domingo, 20 de março de 2011

As premiações literárias e as atividades em sala de aula

As premiações literárias e as atividades em sala de aula
A agitação cultural promovida por um prêmio literário, como o Nobel, pode ser perfeitamente aproveitada por professores e alunos para a dinâmica do ensino em classe
Por Adriana Crespo




O anúncio do prêmio Nobel é o momento que a literatura tem garantido um considerável espaço na grande imprensa, todos os anos. Ao contrário dos “enigmáticos” prêmios destinados aos cientistas, os prêmios Nobel de Literatura e da Paz costumam ser compreensíveis e interessantes, mesmo ao grande público.

Os vencedores, especialmente quando já conhecidos, são comentados nos telejornais, os jornais de grande circulação falam sobre a vida e a obra do vencedor, sites e blogs debatem sobre a escolha, enquanto cada passo do vencedor é discutido nos grandes portais da internet.

Para o aluno de Literatura (ou de Língua Portuguesa nos últimos anos do ensino fundamental) a situação pode gerar dúvidas parecidas com as enfrentadas nas aulas de História: por que, nesse momento em que a Literatura torna-se importante a ponto de “estar na televisão”, continuamos estudando os mesmos autores de “milhões” de anos atrás? Qual a importância desse autor, por que ele recebeu tal honra (e tanto dinheiro!) e agora é uma sumidade? Se ele é tão importante, por que eu nunca ouvi falar dele nas aulas? E, o mais importante de tudo: “quem é esse cara”?
Ou, o que talvez seja mais comum, o aluno pode ficar tão distante ou indiferente ao assunto que não chega a perceber, não ouve falar, não fica sabendo sequer do Nobel, não sabe que isso existe. Talvez ele já tenha associado ou se conformado com a literatura como uma “coisa morta”, que pode ser interessante ou não, mas está inevitavelmente ligada ao passado e desconectada com o que acontece hoje, com o que acontece na vida dele.


LITERATURA É VIVA
Mesmo com a dificuldade do professor em ajustar o conteúdo necessário no decorrer de um ano letivo ao tempo disponível em sala de aula, vale a pena estudar a possibilidade de se usar o prêmio Nobel para discutir a literatura de hoje. É sempre importante frisar que a literatura é algo vivo, não apenas porque livros continuam sendo lançados e vendidos, como também porque, apesar de todas as dificuldades envolvendo mercado, a divulgação e o alcance, ela permanece sendo construída por autores de qualidade inegável. E é essencial que esses autores recebam reconhecimento, seja da crítica, seja do público, seja de premiações. Incentivo é fundamental, por mais amor que se tenha ao ofício.


ALGUMAS IDEIAS
Em um primeiro momento, basta um comentário do professor, como “vocês viram o noticiário ontem, o que foi falado sobre literatura?”, acompanhado de uma explicação (que pode ser mais ou menos aprofundada, de acordo com o tempo disponível) de o quê, afinal, é o prêmio Nobel, ou o prêmio Jabuti, ou a Academia Brasileira de Letras, ou o que quer que esteja sendo discutido pela mídia, na ocasião. Quanto mais imediato melhor, de preferência na mesma semana, enquanto o assunto está fresco na mente dos alunos que sabem do que o professor está falando.

O professor pode, então, tirar alguns minutos para ler sobre o autor vencedor e sua obra, mesmo que já os conheça. A chave é encontrar algo que possa relacionar com o que está sendo ensinado às suas turmas, como, por exemplo, a convergência do tema sertão nas obras de Vargas Llosa, prêmio Nobel de Literatura de 2010, e Guimarães Rosa. É curioso que um autor estrangeiro tenha escrito sobre um assunto “tão nosso”, tão brasileiro que aos alunos mais urbanos soa até caricato. Se isso invalidaria a obra de Llosa e qual a importância de termos diferentes olhares sobre um mesmo momento histórico, inclusive olhares estrangeiros, são boas discussões para se trazer para a sala de aula.

