domingo, 28 de fevereiro de 2010

Dia a dia do seu filho
ApresentaçãoEnsino Fundamental e MédioEducação infantilO jovem no Ensino Médio
* Cultive o hábito da leitura em sua casa.

* Ajude seu filho a conservar o livro didático. O material servirá para outros alunos futuramente.

* Acompanhe a frequência da criança ou do adolescente às aulas e sua participação nas atividades escolares.

* Visite a escola de seus filhos sempre que puder.

* Observe se as crianças ou adolescentes estão felizes e cuidadas no recreio, na hora da entrada e da saída.

* Verifique a limpeza e a conservação das salas e demais dependências da escola.

* Observe a qualidade da merenda escolar.

* Converse com outras mães, pais ou responsáveis sobre o que vocês observam na escola.

* Converse com os professores sobre dificuldades e habilidades do seu filho.

* Peça orientação aos professores e diretores, caso perceba alguma dificuldade no desempenho de seu filho. Procure saber o que fazer para ajudar.

* Leia bilhetes e avisos que a escola mandar e responda quando necessário.

* Acompanhe as lições de casa.

* Participe das atividades escolares e compareça às reuniões da escola. Dê sua opinião.

* Participe do Conselho Escolar.
Palavras-chave: Recomendações para os pais, acompanhamento dos alunos do ensino fundamental e médio
Educação básica
Olimpíada da Língua Portuguesa recebe inscrições a partir de 2 de março
Sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010 - 11:55 Nove milhões de estudantes da educação básica pública devem participar da Olimpíada de Língua Portuguesa de 2010. O concurso será lançado na terça-feira, 2 de março, na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. Adesões de secretarias de educação e inscrições de professores poderão ser feitas até 14 de maio.

A expectativa do Ministério da Educação é alcançar 80 mil escolas e receber inscrições de 300 mil professores — para que os docentes se inscrevam, as secretarias estaduais e municipais precisam aderir ao concurso. “A adesão da rede de ensino é pré-requisito para a inscrição do professor”, diz o coordenador-geral de tecnologia da educação da Secretaria de Educação Básica (SEB), Raymundo Filho. “Esperamos que todas as secretarias façam a adesão e abram espaço para que os professores se dediquem à olimpíada, paralelamente a suas atividades.”

Uma das novidades da segunda edição da olimpíada é a participação de estudantes matriculados no nono ano (ou oitava série) do ensino fundamental e no primeiro ano do ensino médio de escolas públicas. Eles concorrerão com textos do gênero crônica. As demais categorias permanecem como em 2008 — quinto e sexto anos (quarta e quinta séries) participarão com textos do gênero poema; sétimo e oitavo anos (sexta e sétima séries), gênero memórias literárias. No ensino médio, os alunos do segundo e do terceiro anos devem concorrer com artigos de opinião. O tema para todas as categorias é O lugar onde vivo.

Alunos e professores participarão de etapas escolares, municipais, estaduais e regionais e da nacional. Serão selecionados 500 textos semifinalistas na etapa estadual, 152 na regional e 20 na nacional.

Aluno e professor serão premiados. Os 500 escolhidos na fase estadual receberão medalhas e livros; os 152 finalistas, medalhas e aparelhos de som. Os 20 vencedores da etapa nacional ganharão medalhas, microcomputadores e impressoras.

Esta é a segunda edição da olimpíada, que ocorre a cada dois anos. A primeira, realizada em 2008, alcançou seis milhões de alunos. O concurso teve origem no programa Escrevendo o Futuro, desenvolvido pela Fundação Itaú Social entre 2002 e 2006. Atualmente, é realizado em parceria do Ministério da Educação com a Fundação Itaú Social e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).

Adesões de secretarias de educação e inscrições de professores poderão ser feitas on-line, a partir de terça-feira, 2 de março, na página eletrônica do Cenpec.

Maria Clara Machado
Saber Viver


Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar
Cora Coralina

sábado, 27 de fevereiro de 2010

"Leia o texto abaixo e depois leia de baixo para cima"

Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...
Clarice Lispector
Auto-Avaliação
Publicado em: 09/07/2009 | Comentário: 0 | Acessos: 1,510

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Re-publique este artigo
AUTO-AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM E DO ENSINO



Leia as questões e responda separadamente cada uma demonstrando um processo de metacognição sobre o que aprendeu durante a disciplina.



☻ Faça uma síntese das aprendizagens significativas construídas dos núcleos temáticos.



Darei inicio a este tópico ressaltando a relevância dos conhecimentos adquiridos para minha formação pessoal e profissional.

Nessa viagem ao mundo da avaliação educacional tive o privilegio de rever alguns de meus conceitos até então inflexíveis e potencializar meu senso critico de uma forma mais fundamentada.

Para apresentar uma síntese das aprendizagens significativas construídas dos núcleos temático resolvi (com o auxilio dos textos extras e sugeridos na disciplina, das discussões em sala de aula e da reflexão em torno do discurso docente) destrinchar o que aprendi sobre avaliação educacional fazendo um feedback do que vimos desde o inicio da disciplina.

Perrenoud (1999) nos diz que:

A avaliação não é uma tortura medieval. É uma invenção mais tardia, nascida com os colégios por volta do século XVII e tornado indissociável do ensino de massa que conhecemos desde o século XIX, com a escolaridade obrigatória” (PERRENOUD, 1999)

Sendo assim faz-se mister refazermos o caminho de volta que pode nos ajudar a entender melhor a avaliação educacional.

Século XIX nos Estados Unidos é criado um sistema de testagem que tinha como finalidade melhorar os padrões educativos.

Este sistema tinha Três propostas principais:

1 – substituir os exames orais pelos escritos;

2 – substituir as questões gerais pelas específicas e aumentar o seu número;

3 – buscar padrões mais objetivos

Já no início do século XX – Thorndike nos Estados Unidos – os testes educacionais tinham como objetivo mensurar as mudanças de comportamento dos alunos caracterizando o início da avaliação da aprendizagem, conhecida como medida ou avaliação do rendimento escolar, o que deu origem aos testes padronizados.

Em 1935-1938 surgem as conferências sobre a avaliação e criação de uma comissão permanente de estudos sobre o assunto.

Nos anos 50 Tyler e Smith defendem os testes, as escalas de atitude, os inventários, os questionários e as fichas de registro de comportamento dos alunos.

Tyler atribuiu à avaliação um novo enfoque denominada avaliação por objetivos.

Mager amplia essas idéias, apresentando três características:

1 – conter, explicitamente, o comportamento observável dos alunos;

2 – especificar as condições nas quais o comportamento deve ocorrer;

3 – definir o padrão de rendimento aceitável (critério), segundo o qual o nível de desempenho do aluno é considerado satisfatório.

Cronbach (1963) nos apresenta quatro pontos sobre avaliação:

1 – a associação entre avaliação e o processo de tomada de decisão;

2 – os diferentes papéis da avaliação educacional;

3 – o desempenho do estudante como critério de avaliação de cursos;

4 – a análise de algumas técnicas de medida à disposição do avaliador educacional.
Noll – (1965) publica no Brasil Introdução às medidas educacionais que tem como idéia principal a mensuração das mudanças desejadas no comportamento do aluno.

A Contribuição de Stake (1977) – amplia as discussões sobre as diferentes epistemologias entre pesquisa e avaliação quantitativa e qualitativa e definiu as características do estudo de caso como forma de pesquisa

Popham (1969) publica manuais que tratam do planejamento de ensino e avaliação. Essa contribuição trata da definição de objetivos (comportamentais)

Essas teorias exacerbam a tecnologia da avaliação, considerando a necessidade de construir itens de testes apropriados e de testá-los de forma altamente valorizada

Stufbllean e Guba – década de 70 criam um modelo de facilitação em avaliação educacional, dando ênfase ao processo de julgamento e tomada de decisões

Scriven (1978) considerava que a avaliação desempenha vários papéis, embora com um único objetivo: determinar o valor ou o mérito do que está sendo avaliado.

Bloom Concebe a avaliação como um levantamento sistemático de informações e sua posterior análise para fins de determinar o valor de um fenômeno educacional. Foi quem primeiro utilizou o termo Avaliação Formativa.

Para ele, a avaliação tem papéis diferenciados, ou seja, papéis formativos e somativos, cujos conceitos influenciaram em definitivo, a prática e o futuro da avaliação.

Essas idéias influenciaram o pensamento dos autores brasileiros até a década de 80.

A avaliação formativa caracteriza-se por um caráter processual, isto é, ocorre ao longo do desenvolvimento dos programas, dos projetos e dos produtos educacionais, permitindo as modificações que se fizer necessárias durante o processo.

A avaliação somativa é a que se realiza ao final de um programa ou de uma atividade, possibilitando a reorientação necessária e tomada de novas decisões

A avaliação diagnóstica surge mais tarde e tem o sentido de se partir dos conhecimentos prévios dos alunos o que permite diferenciar avaliação de medida.

Funções da avaliação são a Diagnóstica, Formativa e Somativa:

Diagnóstica – permite detectar a existência ou não de pré-requisitos necessários para que a aprendizagem se efetue. No início de um assunto, bimestre, etc. Formativa – consiste no fornecimento de informações que orientarão o professor para a busca de melhoria do desempenho dos estudantes durante todo o processo ensino/aprendizagem, de modo a evitar o acúmulo de problemas

Somativa – implica no fornecimento de informações a respeito do valor final do desempenho do aluno, tendo em vista a decisão de aprová-lo ou reprová-lo.

Benjamim Bloom publica o Manual de avaliação formativa e somativa do aprendizado escolar 1971 nos Estados Unidos 1983 no Brasil Influenciou os meios acadêmicos da época e influencia até os nossos dias

As concepções de Bloom (1972) foram importantes para a geração de um sistema de ensino e avaliação mais coerentes entre si.

Ao destacar a relevância do domínio de taxonomias (Taxonomia – ciência ou técnica de classificar) despertou os professores para o perigo da incoerência entre o que se ensina e o que se avalia

Bloom define avaliação como “coleta sistemática de evidências por meio das quais determinam-se mudanças que ocorrem nos alunos e como ocorrem”

Inclui uma grande variedade de evidências que vão além do tradicional exame final de caneta e papel.

Portanto as funções da avaliação – diagnosticar, retroinformar e favorecer o desenvolvimento individual, ou seja, a avaliação diagnóstica .

Pressupostos que devem nortear a avaliação diagnóstica deve ocorrer no início de uma unidade, semestre ou ano letivo

As idéias de Bloom enquadravam-se na corrente quantitativa da avaliação que predominou na literatura brasileira até o início dos anos 80.

Tal corrente valoriza o uso de instrumentos e tecnologias diversas para a mensuração do rendimento do aluno com o propósito de alcançar objetivos comportamentais, bem como traduzir a quantificação do conhecimento adquirido que ainda predomina no pensamento educacional brasileiro, expresso nas práticas avaliativas desde a Educação Básica até o Ensino Superior (MEZZAROBA & AVARENGA, 1999; SAUL, 1988).

A avaliação apresenta dois modelos: o tradicional e o progressivista:

Tradicional – enfatiza as quantificações dos resultados e a classificação do aluno;

Progressivista – focaliza o processo e a avaliação diagnóstica do aluno

No final da década de 80 e início de 90 surgem visões mais progressistas, dentre as quais, a abordagem da avaliação emancipatória de Saul (1988), Hoffmann (1998) – avaliação mediadora , Lüdke e Mediano (1994) – enfoque sociológico para a avaliação, Luckesi (1999) – enfoca a avaliação enquanto processo, Prado (1997) – enfatiza a avaliação como processo e não como produto eVianna (1989) – contribui para criar a cultura da avaliação.

Esses autores contribuíram para que desencadeasse no Brasil um processo de sensibilização e preocupação com a avaliação também, a desvinculação com as obras norte-americanas, embora elas continuem sendo valiosas para aprofundamento de estudos, uma vez que sustentaram e sustentam as pesquisas na área.



