mas pode ser que se alargue o espaço democrático, robusteça-se a cidadania, ampliem-se a participação popular e o controle da sociedade sobre o poder público.

Nas eleições deste ano, se for nulo o teu voto, nula serão também as tuas queixas e estarás condenado à amargura cívica. À margem do processo político, teu protesto inócuo haverá de favorecer aqueles que mereciam ser banidos da vida política. À tua omissão eleitoral agradecerão os que se locupletam com recursos públicos, e promovem tráfico de influências, nepotismo e maracutaias.

Contudo, votar nas reformas que o Brasil tanto necessita, como a agrária, na redução do desemprego e na conquista do desenvolvimento sustentável, com plena soberania nacional, não serão os eleitos que te agradecerão, e sim teus filhos, as gerações futuras, pois por elas e nelas estarás votando.

Fonte: Rede Pitágoras
Índio do asfalto (Por Joel dos Anjos)

Em período eleitoral é comum (re) aparecerem os “filhos da terra”: os que a abandonaram, os que a esqueceram, os que nada fizeram para merecerem ser chamados de filhos da terra. E aparecem também os que querem ser adotados a todo custo, aqueles que sem laços nenhum, os criam, obviamente para se desfazerem depois sem nenhum constrangimento. De todo modo, ser filho da terra é uma condição especial, um diferencial que parece pesar na hora da escolha.

Eu, por minha vez, pergunto: ah, Campestre, onde estão os teus filhos? Por que razão te abandonaram? Não me refiro apenas àqueles que zarparam e aqui aparecem de quatro em quatro anos tentando arrebanhar as massas, mas principalmente aqueles que permaneceram e são como ausentes, que nos vendem ilusões e nos tornam desiludidos.

O tempo nos ensina que não basta ser filho da terra, mas que é preciso amar a terra; que é preciso, sobretudo, ter a mesma fome e a mesma sede da terra. Aliás, de que tem tido fome e sede os filhos de Campestre? Não me refiro aos filhos distraídos, abandonados e desiludidos, aos que tiveram que deixar o seu chão para tentar a sorte em chão desconhecido, aos que tiveram que abandonar os estudos a um passo do ensino médio por falta de transporte escolar, aos trabalhadores e trabalhadoras com seus salários atrasados, parcelados, vivendo injustamente de pires na mão a mendigar os seus direitos. Não, não me refiro a nenhum desses filhos de Campestre. A fome desses, eu conheço. Da sede desses, eu também padeço, porque compartilhamos o mesmo sonho de prosperidade e justiça. Refiro-me aqueles que com as nossas necessidades constroem não apenas os seus discursos, mas os seus sonhos, suas casas, e enchem suas casas de conforto, e refinam seus gostos, e freqüentam lugares nunca antes imaginados, e comem, e bebem, e se divertem, e se declaram defensores da terra enquanto a terra morre a míngua abandonada e esquecida.

Talvez porque eu seja um índio do asfalto ainda cultive valores como o amor a terra, e seja capaz até de ouvir o seu lamento e sofrer o seu abandono como se fosse a mim mesmo abandonado. Talvez. Mas talvez eu esteja certo: quem sabe o amor a terra não passe mesmo pelo desejo de governá-la, mas se alimente do sonho de bem servi-la.
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,

Ou se vacila ao mínimo temor.

Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;

É astro que norteia a vela errante,

Cujo valor se ignora, lá na altura.

Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;

Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.

Se isso é falso, e que é falso alguém provou,

Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou".

E, Por Sermos... Amores...Amados...Amantes...Amigos...
Tudo Dito, É Verdadeiro E Por Sê-Lo, Devemos Seguir,
Como Mandamentos, Imperioso À felicidade...!!!!!
Beijos...!!! Abraços...!!! Um Cheiro...HHHUUUMMM...!!!!

William Shakespeare
Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...