Também é uma oportunidade para se explicar, mesmo que isso já tenha sido feito milhares de vezes, por que se estuda literatura desde os clássicos, ou ao menos por que isso é o normalmente exigido no currículo escolar. É um ponto que muito impacienta os jovens, para quem o mundo está acontecendo agora e é tudo interessante demais para se perder tempo com o passado. Mas, na literatura, não existe passado; as correntes vão e vêm, assim como os temas; um autor influencia o outro e compreender essa corrente é fundamental — ainda que não profundamente, ao menos compreender o processo universal que move a literatura.



Premiação em dinheiro
Além de uma medalha de ouro, os ganhadores do Nobel receberam este ano uma quantia equivalente a cerca de US$ 1,6 milhão, mais de dois milhões e meio de reais à data do prêmio.



Novamente, é um ensino semelhante com os das aulas de História, o que nos leva a segunda grande forma de se usar uma “premiação” em sala de aula. Caso passe a chance de usar o imediatismo de uma premiação em aula, se ganha em tempo de planejamento e em possibilidades multidisciplinares. Para alunos no final do ensino médio, que possivelmente logo enfrentarão um vestibular cheio de questões sobre atualidades, uma aula de literatura acompanhada pelo professor de Geografia pode ser muito esclarecedora. No caso do Nobel, a conotação política do prêmio é um ótimo gancho para se falar sobre atualidades; no caso específico de Vargas Llosa, sua relação com o Brasil vem desde A Guerra do Fim do Mundo, onde a Guerra dos Canudos é pungentemente narrada, até o novíssimo O Sonho do Celta. Ambos tratam de temas estudados nas aulas de História e usá-los, ainda que apenas como exemplo, mostra duas coisas importantes: a primeira, que a Literatura é uma disciplina viva, jamais condenada às estantes e somente a isso. A segunda é que o Brasil não é um país isolado ou fechado em uma redoma. Seu passado, sua história, seu modo de viver e mesmo sua situação política atual são considerados importantes e relevantes para escritores do resto do mundo, especialmente da América Latina.
FONTE:literatura.uol.com.br

sexta-feira, 11 de março de 2011

De pouco ou nada vale aplicar percentuais de 25% na Educação básica

De pouco ou nada vale aplicar percentuais de 25% na Educação básica
Por: Janeayre Souto*
De pouco ou nada vale aplicar percentuais de 25% na Educação básica, nos termos da legislação, se a aplicação não reverter em melhoria dos padrões de ensino da população e melhorias salariais para os trabalhadores em educação. A Educação - pelo incremento das condições físicas das escolas, da qualidade do transporte escolar, da capacitação dos professores e incentivos remuneratórios.
Hoje, é formalizada contabilmente, carecendo de uma verificação in loco, pois a simples exibição documental não permite avaliar se os recursos foram empregados com eficiência e eficácia. É necessário que o Tribunal de Contas, incremente programas de visitas aos municípios norte-rio-grandenses, notadamente os de maior porte e no governo estadual, para avaliar se os percentuais exigíveis na Educação, por exemplo, garantem melhores serviços à população, e melhoria salarial aos trabalhadores em educação, ou se, pelo contrário, nada acrescentam ao conhecido quadro de estagnação.
Sem dúvida, para implementar o "planejamento estratégico", é necessário observar se as escolas da rede pública estão embfuncionamento, se o transporte escolar não está sendo feito em paus-de-arara, ou em veículos sem as mínimas condições de segurança e se os gestores públicos estão usando os recursos do FUNDEB como é para se usar. E, até para explicar o porquê de muitas prefeituras e o governo estadual mascarar o pagamento do Piso Nacional do Magistério.
Concomitantemente ao exame da documentação formal e contábil, a inspeção permitirá conhecer se os números oferecidos batem com a realidade. Até mesmo a oitiva de pessoas pode ser um meio de conhecer como andam as coisas da Educação em determinados municípios e na rede estadual de ensino.
O TCU é um exemplo de como a fiscalização transcende a simples análise de papéis, para ir além, aos locais onde se fazem as obras e os investimentos de vulto, e os superfaturamentos.
*Janeayre Souto, é Profissional da Educação (GNS), diretora de Organização do SINTE. Contatos:janeayrealmeida@gmail.com e site: janeayresouto.com.br
Autor(a): Janeayre Souto
Fontewww.sintern.org.br

quinta-feira, 10 de março de 2011

Brasil é o único entre os emergentes sem universidades 'top'