☻As atividades e tarefas favoreceram o seu crescimento pessoal e formação profissional? De cada tarefa executada durante o curso explique o grau de relevância.

Como diria o poeta: tudo vale a pena quando a alma não é pequena. As atividades e tarefas tiveram grande significado. O diário reflexivo funciona pra mim como uma espécie de álbum de fotografias em que posso visualizar as mudanças ocorridas ao longo do processo. Creio que meu ultimo diário contem mais informações que o primeiro, embora admito que preciso melhorar em alguns aspectos que dizem respeito à fundamentação teórica.

Compreendi a eficiência e confecção correta dos resumos informativos.

Gostaria de ter evoluído um pouco mais na elaboração do mapa conceitual.

Estou satisfeito com minhas atuações nas apresentações em equipe.

A pesquisa da prática avaliativa de um docente contempla tudo que vimos nessa disciplina, pois podemos identificar facilmente qual paradigma nosso entrevistado está inserido.



☻Comente sobre as dificuldades enfrentadas para executar as tarefas individuais e em grupo. Quais as limitações pessoais, do professor, dos colegas, outras?

As dificuldades que encontrei podem ser os resquícios do paradigma empiristas que estruturaram a minha trajetória acadêmica. Isso pode explicar minha fraqueza metacognitiva. No entanto vejo tal crise como um ponto de amadurecimento.

☻O que você retiraria ou acrescentaria da proposta da disciplina?

Incluiria estudos sobre neurociência.

2. Faça o comentário que desejar:

Quero aproveitar este espaço para manifestar minha gratidão pela experiência vivida. Gostaria de dizer que não é nada fácil enfrentar os obstáculos que tentam bloquear nossa chegada à autonomia. Não é fácil identificar quando deixamos de ser heterogêneos, pois estamos tão presos ainda em paradigmas que sustentam nossas crenças que chocá-los pode gerar alguns conflitos internos.

Esses conflitos ou processos de desequilíbrio são na verdade uma oportunidade para emergirmos para o novo. E feliz aquele que nesse momento de transgressão tenha em seu auxilio um mediador competente, um motivador do nosso potencial, um altruísta por natureza.

Durante muito tempo a escola tem perdido a oportunidade de transformar-se na instituição mais poderosa e influente da união. A insistência em utilizar modelos pedagógicos e epistemológicos que limitam o ser pensante que há em cada aluno, tem sido o fator marcante para a desvalorização que a escola pública vem sofrendo.

Nós, futuros profissionais de educação, temos a obrigação moral de buscarmos a nossa autonômia, e mais ainda, o dever nato de viabilizar caminhos para a emancipação daqueles que a própria escola tratou de excluir.

É preciso acreditar em nossos rumos para a educação de nosso país. Não é mais concebível os processos de avaliação que expressam juízo de valor e promovem segregação.

Queremos uma escola em que interagir seja parte processual da avaliação, que as experiências sejam valorizadas e respeitadas tal como devemos agir com as pessoas, um processo avaliativo que mas parece um celebração de identidades onde cores, crenças e valores se misturam e faça todos entenderem que o ser humano só pode ser uma coisa:

ELE MESMO!



Joilson Aleixo

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

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26 de fevereiro
16h16 SP: saresp mostra melhora generalizada nas escolas estaduais
15h29 PUCRS divulga 3ª chamada do vestibular de verão 2010
14h44 Universidade Federal do Pará divulga listão neste sábado
14h13 UFMG convoca aprovados para ocupar vagas no primeiro semestre
12h23 Federal da Paraíba anuncia 2ª chamada de vestibular seriado
11h05 Fuvest recebe manifestação de interesse até esta sexta-feira
09h56 Alunos de 6 anos iniciam vida escolar sem estrutura adequada
08h57 Prazo de matrícula dos aprovados no Sisu termina nesta sexta
08h47 ProUni: candidatos têm até esta sexta para confirmar matrícula

25 de fevereiro
19h13 OAB realiza segunda fase do exame de ordem neste domingo
18h13 Usuário tem dificuldade em acessar site do Volp no 1º dia
16h38 UFRJ atualiza lista de candidatos que terão provas corrigidas
15h14 Apenas 20% das escolas de Nova Iguaçu oferecem merenda
15h01 Salvador: greve dos professores municipais completa 17 dias
14h17 UFU: segunda chamada do vestibular 2010 já está disponível
12h51 Estadual de Feira de Santana divulga resultado do vestibular
11h11 MEC muda regras do Sisu; candidato poderá cancelar inscrição
10h02 Universidade do Sorvete atrai milhares de alunos na Itália
09h34 Termina nesta 5ª declaração de interesse por vaga da Unicamp
09h13 Fuvest recebe manifestação de interesse por vaga
04h41 Escolas do RJ não recebem ar-condicionados comprados por governo

24 de fevereiro
19h01 Brasil participa de olimpíadas internacionais de matemática
18h55 MEC oferece cursos de formação continuada para professores
18h11 Livro com palavrões adotado em escola de MS gera polêmica
15h28 OAB-SP inicia campanha contra trote violento nas universidades
13h59 Fuvest recebe manifestação de interesse a partir desta quinta
13h55 Rio: jovens de 28 países participam de 'jogos do conhecimento'
13h33 Universidade cria coletânea de Literatura hispano-brasileira
12h34 MS: UFGD divulga segunda chamada do vestibular 2010
11h20 Federal de São Carlos divulga segunda chamada do vestibular
11h11 Federal do Triângulo Mineiro anuncia 4ª chamada do vestibular
10h49 Defensoria distribui cerca de 450 livros em presídios de SP
10h17 Sem merenda, escolas de Nova Iguaçu dispensam estudantes
09h33 Suspeitos de trote violento em Barretos serão ouvidos nesta 4ª

23 de fevereiro
22h00 Enade irá avaliar cerca de 450 mil estudantes em 2010
19h18 Pré-vestibular comunitário direcionado à UFF abre vagas
18h00 Estudantes são queimados durante trote em Barretos
17h27 Federal de Viçosa abre inscrição para preenchimento de vagas
16h59 Unifesp: sai segunda chamada do vestibular misto 2010
16h43 Senac encerra inscrições para cursos de pós nesta quarta
14h59 UFF divulga lista de reclassificados no vestibular 2010
14h27 Federal de São Carlos divulga lista de espera do vestibular
14h20 Universidade dos EUA e Embrapa farão pesquisas de fitoterápicos
14h02 Brasil participa de competição de matemática na Romênia
14h02 Prefeito acompanha início do ano letivo na rede municipal do RJ
13h40 Aulas de reforço vão começar com ano letivo no Rio de Janeiro
12h01 Austrália endurece regras para estrangeiros nas universidades
10h55 UFSC abre inscrições para preenchimento de vagas até quinta
10h55 Federal do Triângulo Mineiro faz trote solidário nesta terça
09h35 Unicamp recebe declaração de interesse a partir desta terça
Provérbios do Tema Aprendizado
13 Provérbios: Páginas [1] 2 >>>

Anda-se toda a vida a aprender e morre-se sem saber >>>
Palavras-Chave: viver aprender morrer saber
Cada qual aprende à sua própria custa >>>
Palavras-Chave: aprende custa
Nunca é tarde para aprender >>>
Palavras-Chave: nunca aprender
Aprender até morrer >>>
Palavras-Chave: aprender morrer
O que se aprende no berço, dura até à sepultura >>>
Palavras-Chave: aprende berço sepultura
A desmanchar e a fazer é que se chega a aprender >>>
Palavras-Chave: desmanchar fazer aprender
A gente só aprende quando é tarde de mais >>>
Palavras-Chave: aprende tarde
Aprende a cair antes de aprenderes a voar >>>
Palavras-Chave: aprende cair voar
Aprende chorando e rirás ganhando >>>
Palavras-Chave: aprender chorar rir
Aprende e saberás >>>
Palavras-Chave: aprender saber
O Grande Educador
É além de tudo essencial que a escola se não separe do mundo; não há escolas e oficinas; há um certo género de oficinas em que trabalham crianças nas tarefas que lhes são adequadas e lhes vão facilitando o desenvolvimento do corpo e do espírito; vão colaborando no que podem e no que sabem para que a vida melhore. Ninguém fugirá da escola e a olhará como um horror no dia em que a deixemos de conceber como o lugar a que se vai para receber uma lição, para a considerarmos como o ponto de condições óptimas para que uma criança efectivamente dê a sua ajuda a todos os que estão procurando libertar a condição humana do que nela há de primitivo; não se veja no aluno o ser inferior e não preparado a que se põe tutor e forte adubo; isso é o diálogo entre o jardineiro e o feijão; outra ideia havemos de fazer das possibilidades do homem e do arranjo da vida; que a criança se não deixe nunca de ver como elemento activo na máquina do mundo e de reconhecer que a comunidade está aproveitando o seu trabalho; de número na classe e de fixador de noções temos de a passar a cidadão.
O grande educador não pensa na escola pela escola, como o grande artista não aceita a arte pela arte; é incapaz de se encerrar na relativa estreiteza de uma vida de ensino; a escola, de tudo o que lhe oferecia o universo, é apenas o ponto a que dedicou maior interesse; mas é-lhe impossível furtar-se a mais larga actividade. De outro modo: trabalha com ideias gerais; não dirá que esta escola é o seu mundo, mas que esta escola é parte indispensável do seu mundo. E quererá também que toda a oficina passe a ser uma escola; que haja o trabalho proporcionado e alegre, amorosamente feito, porque se sabe necessário ao progresso, levado a cabo numa atitude de artista e de voluntário, disciplinado remador na jangada comum; que se não esmaguem as faculdades superiores do operário sob o peso e a monotonia de tarefas sem interesse e sem vida; que se faça a clara distinção entre o homem e a máquina; que, finalmente, se ajude o trabalhador a encontrar na sua ocupação, em todas as ideias que a cercam e a condicionam ou que ela própria provoca, o Bem Supremo da sua vida e da vida dos outros.

Agostinho da Silva, in 'Considerações'
Sou essa mulher, sou essa professora!


Onde se mexe com o intelecto

o coração enternece.

Um redemoinho de pensamentos,

se reconstrói constantemente

diante das coisas que não têm

mais efeito educativo.

Existe um ser pronto e completo,

totalmente estruturado

e que educa?

Deve ser mistura de louco varrido

e velha caduca.

Fico à caça da ideal forma,

que me possibilite ensinar

ou não, se não quiserem aprender,

mas que me poupe das desilusões.

A exaustão é decretada.

Sempre à borda do limite

da tristeza, as horas passam

emudecendo minha voz.

E os anos passam inflexíveis

nas salas de aula,

roubando-me a pureza do olhar.

Será que ainda sou a mulher

que queres beijar

e com quem queres fazer amor?

Por vezes estou cansada,

suada, descabelada,

desarrumada e fico feia...

Não sou a beldade ninfal,

a sereia, dos teus sonhos promissora.

Sou essa mulher aqui!

Simplesmente a professora...

Paixões e sonhos!
Obrigada por me ler!
Beijos

Elisa Maria Gasparini Torres
12/03/2009
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Valdivino Alves de Sousa
valdivinoalves@hotmail.com
www.alvesconsultoria.com

pedagogia é a teoria crítica da educação, isto é, da ação do homem quando transmite ou modifica a herança cultural. A educação não é um fenômeno neutro, mas sofre os efeitos da ideologia, por estar de fato envolvida na política.

Sociedades Tribais:a educação difusa
Nas comunidades tribais as crianças aprendem imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nas cerimônias dos rituais. As crianças aprendem "para a vida e por meio da vida", sem que alguém esteja especialmente destinado a tarefa de ensinar.

Antigüidade Oriental: a educação tradicionalista
Nas sociedades orientais, ao se criarem segmentos privilegiados, a população, composta por lavradores, comerciantes e artesãos, não tem direitos políticos nem acesso ao saber da classe dominante. A princípio o conhecimento da escrita é bastante restrito, devido ao seu caráter sagrado e esotérico. Tem início, então, o dualismo escolar, que destina um tipo de ensino para o povo e outro para os filhos dos funcionários. A grande massa é excluída da escola e restringida à educação familiar informal.