William Shakespeare

Paulo Freire e a revivificação da Educação Popular

Paulo Freire e a revivificação da Educação Popular
Gomercindo Ghiggi

Resumo

O presente texto busca (re) descobrir categorias freirianas para destacar a distinção que adquire a Educação Popular, refletindo-as ante as denominadas instabilidades epistemológicas e políticas do nosso tempo. Para tanto, proponho partir de um princípio: Freire é uma boa referência para revivificar a Educação Popular. Premissa aceita, a tarefa é destacar categorias com as quais Freire reforça e amplia a natureza da Educação Popular. Os desafios do nosso tempo, apresentados à educação, aparecem como balizas, tanto para pautar a seleção das categorias, como para refleti-las à luz do que está posto à educação em geral e, particularmente, à escola como situação-limite, ante os exigentes desdobramentos que decorrem, particularmente, em relação à transformação social. Das estratégias de abordagem aqui eleitas, brotam achados. Freire foi um homem que acreditou profundamente no ser humano. Inconclusos, homens e mulheres podem ser sujeitos da história. Para dar conta de tal tarefa, Freire tornou-se pensador que viveu marcado pela coerência política postada a favor dos oprimidos, coerência esta pautada pela capacidade de sonhar e ter esperança, a partir do que é possível entender como atitudes de resistência que ajudou a construir no Brasil e no exterior. Freire depositou crença profunda (não exclusiva ou messiânica) na capacidade do povo de educar-se (preparar-se) e transformar a realidade, e aplicou os conhecimentos de que dispunha para alfabetizar gente, particularmente para ajudar pessoas a lerem e a escreverem o mundo. A tarefa, então, é ensaiar respostas à seguinte questão: por que Freire para revivificar Educação Popular?

Texto Completo: PDF

Educação - PUCRS
eISSN 1981-2582
ISSN 0101-465X
Classificação Qualis: A2
E-mail: reveduc@pucrs.br
Gomercindo Ghiggi

Resumo

O presente texto busca (re) descobrir categorias freirianas para destacar a distinção que adquire a Educação Popular, refletindo-as ante as denominadas instabilidades epistemológicas e políticas do nosso tempo. Para tanto, proponho partir de um princípio: Freire é uma boa referência para revivificar a Educação Popular. Premissa aceita, a tarefa é destacar categorias com as quais Freire reforça e amplia a natureza da Educação Popular. Os desafios do nosso tempo, apresentados à educação, aparecem como balizas, tanto para pautar a seleção das categorias, como para refleti-las à luz do que está posto à educação em geral e, particularmente, à escola como situação-limite, ante os exigentes desdobramentos que decorrem, particularmente, em relação à transformação social. Das estratégias de abordagem aqui eleitas, brotam achados. Freire foi um homem que acreditou profundamente no ser humano. Inconclusos, homens e mulheres podem ser sujeitos da história. Para dar conta de tal tarefa, Freire tornou-se pensador que viveu marcado pela coerência política postada a favor dos oprimidos, coerência esta pautada pela capacidade de sonhar e ter esperança, a partir do que é possível entender como atitudes de resistência que ajudou a construir no Brasil e no exterior. Freire depositou crença profunda (não exclusiva ou messiânica) na capacidade do povo de educar-se (preparar-se) e transformar a realidade, e aplicou os conhecimentos de que dispunha para alfabetizar gente, particularmente para ajudar pessoas a lerem e a escreverem o mundo. A tarefa, então, é ensaiar respostas à seguinte questão: por que Freire para revivificar Educação Popular?

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Educação - PUCRS
eISSN 1981-2582
ISSN 0101-465X
Classificação Qualis: A2
E-mail: reveduc@pucrs.br

EDUCAÇÃO POPULAR E FORMAÇÂO DE PROFESSORES

Educação popular e formação de professores: uma experiência em construção
Ana Carrilho Romero Grunennvaldt, Edson Pereira Barbosa, Felício Guilardi Junior, José Tarcísio Grunennvaldt, Mariuce Campos de Moraes

Resumo

O presente artigo, ao apresentar a construção de um Curso de Formação de Professores em Ciências Naturais e Matemática do Campus Universitário de Sinop da Universidade Federal Mato Grosso/UFMT, busca compreender algumas inovações e limitações no tocante ao acesso à formação acadêmica de jovens trabalhadores à Educação Superior. O objetivo é estabelecer uma relação entre a perspectiva de Educação Popular e a formação inicial de professores para as Ciências Naturais e a Matemática. No desenho curricular, destacam-se aspectos capazes de se identificar com a “racionalidade cosmopolita”, que, ajustandose à transição, poderá expandir o presente e contrair o futuro. O currículo em seu desenho se distingue da organização dos currículos convencionais no trato que atribui à teoria e à prática, mediado pela significação de trabalhadores que protagonizam uma situação singular, como educandos que problematizam temas surgidos das circunstâncias do seu mundo de vida, de trabalho e de escolarização.