Brasil é o único entre os emergentes sem universidades 'top'
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VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

O Brasil avança na economia, mas tem um longo caminho a percorrer na educação. O país é o único dos BRICs a não ter nenhuma instituição de ensino superior entre as cem mais bem avaliadas por acadêmicos no mundo todo.

Brasil fica no 88º lugar em ranking da Unesco

É o que mostra o novo ranking divulgado nesta quinta-feira pela THE (Times Higher Education), principal referência no campo das avaliações de universidades no mundo, que é baseada em Londres.

A Rússia aparece com a Universidade Lomonosov, de Moscou, na 33ª posição. A China tem cinco universidades no ranking (duas em Hong Kong e uma em Taiwan). A melhor é a Tsinghua, de Pequim, no 35º lugar. O Instituto Indiano de Ciência está na 91ª colocação.

Foram ouvidos 13.388 acadêmicos de 131 países para chegar à lista das universidades com melhor reputação

São estudiosos com, em média, mais de 16 anos de trabalho em instituições de ensino superior e 50 trabalhos científicos publicados.

Na liderança, mais uma vez, aparece a americana Harvard, que também lidera o ranking geral da THE divulgado em setembro de 2010 e que a Folha publicou com exclusividade no Brasil.

A diferença entre os rankings é que o geral leva em conta 13 critérios --relação estudante/professor, quantidades de alunos e professores estrangeiros, número de trabalhos científicos publicados, ênfase em pesquisa etc.

O índice de reputação, divulgado pela primeira vez pela THE, considera apenas a imagem que as instituições têm entre os acadêmicos.

Foi pedido que apontassem, entre mais de 6.000, até dez universidades como as melhores do mundo em seus campos específicos.

HARVARD

Os Estados Unidos são o grande destaque, com sete universidades entre as dez primeiras e 45 entre as cem.

Em seguida vem o Reino Unido, com duas entre as dez primeiras (Oxford e Cambridge) e 12 no total.

A surpresa é a Universidade de Tóquio, que aparece na oitava posição. No ranking geral, ela está no 26º lugar.

A Rússia também se destaca. A Lomonosov, em Moscou, é a 33ª com melhor reputação, apesar de nem constar do ranking geral da THE.

Com mais de 50 mil alunos, tem 11 ganhadores do Nobel e investe dinheiro público e privado em pesquisas.

Segundos especialistas, é justamente a falta de investimento em pesquisa que deixa as universidades brasileiras fora desses rankings.

Phil Baty, um dos responsáveis pelo estudo, diz que os rankings baseados em critérios objetivos são muito importantes, mas defende também os de reputação.

"Neste momento em que há uma grande disputa global pelo mercado de alunos e professores, uma boa reputação no meio acadêmico é crucial", afirma Baty.

Fora o Reino Unido, a Europa não aparece bem no ranking. A universidade suíça mais bem colocada está em 24º lugar. A alemã, em 48º. Nenhuma francesa está entre as 50 primeiras.

Itália, Espanha e Portugal não figuram no ranking.