Antigüidade Grega: a paidéia
A Grécia Clássica pode ser considerada o berço da pedagogia. A palavra paidagogos significa aquele que conduz a criança, no caso o escravo que acompanha a criança à escola. Com o tempo, o sentido se amplia para designar toda a teoria da educação. De modo geral, a educação grega está constantemente centrada na formação integral – corpo e espírito – mesmo que, de fato, a ênfase se deslocasse ora mais para o preparo esportivo ora para o debate intelectual, conforme a época ou lugar. Nos primeiro tempos, quando não existia a escrita, a educação é ministrada pela própria família, conforme a tradição religiosa. Apenas com o advento das póleis começam a aparecer as primeiras escolas, visando a atender a demanda.

Antigüidade Romana: a humanitas
De maneira geral, podemos distinguir três fases na educação romana: a latina original, de natureza patriarcal; depois, a influência do helenismo é criticada pelos defensores da tradição; por fim, dá-se a fusão entre a cultura romana e a helenística, que já supõe elementos orientas, mas nítida supremacia dos valores gregos.

Idade Média: a formação do homem de fé
Os parâmetros da educação na idade média se fundam na concepção do homem como criatura divina, de passagem pela Terra e que deve cuidar, em primeiro lugar, da salvação da alma e da vida eterna. Tendo em vista as possíveis contradições entre fé e razão, recomenda-se respeitar sempre o princípio da autoridade, que exige humildade para consultar os grandes sábios e intérpretes, autorizados pela igreja, sobre a leitura dos clássicos e dos textos sagrados. Evita-se, assim, a pluralidade de interpretações e se mantém a coesão da igreja. Predomina a visão teocêntrica, a de Deus como fundamento de toda a ação pedagógica e finalidade da formação do cristão. Quanto às técnicas de ensinar, a maneira de pensar rigorosa e formal cada vez mais determina os passos do trabalho escolar.

Renascimento: humanismo e reforma

Educar torna-se questão de moda e uma exigência, segundo a nova concepção de homem. O aparecimento dos colégios, do século XVI até o XVIII, é fenômeno correlato ao surgimento de uma nova imagem da infância e da família. A meta da escola não se restringe à transmissão de conhecimentos, mas a formação moral. Essa sociedade, embora rejeite a autoridade dogmática da cultura eclesiástica medieval, mantém-se ainda fortemente hierarquizada: exclui dos propósitos educacionais a grande massa popular, com exceção dos reformadores protestantes, que agem por interesses religiosos.

Brasil: início da colonização e catequese

A atividade missionária facilita sobremaneira a dominação metropolitana e, nessas circunstâncias, a educação assume papel de agente colonizador.

Idade Moderna: a pedagogia realista

De maneira geral as escolas continuam ministrando um ensino conservador, predominantemente nas mãos dos jesuítas. Além disso, é preciso reconhecer, está nascendo a escola tradicional, como passaremos a conhecê-la a partir do século XIX.

O Brasil do séc. XVII

Por se tratar de uma sociedade agrária e escravista, não há interesse pela educação elementar, daí a grande massa de iletrados.

Século das Luzes: o ideal liberal de educação

O iluminismo é um período muito rico em reflexões pedagógicas. Um de seus aspectos marcantes está na pedagogia política, centrada no esforço para tornar a escola leiga e função do Estado. Apesar dos projetos de estender a educação a todos os cidadãos, prevalece a diferença de ensino, ou seja, uma escola para o povo e outra para a burguesia. Essa dualidade era aceita com grande tranqüilidade, sem o temor de ferir o preceito de igualdade, tão caro aos ideais revolucionários. Afinal, para a doutrina liberal, o talento e a capacidade não são iguais, e portanto os homens não são iguais em riqueza...

O Brasil na era pombalina

Persiste o panorama do analfabetismo e do ensino precário, agravado com a expulsão dos jesuítas e pela democracia da reforma pombalina. A educação está a deriva. Durante esse longo período do Brasil colônia, aumenta o fosso entre os letrados e a maioria da população analfabeta.

Século XIX: a educação nacional

É no séc. XIX que se concretizam, com a intervenção cada vez maior do Estado para estabelecer a escola elementar universal, leiga, gratuita e obrigatória. Enfatiza-se a relação entre educação e bem-estar social, estabilidade, progresso e capacidade de transformação. Daí, o interesse pelo ensino técnico ou pela expansão das disciplinas científicas.

Principais pedagogos:

Pestalozzi – é considerado um dos defensores da escola popular extensiva a todos. Reconhece firmamente a função social do ensino, que não se acha restrito à formação do gentil-homem.

Froebel – privilegia a atividade lúdica por perceber o significado funcional do jogo e do brinquedo para o desenvolvimento sensório-motor e inventa métodos para aperfeiçoar as habilidades.

Herbart – segundo ele, a conduta pedagógica segue três procedimentos básicos: o governo, a instrução e a disciplina.

Brasil: a educação no Império

Ainda não há propriamente o que poderia ser chamada de uma pedagogia brasileira. É uma atuação irregular, fragmentária e quase nunca com resultados satisfatórios. O golpe de misericórdia que prejudicou de uma vez a educação brasileira vem de uma emenda à Constituição, o Ato adicional de 1834. Essa reforma descentraliza o ensino, atribuindo à Coroa a função de promover e regulamentar o ensino superior, enquanto que as províncias são destinadas a escola elementar e a secundária. A educação da elite fica a cargo do poder central e a do povo confinada às províncias.

Século XX: a educação para a democracia

A pedagogia do século XX, além de ser tributária da psicologia, da sociologia e de outras como a economia, a lingüística, a antropologia, tem acentuado a exigência que vem desde a Idade moderna, qual seja, a inclusão da cultura científica como parte do conteúdo a ser ensinado.

Sociologia: Durkheim

Antes dele a teoria da educação era feita de forma predominantemente intelectualista, por demais presa a uma visão filosófica idealista e individualista. Durkheim introduz a atitude descritiva, voltada para o exame dos elementos do fato da educação, aos quais aplica o método científico.

Psicologia: o behaviorismo

O método dessa corrente privilegia os procedimentos que levam em conta a exterioridade do comportamento, o único considerado capaz de ser submetido a controle e experimentação objetivos. Suas experiências são ampliadas e aplicadas nos EUA por Watson e posteriormente por Skinner. O behaviorismo está nos pressupostos da orientação tecnicista da educação.

Gestalt

As aplicações das descobertas gestaltistas na educação são importantes por recusar o exercício mecânico no processo de aprendizagem. Apenas as situações que ocasionam experiências ricas e variadas levam o sujeito ao amadurecimento e à emergência do insight.

Dewey e a escola progressiva

O fim da educação não é formar a criança de acordo com modelos, nem orientá-la para uma ação futura, mas dar-lhe condições para que resolva por si própria os seus problemas. A educação progressiva consiste justamente no crescimento constante da vida, à medida que aumentamos o conteúdo da experiência e o controle que exercemos sobre ela. Ao contrário da educação tradicional, que valoriza a obediência, Dewey estimula o espírito de iniciativa e independência, que leva à autonomia e ao autogoverno, virtudes de uma sociedade democrática.

Realizações da escola nova

Principais características da escola nova:

educação integral ( intelectual, moral, física); educação ativa; educação prática, sendo obrigatórios os trabalhos manuais; exercícios de autonomia; vida no campo; internato; co-educação; ensino individualizado. Para tanto as atividades são centradas nos alunos, tendo em vista a estimulação da iniciativa. Escolas de métodos ativos: Montessori e Decroly Montessori estimula a atividade livre concentrada, com base no princípio da auto-educação. Decroly observa, de maneira pertinente, que, enquanto o adulto é capaz de analisar, separar o todo em partes, a criança tende para as representações globais, de conjunto. Resta lembrar outros riscos dessa proposta: o puerilismo ou pedocentrismo supervaloriza a criança e minimiza o papel do professor, quase omisso nas formas mais radicais do não-diretivismo; a preocupação excessiva com o psicológico intensifica o individualismo; a oposição ao autoritarismo da escola tradicional resulta em ausência de disciplina; a ênfase no processo faz descuidar da transmissão do conteúdo.

Teoria socialista – Gramsci A educação proposta por ele está centrada no valor do trabalho e na tarefa de superar as dicotomias existentes entre o fazer e o pensar, entre cultura erudita e cultura popular. Teorias crítico-reprodutivistas Por diversos caminhos chegaram a seguinte conclusão: a escola está de tal forma condicionada pela sociedade dividida que, ao invés de democratizar, reproduz as diferenças sociais, perpetuando o status quo.

Teorias progressistas – Snyders Contra as pedagogias não-diretivas, defende o papel do professor, a quem atribui uma função política. Condena a proposta de desescolarização de Ivan Illich. Ressalta o caráter contraditório da escola, que pode desenvolver a contra-educação.

Teorias antiautoritárias – Carl Rogers Visam antes de tudo colocar o aluno como centro do processo educativo, como sujeito, livrando-o do papel controlador do professor. O professor deve acompanhar o aluno sem dirigi-lo, o que significa dar condições para que ele desenvolva sua experiência e se estruture, por conta própria. O principal representante dessa teoria é Carl Rogers. Segundo ele, a própria relação entre as pessoas é que promove o crescimento de cada uma, ou seja, o ato educativo é essencialmente relacional e não individual.

Escola tecnicista
Proposta consiste em: planejamento e organização racional da atividade pedagógica; operacionalização dos objetivos; parcelamento do trabalho, com especialização das funções; ensino por computador, telensino, procurando tornar a aprendizagem mais objetiva.

Teorias construtivistas

Piaget – segundo ele, à medida que a influência do meio altera o equilíbrio, a inteligência, que exerce função adaptativa por excelência, restabelece a auto-regulação.

Vygotshy - Ao analisar os fenômenos da linguagem e do pensamento, busca compreendê-los dentro do processo sócio-histórico como "internalização das atividades socialmente enraizadas e historicamente desenvolvidas". Portanto, a relação entre o sujeito que conhece e o mundo conhecido não é direta, mas se faz por mediação dos sistemas simbólicos.

Brasil no século XX: o desafio da educação
Nesse contexto, os educadores da escola nova introduzem o pensamento liberal democrático, defendendo a escola pública para todos, a fim de se alcançar uma sociedade igualitária e sem privilégios. Podemos dizer que Paulo Freire é um dos grandes pedagogos da atualidade, não só no Brasil, mas também no mundo. Ele se embasa em uma teologia libertadora, preocupada com o contraste entre a pobreza e a riqueza que resulta privilégios. Em sua obra Pedagogia do Oprimido faz uma abordagem dialética da realidade, cujos determinantes se encontram nos fatores econômicos, políticos e sociais. Considera que o conhecer não pode ser um ato de "doação" do educador ao educando, mas um processo que se estabelece no contato do homem com o mundo vivido. E este não é estático, mas dinâmico, em contínua transformação. Na educação autêntica, é superada a relação vertical entre educador e educando e instaurada a relação dialógica. Paulo Freire defende a autogestão pedagógica, o professor é um animador do processo, evitando as formas de autoritarismo que costumam minar a relação pedagógica. Na década de 70 destaca-se a produção teórica dos críticos-reprodutivistas, que desfazem as ilusões da escola como veículo da democratização. Com a difusão dessas teorias no Brasil, diversos autores se empenham em fazer a reeleitura do nosso fracasso escolar. A tarefa da pedagogia histórico-crítica se insere na tentativa de reverter o quadro de desorganização que torna uma escola excludente, com altos índices de analfabetismo, evasão, repetência e, portanto, de seletividade. Para Saviani, tanto as pedagogias tradicionais como a escola nova e a pedagogia tecnicista são, portanto, não-críticas, no sentido de não perceberem o comprometimento político e ideológico que a escola sempre teve com a classe dominante. Já a partir de 70, começam a ser discutidos os determinantes sociais, isto é, a maneira pela qual a estrutura sócio-econômica condiciona a educação. O trunfo de se tornar um dos países mais ricos contrasta com o fato de ser um triste recordista em concentração de renda, com efeitos sociais perversos: conflitos com os sem-terra, os sem-teto, infância abandonada, morticínio nas prisões, nos campos, nos grandes centros. Persiste na educação uma grande defasagem entre o Brasil e os países desenvolvidos, porque a população não recebeu até agora um ensino fundamental de qualidade.