Texto Completo: PDF

Educação - PUCRS
eISSN 1981-2582
ISSN 0101-465X
Classificação Qualis: A2
E-mail: reveduc@pucrs.br

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

FELICIDADE

Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!

(Fernando Pessoa)

A VERDADE

A VERDADE

A porta da verdade estava aberta,

mas só deixava passar

meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,

porque a meia pessoa que entrava

só trazia o perfil de meia verdade.

E sua segunda metade

voltava igualmente com meio perfil.

E os dois meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.

Chegaram a um lugar luminoso

onde a verdade esplendia seus fogos.

Era dividida em duas metades,

diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.

As duas eram totalmente belas.

Mas carecia optar. Cada um optou conforme

seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

(Carlos Drumond de Andrade)

EDUCAÇÃO

16/09/2010

13h12 -Aluno que se passou por médico no RJ é expulso
12h29 -UFG, Unifap e Unifal definem utilização do Enem 2010; confira o aproveitamento da nota do exame em todas as universidades federais
11h42 -RJ: Cerca de cem professores das redes municipal e estadual fazem protesto na Candelária
11h32 -Inscrições para o vestibular 2011 da UnB serão realizadas a partir de 20 de setembro
10h46 -Agora São Paulo: Bolsa para professor será paga até amanhã
10h03 -Brasil deixa 80% das crianças fora da creche, diz estudo
09h44 -Ensino do Holocausto passa a ser obrigatório na rede de ensino de Porto Alegre
09h08 -CNTE faz mobilização pelo piso nacional do professor nesta quinta-feira
07h00 -Alunos de direito na UFBA estão sem professor em dez disciplinas há dois meses
07h00 -Burocracia e falta de senso de urgência dificultam implantação de projeto que dá um micro por aluno
07h00 -Inovação tecnológica impulsiona inovação pedagógica, diz professora da PUC-SP
05h47 -Estadual de Londrina encerra inscrições para o vestibular 2011 nesta quinta
05h36 -Uerj recebe inscrições para o exame discursivo do vestibular 2011 a partir desta quinta
05h00 -Porto Alegre recebe nesta quinta-feira a 19ª Expo Estude no Exterior
03h04 -Na América Latina, USP é a 1ª colocada em ranking
03h03 -DEPOIMENTO: Na Universidade de Harvard, você é só um grão de areia em boa companhia
03h02 -OPINIÃO: Nova versão do ranking se baseia em detalhadas consultas internacionais
03h01 -Harvard é a melhor universidade do mundo; ouça
03h01 -Melhores universidades do mundo estão nos EUA
03h00 -Pós-graduação da USP melhora em exame
15/09/2010

23h59 -"Incríveis Passatempos Matemáticos" ensina a calcular área de ovo de avestruz
20h30 -MPF recomenda que Enem tenha tradutor de libras para candidatos com deficiência auditiva
18h19 -Escola promove poucas ações educativas na comunidade, diz movimento social
18h01 -De Adoniran Barbosa ao mito da criação, conheça assuntos que podem cair no Enem
16h42 -Bem-amado de Cristo, Judas não traiu Jesus nem se suicidou, mostra romance bíblico
16h24 -Justiça nega reabertura do curso de direito da Universidade Castelo Branco, no Rio
13h31 -UnB divulga editais do programa de avaliação seriada; inscrições começam dia 17/9
12h45 -O que você acha da presença de seguranças armados em escolas?
12h29 -RS: dez escolas estaduais passam a ter segurança privada e armada para combater assaltos
12h01 -Obra detalha funcionamento e ensina a montar assessorias de comunicação

Fonte: UOL EDUCAÇÃO

AUSÊNCIA

Desculpem minha ausência... estou de volta!