VEJA O RANKING COMPLETO

Ranking Instituição País
1 Universidade Harvard EUA
2 Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) EUA
3 Universidade de Cambridge Reino Unido
4 Universidade da Califórnia, Berkeley EUA
5 Universidade Stanford EUA
6 Universidade de Oxford Reino Unido
7 Universidade Princeton EUA
8 Universidade de Tóquio Japão
9 Universidade Yale EUA
10 Instituto de Tecnologia da Califórnia EUA
11 Imperial College de Londres Reino Unido
12 Universidade da Califórnia, Los Angeles EUA
13 Universidade de Michigan EUA
14 Universidade Johns Hopkins EUA
15 Universidade de Chicago EUA
16 Universidade Cornell EUA
17 Universidade de Toronto Canadá
18 Universidade de Kyoto Japão
19 Universidade College London Reino Unido
19 Universidade de Massachusetts EUA
21 Universidade de Illinois em Urbana-Champaign EUA
22 Universidade da Pensilvânia EUA
23 Universidade Colúmbia EUA
24 Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, em Zurique Suíça
25 Universidade de Wisconsin EUA
26 Universidade de Washington EUA
27 Universidade Nacional de Cingapura Cingapura
28 Universidade Carnegie Mellon EUA
29 Universidade McGill Canadá
30 Universidade da Califórnia, em San Diego EUA
31 Universidade da Colúmbia Britânica Canadá
31 Universidade do Texas, em Austin EUA
33 Universidade Lomonosov, em Moscou Rússia
34 Universidade da Califórnia, em San Francisco EUA
35 Universidade Tsinghua China
36 Universidade Duke EUA
37 London School of Economics and Political Science Reino Unido
38 Universidade da Califórnia, em Davis EUA
39 Instituto de Tecnologia da Geórgia EUA
40 Universidade Northwestern EUA
41 Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill EUA
42 Universidade de Hong Kong Hong Kong**
43 Universidade de Pequim China
43 Universidade de Minnesota EUA
45 Universidade de Edinburgo Reino Unido
45 Universidade de Melbourne Austrália
47 Universidade Purdue EUA
48 Universidade de Munique Alemanha
49 Universidade de Tecnologia de Delft Holanda
50 Universidade Osaka Japão
51-60* Universidade Nacional Australiana Austrália
Instituto Karolinska Suécia
Universidade de Nova York EUA
Universidade Estadual de Ohio EUA
Universidade Nacional de Seul Coreia do Sul
Universidade Tohoku Japão
Instituto Tecnológico de Tóquio Japão
Universidade da Califórnia, Santa Bárbara EUA
Universidade de Pittsburgh EUA
Universidade de Sydney Austrália
61-70 Universidade Boston EUA
Escola Politécnica França
King's College de Londres Reino Unido
Universidade Estadual da Pensilvânia EUA
Universidade Técnica de Munique Alemanha
Universidade da Flórida EUA
Universidade de Manchester Reino Unido
Universidade de Maryland, College Park EUA
Universidade de Zurique Suíça
Universidade Uppsala Suécia
71-80 Escola Politécnica Federal de Lausanne Suíça
Universidade Humboldt de Berlim Alemanha
Universidade Lund Suécia
Universidade Estadual de Michigan EUA
Universidade Estadual de Nova Jersey, Rutgers EUA
Universidade do Arizona EUA
Universidade do Colorado EUA
Universidade do Sul da Califórnia EUA
Universidade Utrecht Holanda
Universidade Washington, Saint Louis EUA
81-90 Universidade Católica de Leuven Bélgica
Universidade Indiana EUA
Universidade Leiden Holanda
Universidade National de Taiwan Taiwan*
Universidade Ruprecht Karl de Heidelberg Alemanha
Universidade Texas A&M EUA
Universidade de Amsterdã Holanda
Universidade de Bristol Reino Unido
Universidade de Leeds Reino Unido
Universidade de Queensland Austrália
91-100 Universidade Hong Kong de Ciência e Tecnologia Hong Kong**
Instituto Indiano de Ciência Índia
Instituto de Ciência e Tecnologia Avançada da Coreia Coreia do Sul
London School de Higiene e Medicina Tropical Reino Unido
Universidade Tecnológica de Nanyang Cingapura
Universidade de Helsinque Finlândia
Universidade de Paris, Pantheon-Sorbonne França
Universidade de Sheffield Reino Unido
Universidade de Viena Áustria
Universidade de Waterloo Canadá
Fonte: Times Higher Education
Fonte: /www1.folha.uol.com.b