A Educação no Terceiro Milênio

A explosão dos negócios mundiais, acompanhada pelo avanço tecnológico da crescente robotização e automação das empresas, nos faz antever profundas modificações no trabalho e, conseqüentemente, na educação. Na tentativa de incorporar os novos recursos, no entanto, a escola nem sempre tem obtido sucesso porque, muitas vezes, apenas adquire as novas máquinas sem, no entanto, conseguir alterar a tradição das aulas acadêmicas. Diante das transformações vertiginosas da alta tecnologia, que muda em pouco tempo os produtos e a maneira de produzi-los, criando umas profissões e extinguindo outras. Daí a necessidade de uma educação permanente, que permita a continuidade dos estudos, e portanto de acesso às informações, mediante uma autoformação controlada.



Bibliografia
ARANHA, Maria Lúcia Arruda.
Sobre o Autor
Mestre em Ciências da Religião, Licenciado em Pedagogia, Contador, e Bacharelando em Direito. A mais de 10 atuando em consultoria contábil, fiscal, e trabalhista.
ARTIGO: A Educação e a Sustentabilidade

*Ben Sangari

O debate sobre a sustentabilidade de nossas atividades no planeta não pode mais excluir as questões relativas à Educação, pois o fato inegável é que chegamos a esta situação de alarme ambiental e social justamente pelo fato de que as metodologias de ensino utilizadas pela humanidade nos últimos séculos, que evoluíram relativamente pouco em comparação com outras ciências, falharam na preparação das sociedades para uma vida sustentável.

Ainda que seja importante defender atividades pontuais como reciclagem da água e insumos, reaproveitamento do lixo, redução dos gases nocivos à atmosfera e produção de combustíveis alternativos, entre muitas outras, é preciso articular, desde já, processos educativos que possibilitem uma mudança radical no olhar da humanidade em relação ao seu ambiente, algo que exige novas maneiras de educar.

Se aceitamos o fato de que as sociedades que temos são resultado direto dos níveis educacionais que alcançamos, então não há como fugir da dura realidade de que para refrearmos a degradação do planeta é preciso repensar os modelos educacionais. E com urgência.

Por essa razão, é preciso ampliar a abrangência do conceito de sustentabilidade para muito além das fronteiras ambientais, levando-o até onde ele realmente é decisivo, ou seja, na articulação de uma Educação para a Sustentabilidade.

Entretanto, a Educação para a Sustentabilidade não significa, apenas, ensinar os estudantes a promover a coleta seletiva de lixo ou a cuidar bem do jardim de casa e da escola. Para muito além disso, a Educação para a Sustentabilidade exige que os alunos aprendam a pensar por si próprios, desenvolvendo o espírito crítico necessário ao melhor desenvolvimento social.

Hoje, os índices de aprendizado no Brasil evidenciam com enorme clareza o fato de que nossa Educação é tudo menos sustentável, pois os estudantes deixam a escola sem terem aprendido o que se esperava que aprendessem. Esta visão imediatista da Educação, que se preocupa extremadamente com indicadores como alunos matriculados, número de escolas e quantidades de livros, precisa adotar como principal referência a questão da aprendizagem, pois este é o único dado que realmente importa quando falamos de Educação.

A relação direta entre Educação e Sustentabilidade pode ser vista por meio de estudos como o de Ricardo Paes de Barros, Diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplica (IPEA), e Rosane Mendonça, Doutora em Economia pela UFRJ, que buscou avaliar a relação entre “Investimento em Educação e Desenvolvimento Econômico”. Os resultados são muito reveladores e merecem atenção.

Segundo o estudo, a eliminação do atraso educacional amplia o crescimento da renda per capita dos salários industriais e das exportações entre 15% e 30%, ao mesmo tempo em que melhora as oportunidades e a qualidade de vida das pessoas em função do fato de que mais instrução diminui o tamanho das famílias.

O estudo revela, ainda, que a eliminação do atraso educacional amplia entre 20% e 25% o tempo de vida dos indivíduos, que passam a receber e compreender melhor informações sobre saúde, higiene e alimentação, além do fato de que gera melhor qualificação para o trabalho, ampliando o acesso à renda.

Esse aumento da qualidade de vida reflete-se, ainda, nos indicadores de escolaridade, pois a eliminação do atraso educacional eleva a presença de estudantes no nível secundário em 17%, o que explica de modo absoluto por que investimentos em educação melhoram a qualificação das pessoas para a vida profissional.

Há uma relação direta entre Educação e Sustentabilidade que precisa fazer parte dos debates que cercam a preocupação com o ambiente. Embora ações pontuais de proteção ambiental sejam importantes e necessárias, precisamos compreender que somente uma revolução educacional vai permitir mudanças realmente significativas a médio e a longo prazo no que diz respeito à sustentabilidade de nossas atividades econômicas.

*Ben Sangari é Presidente da Sangari Brasil e do Instituto Sangari.
Mudar a forma de ensinar e de aprender com tecnologias
Transformar as aulas em pesquisa e comunicação presencial-virtual
José Manuel Moran
Especialista em projetos inovadores na educação presencial e a distância
Texto que inspirou o capítulo primeiro do livro: MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BEHRENS, Marilda. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. 15ª ed. Campinas: Papirus, 2009, p.11-65
Apresentação

Ensinar de formas diferentes para pessoas diferentes

Transformar a aula em pesquisa e comunicação

Quando vale a pena encontrar-nos na sala de aula?

Quando vale a pena encontrar-nos fisicamente numa sala de aula?

Educar o educador

Educação para a autonomia e para a cooperação

Experiências pessoais de ensino utilizando a Internet

Alguns problemas no uso da Internet na educação

Conclusão

Apresentação

"Um indivíduo consegue hoje um diploma de curso superior sem nunca ter aprendido a comunicar-se, a resolver conflitos, a saber o que fazer com a raiva e outros sentimentos negativos" (Carl Rogers)

Educar é colaborar para que professores e alunos nas escolas e organizações - transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional - do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e de trabalho e tornar-se cidadãos realizados e produtivos.

Educamos de verdade quando aprendemos com cada coisa, pessoa ou idéia que vemos, ouvimos, sentimos, tocamos, experienciamos, lemos, compartilhamos e sonhamos; quando aprendemos em todos os espaços em que vivemos na família, na escola, no trabalho, no lazer, etc. Educamos aprendendo a integrar em novas sínteses o real e o imaginário; o presente e o passado olhando para o futuro; ciência, arte e técnica; razão e emoção.

De tudo, de qualquer situação, leitura ou pessoa podemos extrair alguma informação, experiência que nos pode ajudar a ampliar o nosso conhecimento, seja para confirmar o que já sabemos, seja para rejeitar determinadas visões de mundo

Na educação - nas organizações empresariais ou escolares - buscamos o equilíbrio entre a flexibilidade (que está ligada ao conceito de liberdade) e a organização (onde há hierarquia, normas, maior rigidez). Com a flexibilidade procuramos adaptar-nos às diferenças individuais, respeitar os diversos ritmos de aprendizagem, integrar as diferenças locais e os contextos culturais. Com a organização, buscamos gerenciar as divergências, os tempos, os conteúdos, os custos, estabelecemos os parâmetros fundamentais. Avançaremos mais se soubermos adaptar os programas previstos às necessidades dos alunos, criando conexões com o cotidiano, com o inesperado, se transformarmos a sala de aula em uma comunidade de investigação.


Ensinar de formas diferentes para pessoas diferentes

Com a Internet estamos começando a ter que modificar a forma de ensinar e aprender tanto nos cursos presenciais como nos de educação continuada, a distância. Só vale a pena estarmos juntos fisicamente - num curso empresarial ou escolar - quando acontece algo significativo, quando aprendemos mais estando juntos do que pesquisando isoladamente nas nossas casas. Muitas formas de ensinar hoje não se justificam mais. Perdemos tempo demais, aprendemos muito pouco, nos desmotivamos continuamente. Tanto professores como alunos temos a clara sensação de que em muitas aulas convencionais perdemos muito tempo.

Podemos modificar a forma de ensinar e de aprender. Um ensinar mais compartilhado. Orientado, coordenado pelo professor, mas com profunda participação dos alunos, individual e grupalmente, onde as tecnologias nos ajudarão muito, principalmente as telemáticas.

Ensinar e aprender exigem hoje muito mais flexibilidade espaço-temporal, pessoal e de grupo, menos conteúdos fixos e processos mais abertos de pesquisa e de comunicação. Uma das dificuldades atuais é conciliar a extensão da informação, a variedade das fontes de acesso, com o aprofundamento da sua compreensão, em espaços menos rígidos, menos engessados. Temos informações demais e dificuldade em escolher quais são significativas para nós e conseguir integrá-las dentro da nossa mente e da nossa vida.

A aquisição da informação, dos dados dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje dados, imagens, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor - o papel principal - é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los.

Aprender depende também do aluno, de que ele esteja pronto, maduro, para incorporar a real significação que essa informação tem para ele, para incorporá-la vivencialmente, emocionalmente. Enquanto a informação não fizer parte do contexto pessoal - intelectual e emocional - não se tornará verdadeiramente significativa, não será aprendida verdadeiramente.

Hoje temos um amplo conhecimento horizontal - sabemos um pouco de muitas coisas, um pouco de tudo. Falta-nos um conhecimento mais profundo, mais rico, mais integrado; o conhecimento diferente, desvendador, mais amplo em todas as dimensões.

Uma parte das nossas dificuldades em ensinar se deve também a mantermos no nível organizacional e interpessoal formas de gerenciamento autoritário, pessoas que não estão acompanhando profundamente as mudanças na educação, que buscam o sucesso imediato, o lucro fácil, o marketing como estratégia principal.

O professor é um facilitador, que procura ajudar a que cada um consiga avançar no processo de aprender. Mas tem os limites do conteúdo programático, do tempo de aula, das normas legais. Ele tem uma grande liberdade concreta, na forma de conseguir organizar o processo de ensino-aprendizagem, mas dentro dos parâmetros básicos previstos socialmente.

O aluno não é unicamente nosso cliente que escolhe o que quer. É um cidadão em desenvolvimento. Há uma interação entre as expectativas dos alunos, as expectativas institucionais e sociais e as possibilidades concretas de cada professor. O professor procura facilitar a fluência, a boa organização e adaptação do curso a cada aluno, mas há limites que todos levarão em consideração. A personalidade do professor é decisiva para o bom êxito do ensino-aprendizagem. Muitos não sabem explorar todas as potencialidades da interação.

Se temos que trabalhar com um grupo, não poderemos provavelmente preencher todas as expectativas individuais. Procuraremos encontrar o ponto de equilíbrio entre as expectativas sociais, as do grupo e as individuais. Quando há uma diferença intransponível entre as expectativas grupais e algumas expectativas individuais, incontornáveis a curto prazo, ainda assim, na educação, procuraremos adaptar flexivelmente as propostas, as técnicas, a avaliação (prazo maior, diferentes formas de avaliação). Somente no fim deste processo podemos julgar negativamente - reprovar o outro. É cômodo para o educador jogar sempre a culpa nos alunos, dizendo que não estão preparados, que são problemáticos. A criatividade está em encontrar formas de aproximação dos alunos às nossas propostas, à nossa pessoa.

Não podemos dar aula da mesma forma para alunos diferentes, para grupos com diferentes motivações. Precisamos adaptar nossa metodologia, nossas técnicas de comunicação a cada grupo. Tem alunos que estão prontos para aprender o que temos a oferecer. É a situação ideal, onde é fácil obter a sua colaboração. Alunos mais maduros, que necessitam daquele curso ou que escolheram aquela matéria livremente facilitam nosso trabalho, nos estimulam, colaboram mais facilmente.

Outros alunos, no início do curso podem estar distantes, mas sabendo chegar até eles, mostrando-nos abertos, confiantes e motivadores, sensibilizando-os para o que eles vão aprender no nosso curso, respondem bem e se dispõem a participar. A partir daí torna-se fácil ensinar.

Existem outros que não estão prontos, que são imaturos ou estão distantes das nossas propostas. Procuraremos aproximá-las o máximo que pudermos deles, partindo do que eles valorizam, do que para eles é importante. Mas se, mesmo assim, a resposta é fria, poderemos apelar para algumas formas de impor tarefas, prazos, avaliações mais freqüentes, de forma madura, mostrando que é pelo bem deles e não como forma de vingança nossa. O professor pode impor sem ser autoritário, sem humilhar, colocando as tarefas de forma clara, calma e justificada. A imposição é um último recurso do professor, não primeiro e único. Sempre que for possível, avançaremos mais pela interação, pela colaboração, pela pesquisa compartilhada do que pela imposição.


Transformar a aula em pesquisa e comunicação

Vejo as aulas nas organizações - como processos contínuos de comunicação e de pesquisa, onde vamos construindo o conhecimento em um equilíbrio entre o individual e o grupal, entre o professor-coordenador-facilitador e os alunos-participantes ativos. Aula-pesquisa, onde professor motiva, incentiva, dá os primeiros passos para sensibilizar o aluno para o valor do que vamos fazer, para a importância da participação do aluno neste processo. Aluno motivado e com participação ativa avança mais, facilita todo o nosso trabalho. Depois da sensibilização - verbal, audiovisual - o aluno - às vezes individualmente e outras em pequenos grupos - procura suas informações, faz a sua pesquisa na Internet, em livros, em contato com experiências significativas, com pessoas ligadas ao tema..

Os grandes temas da matéria são coordenados pelo professor, iniciados pelo professor, motivados pelo professor, mas pesquisados pelos alunos, às vezes todos simultaneamente; às vezes, em grupos; às vezes, individualmente.

Uma parte da pesquisa pode ser feita "ao vivo" (juntos fisicamente); outras, "off line" (cada um pesquisa no seu espaço e tempo preferidos). Ao vivo, o professor está atento às descobertas, às dúvidas, ao intercâmbio das informações (os alunos pesquisam, escolhem, imprimem), ao tratamento das informações. O professor ajuda, problematiza, incentiva, relaciona.

Ao mesmo tempo, o professor coordena as trocas, os alunos relatam suas descobertas, socializam suas dúvidas, mostram os resultados de pesquisa. Se possível, todos recebem uma seleção dos melhores materiais descobertos pelos alunos, junto com os do professor (textos impressos ou colocados a disposição pelo professor ou indicados em sites da Internet).

Os alunos levam para casa os textos, onde aprofundam a sua leitura, fazem novas sínteses, colocam os problemas que os textos suscitam, os relacionam com a sua realidade.

Essa pesquisa é comunicada em classe para os colegas e o professor procura ajudar a contextualizar, a ampliar o universo alcançado pelos alunos, a problematizar, a descobrir novos significados no conjunto das informações trazidas. Esse caminho de ida e volta, onde todos se envolvem, participam é fascinante, criativo, cheio de novidades e de avanços. O conhecimento que é elaborado a partir da própria experiência se torna muito mais forte e definitivo em nós.

Junto com a pesquisa coletiva, o professor incentiva a pesquisa individual ou projetos de grupo. Cada aluno -pessoalmente ou em dupla - escolhe um tema mais específico da matéria e que é do interesse também do aluno. Esse tema é pesquisado pelo aluno com orientação do professor. É apresentado à classe. É distribuído aos colegas. É divulgado na Internet.

É importante neste processo dinâmico de aprender pesquisando, utilizar todos os recursos, todas as técnicas possíveis por cada professor, por cada instituição, por cada classe. Vale a pena descobrir as competências dos alunos que temos em cada classe, que contribuições podem dar ao nosso curso. Não vamos impor um projeto fechado de curso, mas um programa com as grandes diretrizes delineadas e onde vamos construindo caminhos de aprendizagem em cada etapa, estando atentos - professor e alunos - para avançar da forma mais rica possível em cada momento.


Quando vale a pena encontrar-nos na sala de aula?

Iremos combinando daqui em diante cursos presenciais com virtuais, períodos de pesquisa mais individual com outros de pesquisa e comunicação conjunta. Alguns cursos poderemos fazê-los sozinhos com a orientação virtual de um tutor e em outros será importante compartilhar vivências, experiências, idéias.




Quando vale a pena encontrar-nos fisicamente numa sala de aula?

Como regra geral, no começo e no final de um novo tema, de um assunto importante. No início, para colocar esse tema dentro de um contexto maior, para motivar os alunos, para que percebam o que vamos pesquisar e para organizar como vamos pesquisá-lo. Os alunos, iniciados ao novo tema e motivados, o pesquisam, sob a supervisão do professor e voltam a aula depois de um tempo para trazer os resultados da pesquisa, para colocá-los em comum. É o momento final do processo, de trabalhar em cima do que os alunos apresentaram, de complementar, questionar, relacionar o tema com os demais.

Vale a pena encontrar-nos no início de um processo específico de aprendizagem e no final, na hora da troca, da contextualização. Uma parte das aulas pode ser substituída por acompanhamento, monitoramento de pesquisa, onde o professor dá subsídios para os alunos irem além das primeiras descobertas, para ajudá-los nas suas dúvidas. Isso pode ser feito pela Internet, por telefone ou pelo contato pessoal com o professor.

Na medida em que avançam as tecnologias de comunicação virtual, o conceito de presencialidade também se altera. Podemos ter professores externos compartilhando determinadas aulas, um professor de fora "entrando" por videoconferência na minha aula. Haverá um intercâmbio muito maior de professores, onde cada um colabora em algum ponto específico, muitas vezes a distância.

O conceito de curso, de aula também muda. Hoje entendemos por aula um espaço e tempo determinados. Esse tempo e espaço cada vez serão mais flexíveis. O professor continua "dando aula" quando está disponível para receber e responder mensagens dos alunos, quando cria uma lista de discussão e alimenta continuamente os alunos com textos, páginas da Internet, fora do horário específico da sua aula. Há uma possibilidade cada vez mais acentuada de estarmos todos presentes em muitos tempos e espaços diferentes, quando tanto professores quanto os alunos estão motivados e entendem a aula como pesquisa e intercâmbio, supervisionados, animados, incentivados pelo professor.

Poderemos também oferecer cursos predominantemente presenciais e outros predominantemente virtuais. Isso dependerá do tipo de matéria, das necessidades concretas de cobrir falta de profissionais em áreas específicas ou de aproveitar melhor especialistas de outras instituições que seria difícil contratar.


Educar o educador

De um professor espera-se, em primeiro lugar, que seja competente na sua especialidade, que conheça a matéria, que esteja atualizado. Em segundo lugar, que saiba comunicar-se com os seus alunos, motivá-los, explicar o conteúdo, manter o grupo atento, entrosado, cooperativo, produtivo.

Muitos se satisfazem em ser competentes no conteúdo de ensino, em dominar determinada área de conhecimento e em aprimorar-se nas técnicas de comunicação desse conteúdo. São os professores bem preparados, que prestam um serviço importante socialmente em troca de uma remuneração, em geral, mais baixa do que alta.

Na educação, escolar ou empresarial, precisamos de pessoas que sejam competentes em determinadas áreas de conhecimento, em comunicar esse conteúdo aos seus alunos, mas também que saibam interagir de forma mais rica, profunda, vivencial, facilitando a compreensão e a prática de formas autênticas de viver, de sentir, de aprender, de comunicar-se. Ao educar facilitamos, num clima de confiança, interações pessoais e grupais que ultrapassam o conteúdo para, através dele, ajudar a construir um referencial rico de conhecimento, de emoções e de práticas.

As mudanças na educação dependem, em primeiro lugar, de termos educadores maduros intelectual e emocionalmente, pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e dialogar. Pessoas com as quais valha a pena entrar em contato, porque dele saímos enriquecidos.

Os grandes educadores atraem não só pelas suas idéias, mas pelo contato pessoal. Dentro ou fora da aula chamam a atenção. Há sempre algo surpreendente, diferente no que dizem, nas relações que estabelecem, na sua forma de olhar, na forma de comunicar-se. São um poço inesgotável de descobertas.

Enquanto isso, boa parte dos professores é previsível, não nos surpreende; repete fórmulas, sínteses.

O contato com educadores entusiasmados atrai, contagia, estimula, os torna próximos da maior parte dos alunos. Mesmo que não concordemos com todas as suas idéias, os respeitamos.

As primeiras reações que o bom professor e educador despertam no aluno são a confiança, a admiração e o entusiasmo. Isso facilita enormemente o processo de ensino-aprendizagem.

As mudanças na educação dependem também de termos administradores, diretores e coordenadores mais abertos, que entendam todas as dimensões que estão envolvidas no processo pedagógico, além das empresariais ligadas ao lucro; que apoiem os professores inovadores, que equilibrem o gerenciamento empresarial, tecnológico e o humano, contribuindo para que haja um ambiente de maior inovação, intercâmbio e comunicação.

As mudanças na educação dependem também dos alunos. Alunos curiosos, motivados, facilitam enormemente o processo, estimulam as melhores qualidades do professor, tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de caminhada do professor-educador.

Alunos motivados aprendem e ensinam, avançam mais, ajudam o professor a ajudá-los melhor. Alunos que provêm de famílias abertas, que apóiam as mudanças, que estimulam afetivamente os filhos, que desenvolvem ambientes culturalmente ricos, aprendem mais rapidamente, crescem mais confiantes e se tornam pessoas mais produtivas.


Educação para a autonomia e para a cooperação

A educação avança pouco - nas organizações empresariais e nas escolas - porque ainda estamos profundamente inseridos em organizações autoritárias, em processos de ensino e aprendizagem controladores, com educadores pouco livres, mal resolvidos, que repetem mais do que pesquisam, que impõem mais do que se comunicam, que não acreditam no seu próprio potencial nem no dos seus alunos, que desconhecem o quanto eles e seus alunos podem realizar!.

Um dos eixos das mudanças na educação passa pela transformação da educação em um processo de comunicação autêntica, aberta entre professores e alunos, principalmente, mas também incluindo administradores e a comunidade (todos os envolvidos no processo organizacional). Só vale a pena ser educador dentro de um contexto comunicacional participativo, interativo, vivencial. Só aprendemos profundamente dentro deste contexto. Não vale a pena ensinar dentro de estruturas autoritárias e ensinar de forma autoritária. Pode até ser mais eficiente a curto prazo - os alunos aprendem rapidamente determinados conteúdos programáticos - mas não aprendem a ser pessoas, a ser cidadãos.

Sei que parece uma ingenuidade falar de comunicação autêntica numa sociedade altamente competitiva, onde cada um se expõe até determinado ponto e, na maior parte das vezes, se esconde, em processos de comunicação aparentes, cheios de desconfiança, quando não de interações destrutivas. As organizações que quiserem evoluir terão que aprender a reeducar-se em ambientes mais significativos de confiança, de cooperação, de autenticidade. Isso as fará crescer mais, estar mais atentas às mudanças necessárias.

Com ou sem tecnologias avançadas podemos vivenciar processos participativos de compartilhamento de ensinar e aprender (poder distribuído) através da comunicação mais aberta, confiante, de motivação constante, de integração de todas as possibilidades da aula-pesquisa/aula-comunicação, num processo dinâmico e amplo de informação inovadora, reelaborada pessoalmente e em grupo, de integração do objeto de estudo em todas as dimensões pessoais: cognitivas, emotivas, sociais, éticas e utilizando todas as habilidades disponíveis do professor e do aluno.

É importante educar para a autonomia, para que cada um encontre o seu próprio ritmo de aprendizagem e, ao mesmo tempo, é importante educar para a cooperação, para aprender em grupo, para intercambiar idéias, participar de projetos, realizar pesquisas em conjunto.

Só podemos educar para a autonomia, para a liberdade com autonomia e liberdade. Uma das tarefas mais urgentes é educar o educador para uma nova relação no processo de ensinar e aprender, mais aberta, participativa, respeitosa do ritmo da cada aluno, das habilidades específicas de cada um.

O caminho para a autonomia acontece combinando equilibradamente a interação e a interiorização. Pela interação aprendemos, nos expressamos, confrontamos nossas experiências, idéias, realizações; pela interação buscamos ser aceitos, acolhidos pela sociedade, pelos colegas, por alguns grupos significativos. Pela interiorização fazemos a integração de tudo, das idéias, interações, realizações em nós, vamos encontrando nossa síntese, nossa identidade, nossa marca pessoal, nossa diferença.

A tecnologia nos propicia interações mais amplas, que combinam o presencial e o virtual. Somos solicitados continuamente a voltar-nos para fora, a distrair-nos, a copiar modelos externos, o que dificulta o processo de interiorização, de personalização. O educador precisa estar atento para utilizar a tecnologia como integração e não como distração ou fuga.

O educador autêntico é humilde e confiante. Mostra o que sabe e, ao mesmo tempo está atento ao que não sabe, ao novo. Mostra para o aluno a complexidade do aprender, a sua ignorância, suas dificuldades. Ensina, aprendendo a relativizar, a valorizar a diferença, a aceitar o provisório. Aprender é passar da incerteza a uma certeza provisória que dá lugar a novas descobertas e a novas sínteses.


Experiências pessoais de ensino utilizando a Internet

Venho desenvolvendo algumas experiências no ensino de graduação e de pós-graduação na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Criei uma página pessoal na Internet, no endereço www.eca.usp.br/prof/moran. Nela constam as disciplinas de pós-graduação - Redes eletrônicas na Educação e Novas Tecnologias para uma Nova Educação - e três de graduação - Novas Fronteiras da Televisão, Legislação e Ética do Radialismo e Mercadologia de Rádio e Televisão - com o programa e alguns textos meus e dos meus alunos. O roteiro básico é o seguinte: no começo do semestre, cada aluno escolhe um assunto específico dentro da matéria, vai pesquisando-o na Internet e na biblioteca. Ao mesmo tempo, pesquisamos também temas básicos do curso. O aluno apresenta os resultados da sua pesquisa específica na classe e depois pode divulgá-los, se quiser, através da Internet.

Disponho de duas salas de aula com dez computadores em uma e quatorze em outra, ligados à Internet por fibra ótica, para vinte alunos, em média. Utilizamos essa sala a cada duas ou três semanas. As outras aulas acontecem na sala convencional.

O fato de ver o seu nome na Internet e a possibilidade de divulgar os seus trabalhos e pesquisas, exerce uma forte motivação nos alunos, os estimula a participar mais em todas as atividades do curso. Enquanto preparam os trabalhos pessoais, vou desenvolvendo com eles algumas atividades.

Começamos com uma aula introdutória para os que não estão familiarizados com a Internet. Nela aprendemos a conhecer e a usar as principais ferramentas. Fazemos pesquisa livre, em vários programas de busca. Cadastramos a cada aluno para que tenha o seu e mail pessoal (na própria universidade ou em sites que oferecem endereços eletrônicos gratuitamente).

Num segundo momento, todos pesquisamos um tópico importante do programa. É importante sensibilizar o aluno antes para o que se quer conseguir neste momento, neste tópico. Se o aluno tem claro ou encontra valor no que vai pesquisar, o fará com mais rapidez e eficiência. O professor precisa estar atento, porque a tendência na Internet é para a dispersão fácil. O intercâmbio constante de resultados, a supervisão do professor podem ajudar a obter melhores resultados. Eles vão gravando os endereços, artigos e imagens mais interessantes em disquete e também fazem anotações escritas, com rápidos comentários sobre o que estão salvando. As descobertas mais importantes são comunicadas aos colegas. Imprimem os textos mais significativos. No final, os alunos comunicam os principais resultados da sua busca e encontramos os principais pontos de apoio para analisar o tema do dia. Professor e alunos relacionam as coincidências e divergências entre os resultados encontrados e as informações já conhecidas em reflexões anteriores, em livros e revistas.

O meu papel é o de acompanhar cada aluno, incentivá-lo, resolver suas dúvidas, divulgar as melhores descobertas. As aulas na Internet se alternam com as aulas habituais, onde acrescentamos textos escritos, vídeos para aprofundar os temas pesquisados inicialmente na Internet. Posteriormente, cada aluno desenvolve um tema específico de pesquisa, que ele escolhe, conciliando o seu interesse pessoal e o da matéria. É interessante que os alunos escolham algum assunto dentro do programa que esteja mais próximo do que eles valorizam mais. Essas pesquisas podem ser realizadas dentro e fora do período de aula. Estou junto com eles, dando dicas, tirando dúvidas, anotando descobertas. Esses temas específicos são mais tarde apresentados em classe para os colegas. O professor complementa, questiona, relaciona essas apresentações com a matéria como um todo. Alguns alunos criam suas páginas pessoais e outros entregam somente os resultados das suas pesquisas para colocá-los na minha página.

Além das aulas, acontece um estimulante processo de comunicação virtual, junto com o presencial. Eles podem pesquisar em uma sala especial em qualquer horário, se houver máquinas livres. Os alunos me procuram mais para atendimento específico na minha sala, e também enviam mensagens eletrônicas. Como todos têm e-mail, envio com freqüência textos, endereços, idéias, sugestões em uma lista que crio para o curso. Isso estimula, principalmente na pós-graduação, o intercâmbio, a troca também entre colegas, a inserção de novos materiais trazidos pelos próprios alunos.

A navegação precisa de bom senso, gosto estético e intuição. Bom senso para não deter-se, diante de tantas possibilidades, em todas elas, sabendo selecionar, em rápidas comparações, as mais importantes. A intuição é um radar que vamos desenvolvendo de "clicar" o mouse nos links que nos levarão mais perto do que procuramos. A intuição nos leva a aprender por tentativa, acerto e erro. Às vezes passaremos bastante tempo sem achar algo importante e, de repente, se estivermos atentos, conseguiremos um artigo fundamental, uma página esclarecedora. O gosto estético nos ajuda a reconhecer e a apreciar páginas elaboradas com cuidado, com bom gosto, com integração de imagem e texto. Principalmente para os alunos, o estético é uma qualidade fundamental de atração. Uma página bem apresentada, com recursos atraentes, é imediatamente selecionada, pesquisada.

Ensinar utilizando a Internet exige uma forte dose de atenção do professor. Diante de tantas possibilidades de busca, a própria navegação se torna mais sedutora do que o necessário trabalho de interpretação. Os alunos tendem a dispersar-se diante de tantas conexões possíveis, de endereços dentro de outros endereços, de imagens e textos que se sucedem ininterruptamente. Tendem a acumular muitos textos, lugares, idéias, que ficam gravados, impressos, anotados. Colocam os dados em seqüência mais do que em confronto. Copiam os endereços, os artigos uns ao lado dos outros, sem a devida triagem.

Creio que isso se deve a uma primeira etapa de deslumbramento diante de tantas possibilidades que a Internet oferece. É mais atraente navegar, descobrir coisas novas do que analisá-las, compará-las, separando o que é essencial do acidental, hierarquizando idéias, assinalando coincidências e divergências. Por outro lado, isso reforça uma atitude consumista dos jovens diante da produção cultural audiovisual. Ver equivale, na cabeça de muitos, a compreender e há um certo ver superficial, rápido, guloso sem o devido tempo de reflexão, de aprofundamento, de cotejamento com outras leituras. Os alunos se impressionam primeiro com as páginas mais bonitas, que exibem mais imagens, animações, sons. As imagens animadas exercem um fascínio semelhante às do cinema, vídeo e televisão. Os lugares menos atraentes visualmente costumam ser deixados em segundo plano, o que acarreta, às vezes, perda de informações de grande valor.

A Internet é uma tecnologia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. Essa motivação aumenta se o professor a faz em um clima de confiança, de abertura, de cordialidade com os alunos. Mais que a tecnologia o que facilita o processo de ensino-aprendizagem é a capacidade de comunicação autêntica do professor, de estabelecer relações de confiança com os seus alunos, pelo equilíbrio, competência e simpatia com que atua.

O aluno desenvolve a aprendizagem cooperativa, a pesquisa em grupo, a troca de resultados. A interação bem sucedida aumenta a aprendizagem. Em alguns casos há uma competição excessiva, monopólio de determinados alunos sobre o grupo. Mas, no conjunto, a cooperação prevalece.

A Internet ajuda a desenvolver a intuição, a flexibilidade mental, a adaptação a ritmos diferentes. A intuição, porque as informações vão sendo descobertas por acerto e erro, por conexões "escondidas". As conexões não são lineares, vão "linkando-se" por hipertextos, textos interconectados, mas ocultos, com inúmeras possibilidades diferentes de navegação. Desenvolve a flexibilidade, porque a maior parte das seqüências são imprevisíveis, abertas. A mesma pessoa costuma ter dificuldades em refazer a mesma navegação duas vezes. Ajuda na adaptação a ritmos diferentes: a Internet permite a pesquisa individual, em que cada aluno vai no seu próprio ritmo e a pesquisa em grupo, em que se desenvolve a aprendizagem colaborativa.

Na Internet também desenvolvemos formas novas de comunicação, principalmente escrita. Escrevemos de forma mais aberta, hipertextual, conectada, multilingüística, aproximando texto e imagem. Agora começamos a incorporar sons e imagens em movimento. A possibilidade de divulgar páginas pessoais e grupais na Internet gera uma grande motivação, visibilidade, responsabilidade para professores e alunos. Todos se esforçam por escrever bem, por comunicar melhor as suas idéias, para serem bem aceitos, para "não fazer feio". Alguns dos endereços mais interessantes ou visitados da Internet no Brasil são feitos por adolescentes ou jovens.

Outro resultado comum à maior parte dos projetos na Internet confirma a riqueza de interações que surgem, os contatos virtuais, as amizades, as trocas constantes com outros colegas, tanto por parte de professores como dos alunos. Os contatos virtuais se transformam, quando é possível, em presenciais. A comunicação afetiva, a criação de amigos em diferentes países se transforma em um grande resultado individual e coletivo dos projetos.


Alguns problemas no uso da Internet na educação

Há uma certa confusão entre informação e conhecimento. Temos muitos dados, muitas informações disponíveis. Na informação os dados estão organizados dentro de uma lógica, de um código, de uma estrutura determinada. Conhecer é integrar a informação no nosso referencial, no nosso paradigma, apropriando-a, tornando-a significativa para nós. O conhecimento não se passa, o conhecimento se cria, se constrói.

Alguns alunos não aceitam facilmente essa mudança na forma de ensinar e de aprender. Estão acostumados a receber tudo pronto do professor, e esperam que ele continue "dando aula", como sinônimo de ele falar e os alunos escutarem. Alguns professores também criticam essa nova forma, porque parece uma forma de não dar aula, de ficar "brincando" de aula...

Há facilidade de dispersão. Muitos alunos se perdem no emaranhado de possibilidades de navegação. Não procuram o que está combinado deixando-se arrastar para áreas de interesse pessoal. É fácil perder tempo com informações pouco significativas, ficando na periferia dos assuntos, sem aprofundá-los, sem integrá-los num paradigma consistente. Conhecer se dá ao filtrar, selecionar, comparar, avaliar, sintetizar, contextualizar o que é mais relevante, significativo.

Constato também a impaciência de muitos alunos por mudar de um endereço para outro. Essa impaciência os leva a aprofundar pouco as possibilidades que há em cada página encontrada. Os alunos, principalmente os mais jovens, "passeiam" pelas páginas da Internet, descobrindo muitas coisas interessantes, enquanto deixam por afobação outras tantas, tão ou mais importantes, de lado.


Conclusão

Podemos ensinar e aprender com programas que incluam o melhor da educação presencial com as novas formas de comunicação virtual. Há momentos em que vale a pena encontrar-nos fisicamente,- no começo e no final de um assunto ou de um curso. Há outros em que aprendemos mais estando cada um no seu espaço habitual, mas conectados com os demais colegas e professores, para intercâmbio constante, tornando real o conceito de educação permanente. Ensino a distância não é só um "fast-food" onde o aluno vai lá e se serve de algo pronto. Ensino a distância é ajudar os participantes a que equilibrem as necessidades e habilidades pessoais com a participação em grupos presenciais e virtuais onde avançamos rapidamente, trocamos experiências, dúvidas e resultados.

Tanto nos cursos convencionais como nos a distância teremos que aprender a lidar com a informação e o conhecimento de formas novas, pesquisando muito e comunicando-nos constantemente. Isso nos fará avançar mais rapidamente na compreensão integral dos assuntos específicos, integrando-os num contexto pessoal, emocional e intelectual mais rico e transformador. Assim poderemos aprender a mudar nossas idéias, sentimentos e valores onde se fizer necessário.

É importante sermos professores-educadores com um amadurecimento intelectual, emocional e comunicacional que facilite todo o processo de organização da aprendizagem. Pessoas abertas, sensíveis, humanas, que valorizem mais a busca que o resultado pronto, o estímulo que a repreensão, o apoio que a crítica, capazes de estabelecer formas democráticas de pesquisa e de comunicação.

Necessitamos de muitas pessoas livres nas empresas e escolas que modifiquem as estruturas arcaicas, autoritárias do ensino escolar e gerencial -. Só pessoas livres, autônomas - ou em processo de libertação - podem educar para a liberdade, podem educar para a autonomia, podem transformar a sociedade. Só pessoas livres merecem o diploma de educador.

Faremos com as tecnologias mais avançadas o mesmo que fazemos conosco, com os outros, com a vida. Se somos pessoas abertas, as utilizaremos para comunicar-nos mais, para interagir melhor. Se somos pessoas fechadas, desconfiadas, utilizaremos as tecnologias de forma defensiva, superficial. Se somos pessoas autoritárias, utilizaremos as tecnologias para controlar, para aumentar o nosso poder. O poder de interação não está fundamentalmente nas tecnologias mas nas nossas mentes.

Ensinar com as novas mídias será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial. A Internet é um novo meio de comunicação, ainda incipiente, mas que pode ajudar-nos a rever, a ampliar e a modificar muitas das formas atuais de ensinar e de aprender.



BIBLIOGRAFIA

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Perfil do Profissional do Ensino no Novo Milênio
Maria Lourdes Urban1

O perfil do Profissional do Ensino2 não muda porque estamos entrando num novo milênio, mas pelo imperativo das inovações em todas as áreas do saber, do fazer, do ser e da tecnologia. Somos impelidos também pela força da nova LDB 9394/96 que propõem uma revolução no Ensino Básico, desde a Educação Infantil, passando pelo Ensino Fundamental e culminando no que chamam de Novo Ensino Médio.

Quando começamos a vasculhar a bibliografia sobre avanços pedagógicos, percebemos avanços com registros fundamentados, nas últimas três décadas. A nossa História da Educação é muito jovem e ainda estamos aprendendo o que melhor nos convém. O Brasil começa a definir e estruturar a Educação em 1930 com o movimento denominado " Escola Nova", trazendo em seu bojo, propostas inovadoras para a época como a laicidade do ensino, a coeducação dos sexos, a escola pública para todos e a revolução pedagógica de centrar o ensino no aluno, e não mais nos programas e/ ou professor, como na " Escola Tradicional" - o que vem ratificado na nova e 4a. LDB 9394/96.

Alguns estudos informam sobre a dificuldade de se ter informações completas e exatas acerca do saber, das atitudes e das crenças dos professores e das condições em que se espera que eles levam a cabo o seu trabalho, já que são os árbitros finais de quaisquer mudanças que ocorram, sendo, portanto, importante ter informação segura acerca da maneira como tomam decisões e fazem escolhas que estão no centro de suas ações, nos avisa Gallagher ( 1989,1990). Silva & Tunes (1999) dizem que " no seu trabalho diário, o professor está produzindo conhecimento a partir de suas ações e das ações do aluno e, ao mesmo tempo, engendrando modos de chegar aos objetivos que formulou, praticando com base no seu conhecimento." Mais adiante concluem:" a situação do ensino constrói não apenas o aluno, mas também o professor, pois (...) ele também é um sujeito em construção no processo. A reprodução da estrutura do ensino na sala de aula é um ponto importante a se considerar na elaboração dessa noção. De modo geral, podemos supor que é difícil para o professor ver-se como agente transformador da estrutura social, pois ele sequer consegue influenciar a estrutura à qual está submetido. Se o próprio professor não é autônomo, sendo restringido pelo papel que é forçado a desempenhar pelas instâncias superiores, então seria, para ele, difícil agir no sentido de dar autonomia ao aluno."3

Como temos constantes orientações novas na área da Educação, pouca ou nenhuma experiência em sala de aula pode ser testada e avaliada em profundidade - o que requer um arco de tempo de 10 a 15 anos - para, depois se poder dizer, o que vale ou não a pena ser continuado. Ao lado disso exerce a sua influência, a formação universitária e a personalidade do professor que, em sala de aula, decide o que e como vai fazer. Vai determinar os seus objetivos, metodologia e avaliação, embasados em teorias e autores que acredita. Há ainda os parâmetros fixados pela Direção da Escola ou outras orientações públicas, já citadas. Somam-se a isso, as condições de trabalho, material pedagógico disponível e a remuneração. Corroborando o que se afirmou, citamos a conclusão de Ricardo Gauche e Elizabeth Tunes, num artigo sobre O professor, a indústria dos cursinhos, a universidade e as perspectivas de inovação no processo educacional: " As inovações educacionais, certamente, passam pelo exercício da autonomia do professor. Há inúmeros fatores que, historicamente, vem contribuindo para a perda constante da autonomia pelo professor. Um deles é a padronização da atuação, muitas vezes estimulada pela adoção, por parte de quem dita as políticas educacionais, de métodos e teorias relacionadas ao ensino. Temos assistido, ao longo de algum tempo, ao aparecimento e desaparecimento de modelos que são propostos para, oficialmente, orientar o ensino. Os resultados têm estado, quase sempre, muito aquém do que os anunciados. (...) as inovações educacionais somente são possíveis em um contexto de liberdade de experimentação e de criatividade. "4

Atualmente, percebem-se inovações, nem sempre perceptíveis ao observador desavisado, no novo perfil do professor que se concretiza no seu agir profissional. Temos a elaboração, por todos os integrantes da Escola, da Proposta Pedagógica, do plano de trabalho. O Profissional do Ensino é desafiado a atuar criticamente na elaboração e execução dos projetos sociais, na indicação do material pedagógico que é proposto ao aluno, e decidir sobre metodologia na busca da construção do conhecimento em sala de aula, bem como no uso de outras tecnologias. Temos indicadores de mudanças também nas questões dos vestibulares, relatos de experiências em congressos ou exposições didático-pedagógicas. Isso tudo é uma fonte de tensão e avaliação constantes para o professor que precisa buscar urgente atualização e prosseguimento de estudos para poder fazer frente aos novos conhecimentos e interpretações.

O Profissional do Ensino está ganhando um novo rosto e um novo valor no mercado das profissões, porque a crise está em toda parte, então, a Escola - como emprego - surge como uma luz. Mas as leis são claras e pedem qualificação e só entra nessa arena para permanecer, quem for concursado - no ensino,público - e no particular, por referências e prestação de serviços. Mesmo assim, se o professor não for competente e não estiver numa dinâmica de crescimento e busca, os alunos, as leis do mercado ou ele mesmo decidem por sua demissão. Lentamente o " fazer bico" na Escola, está desaparecendo.

Folhando os Parâmetros Curriculares,( da Educação Infantil, Fundamental, Ensino Médio e Técnico) que são uma explanação da LDB 9394/96, como se pensa o perfil do professor, além do que já se disse?

Deseja-se um professor de bem com a vida, humano, feliz, idealista, capaz de dar sentido à vida e ao que faz. Que viva na linha do SER - objetivo máximo da Educação - que exercite a paciência cronológica e histórica. Tenha ele compromisso com a vida e os valores como a ética, a sensibilidade, a estética, a cidadania, a solidariedade, a verdade, o respeito e o bom senso. Norteie-se por três pilares de princípios, previstos na explanação dos parâmetros: Princípios estéticos: que desenvolvem a estética da sensibilidade, estimulam a criatividade e o espírito inventivo; Princípios Políticos: que propõem a política da igualdade, do direito e da democracia, cuja arte se expressa no aprender a conviver; Princípios éticos: que visam a ética da identidade: inserção no tempo e no espaço, onde aprender a ser é o objetivo máximo.

Deseja-se um professor que se dirija pelos princípios norteadores da UNESCO para a Educação do Século XXI: Aprender a conhecer, unindo teoria e prática. Aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser.

A sua maior preocupação deve ser em formar seres humanos capazes e seguros, com valores solidamente construídos, não fixados no vestibular, mas voltados para a sociedade e seus desafios tecnológicos. O professor deve assumir um papel diferenciado, procurando estar sempre atualizado e consciente de que o melhor mestre é aquele que debate e questiona, não apenas introduzindo o aluno na matéria, mas também fazendo-o questionar, duvidar, pesquisar. O aprendizado em equipe e os trabalhos em grupo devem ser dos pontos fortes de sua metodologia de ensino. Seu papel educativo é entendido como o de preparar os alunos para o exercício da cidadania, para o trabalho em geral e para o desenvolvimento de habilidades e de competências, visando a intervenção ética positiva na sociedade, com argumentações conscientes, resultantes da aplicação de conceitos na resolução de problemas contextualizados e relevantes.

O novo Profissional do Ensino é aquele que desenvolve as competências para continuar aprendendo, de forma crítica, em níveis mais complexos de estudos. Essas competências são de nível cognitivo, cultural, psicomotor e sócio-afetivo.

Segundo o Secretário de Educação Média e Tecnológica, Ruy Leite Berger Filho, "o conceito competências tem como referências básicas a epistemologia genética de Jean Piaget e a lingüística de Noan Chomsky. Uma concepção básica os reúne entre os que formulam suas teorias a partir da noção de que a espécie humana tem a capacidade inata de : construir o conhecimento; de construí-lo na interação com o mundo; de referenciá-lo e significá-lo social e culturalmente; de mobilizar este conhecimento frente a novas situações de forma criativa, reconstruindo no desempenho as possibilidades que as competências, ou os esquemas mentais, ou ainda a gramática interna, permitem potencialmente." As competências, segundo o mesmo autor, são ações e operações que utilizamos para estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer. São operações mentais estruturadas em rede que, mobilizadas, permitem a incorporação de novos conhecimentos e sua integração significada a esta rede. As habilidades decorrem das competências adquiridas e referem-se ao plano imediato do saber fazer.

Nesse item adentramo-nos, então, na elaboração do currículo de cada uma das três grandes áreas:Área das Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Área das Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias; Área das Ciências Humanas e suas Tecnologias. Pressupõe-se que não se abandone a transmissão dos conhecimentos ou a construção de novos conhecimentos - necessários na construção de competências. O centro da proposta curricular é o processo da construção, apropriação e mobilização dos saberes significados. Se o professor conseguir fazer isso, estará integrando o que está fora dos muros da escola; ele reconhece a multiplicidade de agentes e fontes de informação, apropria-se deles; articula o passado e o presente, projetando o futuro. O personagem central do trabalho pedagógico todo, é o aluno e sua aprendizagem. Requer-se também um foco na qualidade e na autonomia da escola e do professor, cujo objetivo é fazer aprender.

Podemos enfatizar ainda que o Profissional do Ensino usa, ensina e propõe o uso de tecnologias básicas: redação - representação e comunicação; informação - investigação e compreensão; computação - contextualização sócio-cultural. Deduz-se que é um agente da revolução do conhecimento, alterando o modo de organizar o trabalho e as relações sociais do seu meio.Desenvolve conceitos, idéias, a investigação, a pesquisa e o questionamento. Levanta hipóteses, produz e faz produzir o conhecimento; promove relações interdisciplinares, sociais, políticas, afetivas, de espaço e tempo. Faz pensar e procura soluções alternativas. Maneja a tecnologia do computador, dos micro-sistemas, micro-eletrônica, serve-se das linguagens icônicas, corporais, sonoras e formais.

Quando se fala do perfil do Profissional do Ensino, nos Parâmetros Curriculares5, estamos diante da utopia, daquilo que aspiramos ser e nunca chegamos. Precisamos de estrelas que nos estimulam e nos dão o norte. Mas cá, em baixo, continuamos com os nossos pés de barro e queremos ser felizes e tornar os outros felizes através da nossa profissão de ensinar " a aprender conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser."6

1 Maria Lourdes Urban - Diretora do Colégio Rainha dos Apóstolos, SP; mestranda da Unicamp e integrante do GRUPO DE ESTUDOS SOBRE TRABALHO, EDUCAÇÃO E CULTURA, coordenado pela Dra. Maria Inês Rosa.
2 SANTOS, Clovis Roberto dos. Educação Escolar Brasileira. Estrutura Administração Legislação. Pioneira.1999.
3 SILVA, Elzamir G & TUNES, Elizabeth. Abolindo mocinhos e bandidos. O professor o ensinar e o aprender. Brasília. Editora Universidade de Brasília, 1999.
4 Revista de Educação AEC. Ano 28 - n. 113, out/nov.1999.
5 LDB 9394/96 art. 13
6 LDB 9394/96 art. 13
Autor: Maria Lourdes Urban
Diretora
Colégio Rainha dos Apóstolos

Obs.: esta entrevista foi extraída do site Estação Educação. Para mais informações acesse:http://estacaoeducacao.starmedia.com
João Luís de Almeida Machado Doutor em Educação pela PUC-SP; Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP); Professor Universitário e Pesquisador; Autor do livro "Na Sala de Aula com a Sétima Arte – Aprendendo com o Cinema" (Editora Intersubjetiva).
Primeiro dia de aula
Quebrando o gelo...



A retomada do trabalho nas escolas segue um ritmo aparentemente comum a quase todas as instituições que conheço. O administrativo retorna logo depois da virada do ano para lidar com a papelada; o staff pedagógico vai voltando aos poucos, primeiro os diretores, depois os coordenadores e orientadores, para a composição dos planos e projetos para o novo ano que se inicia; os professores entram na roda apenas a partir dos últimos dez dias do mês de janeiro, para o planejamento pedagógico e reuniões com a direção.

Aos alunos, por sua vez, cabe o regresso apenas na semana inicial de fevereiro. Quando entram pelas portas da escola nos dias iniciais do segundo mês do ano já encontram a estrutura preparada para as aulas, atividades extra-classe, projetos relativos as disciplinas, atendimento por parte da secretaria e da coordenação/direção,...

As aulas, que representam pelo menos 90% do tempo gasto pelo aluno na escola, devem ser, por esse motivo (entre outros), objeto de estudo, planejamento qualificado e realização primorosa por parte dos docentes para que a motivação seja a tônica entre os estudantes.

Quantos professores realmente se preocupam em pensar e repensar com seriedade sua realização profissional em sala de aula de um ano para o outro? A acomodação com as fórmulas já testadas e utilizadas anteriormente tende a ser a prática mais comum não apenas em escolas brasileiras mas também em muitos países do mundo todo. O exercício a ser feito, diga-se de passagem, não deveria ser a reflexão sobre a aula apenas na passagem de um ano letivo para o próximo e, sim, aula a aula, semana a semana, mês a mês... Somente assim poderíamos realmente ter uma dimensão clara da efetividade e da qualidade de nosso trabalho na educação.


Torne as reuniões de planejamento encontros que sejam realmente
produtivos e inovadores para o trabalho e a prática pedagógica.

Nesse ínterim, vale ressaltar que os resultados colhidos ao longo do ano dependem muito da consistência da proposta pedagógica da escola, do envolvimento dos educadores e da persistência em buscar e atingir os objetivos propostos. Seriedade, embasada por critérios e diretrizes claras, sem a mudança de regras ao longo da jornada, contando com o apoio e a participação de todos os professores e funcionários dão a qualquer plano de trabalho a consistência necessária para que a realização se torne um sucesso.

Os alunos percebem desde os primeiros dias de aula a seriedade da proposta de cada professor e, a partir da prática de sala de aula, transformam a compreensão do imediato e local para o mais amplo tanto no que se refere ao tempo quanto ao espaço e seus protagonistas. Isso quer dizer que a visão da escola como um todo se relaciona aos olhos dos educandos a postura e as realizações e implementações dos educadores com os quais têm contato nas aulas.

O sucesso na educação é decorrente, portanto, de uma construção que acontece todos os dias no processo de ensino-aprendizagem e que exige paciência, determinação, objetivos criteriosamente definidos, incentivo a participação constante dos alunos, projetos instigantes que relacionem os temas trabalhados a realidade e a conhecimentos previamente adquiridos pelos estudantes (tanto na escola quanto na vida extra-escolar). É preciso igualmente ter consciência de que qualquer realização, seja ela qual for (nesse caso na educação), passará necessariamente por experiências boas e também por outras ruins, por acertos e erros...


Use o seu conhecimento em prol do grupo.
Argumente e participe suas opiniões sempre tendo em
vista o crescimento e a melhoria do trabalho de todos.

E os erros devem ser entendidos como oportunidades. Nossa completude é um sonho inconseqüente e irresponsável que cabe somente nas palavras de nossos melhores poetas e músicos. A perfeição não deve ser o nosso objetivo de vida e sim um horizonte que nos inspire em nossa trajetória para a obtenção de melhores resultados na busca por um mundo melhor, mais digno, justo e de paz.

Critique se for necessário. Pondere quando sentir que suas opiniões podem ajudar a compor um novo cenário nos trabalhos e projetos em que estiver envolvido. Argumente sempre tendo como matriz de seu pensamento idéias em que realmente acredite e relativamente às quais possua informações sólidas. Não utilize os erros dos outros para demolir suas proposições ou, principalmente, pessoas e grupos. Chega de competição nos moldes do mais selvagem capitalismo. O barco é o mesmo para todos e se não nos dispusermos a ajudar uns aos outros e estimular o crescimento conjunto de nossas instituições estamos fadados ao perecimento...

Aplauda e reconheça os méritos alheios. Participe opiniões em projetos vitoriosos para reforçar suas bases. Disponha-se a trabalhar sempre, em qualquer circunstância, seja ela de ventos favoráveis ou de tormentas da pior espécie.

Numa escola ou num hospital, numa grande indústria ou num banco, em um estabelecimento comercial ou numa fazenda, pouco importa o ramo de atuação profissional em que se trabalhe, deve-se levar em conta que o primeiro dia é sempre de fundamental importância para que imagens se consolidem entre os envolvidos e permitam uma melhor (ou pior) performance de cada indivíduo e do grupo como um todo.


O capitão e os marinheiros somente sobrevivem ao mar quando
atuam de forma harmônica, estabelecendo um ambiente de intercâmbio,
troca, compreensão e auxílio. Numa sala de aula não é diferente...

Como a escola tem como base e firmamento a sala de aula, logo se estabelece que é nesse espaço que se ganha ou que se perde o jogo. E nesse sentido vale destacar que o capitão do barco é o professor e os marujos são os estudantes. Todos sabem e reconhecem que o conhecimento mais amplo sobre a embarcação e também sobre as técnicas náuticas pertence ao experiente capitão (professor). Todos também reconhecem que o navio só conseguirá navegar e atingir os portos nos quais deseja chegar a partir da ação dos marinheiros (alunos).

Se o contato inicial desse capitão com sua tripulação não for bom o que se poderá esperar para as viagens futuras da referida embarcação? Deve ficar claro para todos que não há estabilidade plena nos oceanos pelos quais todos irão navegar. Um dia pode ser de tormenta e o outro pode ser de total calmaria...

Nesse sentido é preciso sempre quebrar o gelo entre professores e alunos na aula inicial deixando claros alguns limites e estabelecendo canais de comunicação constantes entre o capitão e os marinheiros. Conheço professores que afirmam categoricamente que na primeira aula devem-se mostrar os dentes e dizer com clareza quem manda nesse espaço coletivo chamado sala de aula; a outros que pretendem ser muito “chegados” dos estudantes... Discordo totalmente dessas iniciativas. Nem tanto ao sol, nem tanto a lua...

Creio que aos estudantes devem ser apresentadas idéias importantes quanto ao curso, às avaliações, a disciplina, os projetos, a pessoa do educador, a instituição e também relativas ao conteúdo. Deve-se falar e escutar. Abrir espaço para apresentações, dúvidas, troca de idéias, sugestões e apreciações dos estudantes quanto ao curso, à escola e mesmo quanto às propostas do professor.


Estabeleça o diálogo com os colegas e os estudantes. Fale e escute.
Aprenda a anotar as sugestões interessantes para poder implementá-las
posteriormente. Cresça em conjunto com seus pares no trabalho.

E não é só escutar. Ao professor cabe anotar as boas idéias e se mostrar disposto a pensar e eventualmente aplicar algumas dessas contribuições obtidas no contato com seus estudantes. Isso dá credibilidade ao curso e ao docente, estabelece uma comunicação que aproxima todos os presentes e ainda permite implementar o curso a partir da visão de quem está num outro importante papel, o de educandos.

E para melhorar ainda mais esse contato inicial e evitar os já habituais e exauridos modelos de apresentação formal dos estudantes e do próprio docente, que tal variar a fórmula e procurar incrementar a mesma adicionando elementos culturais, esportivos, geográficos, históricos, literários, artísticos ou científicos a esse exercício básico de toda a primeira aula do ano? Como? Que tal usar a imaginação...

Por exemplo, uma possibilidade seria trabalhar com trechos de músicas conhecidas (uns vinte ou trinta, de acordo com a quantidade de alunos de cada sala) que seriam disponibilizados para todos os estudantes. A cada um deles poderia ser pedido que escolhesse um daqueles trechos para falar de si mesmo. Alunos que selecionassem o mesmo trecho se reuniriam num mesmo grupo e trocariam informações sobre eles mesmos com os colegas e depois seriam apresentados por outras pessoas do grupo...

Outra alternativa seria a utilização de fotografias de personalidades da ciência, das artes ou dos esportes. Caberia aos alunos se agruparem de acordo com um sorteio ou pela preferência individual tendo uma dessas personalidades como base para uma conversa. Nesse bate-papo eles deveriam enumerar as qualidades do sujeito e, a partir de uma lista concebida pelo grupo, deveriam falar sobre si mesmos para o restante da turma.

Ainda a título de sugestão caberia por exemplo selecionar livros conhecidos do público-alvo de alunos e colocá-los em contato com os mesmos para que todos aqueles que já tivessem lido um determinado título pudessem se reunir para falar sobre a obra, o autor, a trama, os personagens e, com base no que conversaram sobre o livro, viessem a falar sobre as pessoas do grupo traçando paralelos com a trama do livro, os personagens, o autor,...

Há inúmeras outras alternativas que poderiam ser criadas. Todas demandam tempo de planejamento e criatividade. Libertem-se de suas amarras e mãos a obra para a concepção de uma alternativa que viabilize um começo de ano e de trabalho promissor para suas aulas e sua escola. Bom retorno a sala de aula!